A decis�o do novo presidente do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo Ivan Sartori, de apurar supostos pagamentos antecipados a um pequeno grupo de desembargadores n�o deve interferir na investiga��o iniciada pelo Conselho Nacional de Justi�a (CNJ). Todos os dados da folha de pagamentos do TJ j� foram repassados para a Corregedoria Nacional de Justi�a. A apura��o interna aberta prometida por Sartori correr� paralelamente � investiga��o comandada pela corregedora Nacional, ministra Eliana Calmon.
A investiga��o do CNJ, que desencadeou a crise no Judici�rio, s� estar� prejudicada se o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que houve viola��o do sigilo fiscal de magistrados durante a investiga��o feita pela ministra Eliana Calmon ou se limitar a atua��o do Conselho a revisar processos abertos pelas corregedorias dos tribunais locais. Neste �ltimo caso, o STF poderia pronunciar que o CNJ n�o poderia ter aberto por conta pr�pria essa investiga��o. Mas isso s� ser� decidido quando o Supremo voltar do recesso, no in�cio de fevereiro.
Conforme informa��es preliminares, 17 desembargadores receberam de uma s� vez aproximadamente R$ 1 milh�o referente ao pagamento atrasado de aux�lio-moradia. Os demais desembargadores, ao contr�rio, recebem parceladamente o benef�cio.
Representantes das entidades de classe n�o viram como novidade a decis�o do presidente de apurar poss�veis irregularidades na folha de pagamento do tribunal. Ao contr�rio, o vice-presidente da Associa��o Nacional dos Magistrados da Justi�a do Trabalho (Anamatra), Paulo Schmidt, afirmou que a apura��o interna deve ser corriqueira. "Para n�s, esse tipo de apura��o n�o � nenhuma novidade, porque as contas da Justi�a do Trabalho s�o todas abertas", disse.
O presidente da Associa��o dos Ju�zes Federais (Ajufe), Gabriel Wedy, afirmou que a decis�o do desembargador Ivan Sartori simplesmente cumpre um dever de todo o administrador p�blico. "Todos os �rg�os da administra��o p�blica, seja do Executivo, Legislativo ou Judici�rio devem fiscalizar constantemente seus pr�prios atos", avaliou. "Quanto maior transpar�ncia, melhor para o pa�s", acrescentou.
No entendimento do presidente da Associa��o dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, a decis�o do novo presidente do TJ n�o denota que as administra��es anteriores foram coniventes com pagamentos irregulares. "O ex-presidente (Jos� Roberto Bedran) deveria entender que n�o havia fato concreto para fazer uma investiga��o", afirmou. "Se o presidente (Ivan Sartori) tem alguma d�vida, nada obsta que ele busque se assenhorear desses dados", acrescentou.