A Pol�cia Federal vai investigar todas as transa��es financeiras - de 2002 at� os dias de hoje - do funcion�rio do Tribunal Regional do Trabalho da 1.ª Regi�o (TRT-RJ) que movimentou R$ 282,9 milh�es em apenas um ano. Os agentes federais trabalham com a hip�tese de que um esquema criminoso, que envolveria uma quadrilha, opere dentro do TRT para lavar dinheiro.
A investiga��o da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros (Delefin), da Superintend�ncia da PF no Rio, � chefiada pelo delegado Victor Hugo Poubel. Os agentes apuram se a movimenta��o milion�ria foi fruto do desvio de verba p�blica e n�o descartam a possibilidade da atua��o de uma organiza��o criminosa dentro do TRT-RJ. Pelo montante das transa��es em um ano, eles acreditam que dificilmente o servidor agia sozinho.
O crime de lavagem � definido como “oculta��o e dissimula��o de patrim�nio ilicitamente obtido”, o que significa que, para a PF, a movimenta��o at�pica deve tratar-se de dinheiro oriundo do crime. Por�m a investiga��o ainda precisa avan�ar para esclarecer a origem dos recursos.
O inqu�rito para investigar “crime de lavagem de dinheiro proveniente de fraude contra o sistema financeiro perpetrado por organiza��o criminosa” foi instaurado anteontem. A PF mant�m sigilo total nas investiga��es. O funcion�rio suspeito j� foi preso por agentes federais quando atuava como doleiro h� alguns anos, antes de ingressar no TRT-RJ, provavelmente em cargo de confian�a, sem passar por concurso p�blico.
Coaf
Servidores e ju�zes do Pa�s movimentaram R$ 855,7 milh�es, de 2000 a 2010, em movimenta��es financeiras at�picas, segundo relat�rio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela corregedora do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ), a ministra Eliana Calmon. O caso gerou pol�mica na semana passada.
Movimenta��es at�picas n�o significam que houve crime ou irregularidade, mas apenas que as opera��es financeiras fugiram aos padr�es da norma banc�ria e do sistema nacional de preven��o � lavagem de dinheiro.
Na ter�a-feira, a desembargadora Maria de Lourdes Sallaberry, presidente do TRT-RJ, disse que n�o sabe quem � o servidor investigado e afirmou que n�o tem poder para investigar transa��es financeiras at�picas. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, pediu investiga��es ao Minist�rio P�blico Federal e oficiou o Coaf para que revelasse o nome do servidor, at� agora mantido sob completo sigilo. Ele chegou a insinuar haver no tribunal “mais um Lalau”, em refer�ncia ao ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, do TRT de S�o Paulo.