Posi��o de ministro do STF surpreende e angustia advogados de r�us do mensal�o

Os advogados de defesa dos r�us do mensal�o acompanharam com perplexidade e vis�vel preocupa��o o voto do ministro Ricardo Lewandowski. De modo geral, eles apostavam que o revisor iria se contrapor ao ministro Joaquim Barbosa, relator do caso, que tem refutado todas as teses da defesa.

� medida que Lewandowski ia condenando Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil; Marcos Val�rio e os ex-s�cios do suposto operador do mensal�o, os advogados manifestavam tens�o e ang�stia. “Isso n�o � contraponto, � dueto”, avaliou um criminalista, que pediu para n�o ser identificado.

O momento mais cr�tico, do ponto de vista da defesa, foi quando Lewandowski deu veredicto pela condena��o de Pizzolato pelo segundo crime de peculato. Ap�s extensa argumenta��o, em que dava a impress�o de que iria absolver o r�u desta imputa��o, o revisor o condenou, explicando que havia mudado o voto na noite anterior. “Tudo indicava (que Lewandowski iria absolver)”, disse o criminalista M�rcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justi�a, defensor do executivo Jos� Roberto Salgado, do Banco Rural. “N�o quero falar sobre isso. Os votos s�o parciais”, disse. “Todo julgamento � preocupante”, acrescentou o criminalista Jos� Carlos Dias.

O advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Val�rio, comentou que n�o conseguiu entender por que o ministro revisor trocou a ordem de vota��o. Joaquim Barbosa, o relator, come�ou seu voto pelo deputado Jo�o Paulo Cunha (PT-SP), e Lewandowski deve se manifestar sobre as acusa��es contra o petista somente hoje. “Achei curiosa a invers�o na ordem. N�o tenho ideia do motivo.”

O defensor de Marcos Val�rio foi enigm�tico. “Vou esperar a totalidade dos votos e ver como o tribunal vai decidir acerca dos pol�ticos”, declarou, referindo-se ao n�cleo pol�tico do mensal�o, no qual � citado o ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil). Ele prosseguiu: “Quero ver como o tribunal vai decidir depois dos 11 votos em rela��o a todas as acusa��es e a todas as pessoas. Eu quero aguardar.”