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Estado de Minas

Senador pede mais tempo para analisar corte de pagamento dos 14� e 15� sal�rios

Aprecia��o do texto ser� na pr�xima ter�a-feira


postado em 21/03/2012 07:53 / atualizado em 21/03/2012 08:30

Uma manobra bastante conhecida, camuflada sob o velho manto do pedido de vista, impediu a vota��o do fim da mordomia do 14º e 15º sal�rios para senadores e deputados federais na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado. O desconforto dos parlamentares era tanto que, no momento em que a mat�ria finalmente entrou em debate, havia apenas nove dos 27 integrantes da comiss�o para votar. O senador Ivo Cassol (PP-RO), que j� tinha se posicionado publicamente pela manuten��o da regalia e repetido que os parlamentares ganham muito pouco porque gastam com rem�dios e tratamento de pessoas pobres, pediu tempo para analisar melhor o projeto.

Cassol alegou que a hipocrisia no Senado era grande e afirmou n�o aceitar ser cobaia. “Muitos pol�ticos recebem, falam que s�o contra, mas n�o devolvem o dinheiro. Quem recebe fica quieto e faz o discurso para a plateia.

Quando a imprensa aperta, eles se mijam todos”, esbravejou. Logo ap�s a manifesta��o de Cassol, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu vista coletiva e jogou, automaticamente, a mat�ria para a pauta obrigat�ria da pr�xima ter�a-feira.

Antes mesmo de a reuni�o come�ar, os rumores nos bastidores indicavam que o tema n�o seria votado.

Logo no in�cio da sess�o, as informa��es que circulavam pelos corredores da Casa se concretizaram. Eram vis�veis as manobras dos parlamentares para evitar a vota��o do fim da regalia. Pautado como o quarto assunto a ser debatido e votado, o corte da mordomia foi empurrado para o �ltimo ponto da pauta.

Terminativos


Os integrantes da CAE optaram por votar inicialmente os chamados projetos terminativos, aqueles em que n�o h� necessidade de seguir para outras comiss�es da Casa ap�s aprova��o. Em seguida, no momento em que o fim dos extras iria finalmente � vota��o, o senador Gim Argello (PTB-DF) pediu nova invers�o de pauta. Aproveitou a grande quantidade de cadeirantes no local para exigir celeridade na vota��o do projeto que determina aposentadoria especial para portadores de defici�ncia.

�s 11h40, assim que a benesse com dinheiro do contribuinte iria come�ar a ser debatida, grande parte dos parlamentares bateu em retirada. O senador pernambucano Armando Monteiro (PTB-PE) puxou a fila. Permaneceram, na comiss�o, apenas os senadores Delc�dio do Amaral (PT-MS), Cassildo Maldaner (PMDB-SC), Ivo Cassol (PP-RO), Francisco Dornelles (PP-RJ), Eduardo Suplicy (PT-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Blairo Maggi (PR-MT), Ricardo Ferra�o (PMDB-ES) e Randolfe Rodrigues (PSol-AP).

Na sa�da da comiss�o, o senador Ivo Cassol alegou que n�o disse que era a favor do 14º e 15º sal�rios. No entanto, em entrevista ao Correio, h� duas semanas, ele declarou ser a favor dos rendimentos adicionais. “N�s, pol�ticos, somos mal remunerados. Se o dinheiro entrou na minha conta, � legal. Se n�o � legal, eu n�o aceito. Isso n�o � justo. N�o quero privil�gio. Nunca precisei disso. S� n�o aceito ser cobaia.” Ele informou que protocolou um requerimento questionando quantos senadores j� devolveram o 14º e o 15º desde que o benef�cio foi criado. “Eu pedi vista. Quero me inteirar.”

Em resposta a Cassol, o relator do projeto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), salientou que n�o havia mais justificativa para os integrantes do Congresso continuarem a receber os extras. “� uma adequa��o legislativa, estou falando de outro momento hist�rico. Antes, os parlamentares se mudavam com a fam�lia e o recurso era justific�vel.”

O presidente da CAE, Delc�dio do Amaral (PT-MS), ao fim da sess�o deliberativa, assegurou que o projeto da ent�o senadora e atual chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ser� mesmo votado na pr�xima semana. O parlamentar fez quest�o de ressaltar que, se apenas Ivo Cassol tivesse pedido vista, a papelada poderia ficar com o senador por muito tempo e, assim, atrasar ainda mais todo o processo de tramita��o. “Com a vista coletiva, a mat�ria entra automaticamente para vota��o na pr�xima semana”, garantiu.

O projeto prev� que os deputados e senadores recebam apenas duas ajudas de custo durante todo o mandato, uma no in�cio e outra no fim. Hoje, os dois sal�rios extras s�o pagos anualmente. Nos oito anos de mandato, o custo com o pagamento dos extras no Senado � de R$ 34,6 milh�es. A C�mara dos Deputados gasta, em quatro anos, R$ 109,6 milh�es. No caso espec�fico dos senadores, al�m de receberem os extras, eles n�o pagam Imposto de Renda.

Se for aprovado na Comiss�o de Assuntos Econ�micos, o projeto segue para a Comiss�o da Mesa Diretora. S� depois, chega ao plen�rio para vota��o. Mesmo assim, se for aprovado em plen�rio, segue para o plen�rio da C�mara dos Deputados por que trata do corte de benef�cio nas duas Casas.

 

 


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