
Morador do local h� 20 anos, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jacyntho Brand�o, reclama que n�o recebeu informa��es da administra��o municipal e que a rua apresenta tr�fego intenso de ve�culos, por estar situada entre a BR-356 e a Avenida Raja Gab�glia. “Eu j� vi desapropria��o de coisa privada, mas nunca ouvi falar em desapropria��o de coisa p�blica. A gente s� sabe por alto, mas ningu�m daqui foi ouvido”, afirma. Ele completa que ficou surpreso com a not�cia, que lhe foi dada pela m�e. “Ela me ligou dizendo: ‘meu filho, como � que eu vou para a sua casa agora? De helic�ptero? Sua rua est� � venda’”, conta.
O problema do tr�nsito � apontado tamb�m pelo aposentado Jarbas Gon�alves Ribeiro, que mora na via h� 27 anos. “Sou o segundo morador a construir casa aqui e fico indignado com uma obra desse tamanho, porque a rua n�o suporta. � pequena, n�o tem condi��o de tr�nsito intenso. Se parar um �nibus para descarregar carga nesse hotel, eu n�o vou conseguir nem sair da minha garagem”, diz. “� a primeira vez na vida que eu vejo prefeitura vender terreno”, afirma o aposentado.
De acordo com a presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Santa L�cia, Luzimar Lisboa, para entrar ou sair na rua “j� � um problema”. “O pessoal � contra o hotel pois a rua s� tem entrada pela Avenida Raja Gab�glia. O nosso bairro j� tem problemas s�rios de acesso. Se construir hotel, vai ficar pior ainda”, contesta.
Por outro lado, a vice-presidente da associa��o, vereadora Elaine Matozinhos (PTB), votou a favor do projeto de lei em tramita��o na C�mara. Segundo ela, n�o h� como impedir a constru��o do hotel. “De que adiantaria meu voto contr�rio? O governo tem uma base consider�vel na Casa e eu pautei toda a minha a��o de acordo com a posi��o da associa��o”. Segundo a vereadora, os empreendimentos j� est�o aprovados e o que pode ser feito “� trabalhar para modificar o n�vel de constru��o a ser edificado no bairro, buscando alternativas na Lei de Uso e Ocupa��o do solo”.
A C�mara Municipal realizou audi�ncia p�blica sobre o tema no dia 3 de abril e a associa��o foi representada, apesar do n�mero reduzido de moradores presentes, j� que muitos trabalham pela manh�. “Houve uma conversa inicial sobre a aliena��o do terreno, mas at� ent�o n�o se sabia da venda da Rua Musas. A gente n�o est� gostando dessa avalanche, sem nos comunicar. Estamos buscando elementos para entender o que est� acontecendo”, afirma a conselheira da entidade, Rita Delgado. “Se a prefeitura precisa de dinheiro, e ela precisa, ela tem que se preocupar � em arrecadar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)”, pondera.
Na C�mara Municipal, foi marcada outra audi�ncia p�blica para tratar do assunto, no dia 23 de maio. J� a dire��o da Associa��o dos Moradores do Bairro Santa L�cia se re�ne nesta quinta-feira para decidir de que forma ir� se mobilizar. O passo seguinte, segundo Rita Delgado, ser� ampliar a discuss�o com os moradores do bairro, especialmente os que t�m casas na Rua Musas.
*Colaboraram Luisa Brasil e Amanda Almeida