Partindo do pressuposto de que os governos municipais, ao atuar pr�ximos aos problemas, t�m mais �xito em buscar solu��es mais r�pidas e baratas, o governador Antonio Anastasia (PSDB) acaba de lan�ar um programa de R$ 2,1 bilh�es, com recursos or�ament�rios. Al�m de refor�ar os vazios cofres municipais, o programa dar� condi��es aos gestores, a maioria em in�cio de mandato, de fazer investimentos em tr�s �reas sens�veis: a sa�de, a educa��o e a infraestrutura. Em grandes

O sr. anunciou esta semana investimentos da ordem de R$ 2,1 bilh�es aos munic�pios, para investimentos em sa�de, educa��o e em infraestrutura, dentro do Programa ProMunic�pio. � uma forma de auxiliar os munic�pios em dificuldades?
Partimos do pressuposto verdadeiro de que a administra��o municipal consegue agir de modo mais pr�ximo do problema. Especialmente em infraestrutura, acaba tendo uma solu��o mais r�pida e barata no local. E da mesma forma a sa�de, com a descentraliza��o. O que pudermos descentralizar, descentralizaremos, passaremos para a administra��o municipal. E, como j� t�nhamos v�rios projetos em andamento, programas municipais, colocamos todos na mesma bandeira.
Os munic�pios v�o apresentar projetos?
O programa � voltado para os munic�pios em tr�s segmentos: a educa��o, a sa�de e a infraestrutura. Os munic�pios v�o aderir por meio de formul�rios informatizados descrevendo as suas escolhas para a infraestrutura. S�o recursos para munic�pios at� 100 mil habitantes. Portanto dos 853 munic�pios, 824 s�o atendidos para aquisi��o de equipamentos, como tratores, retroescavadeiras, maquin�rio, ou ent�o para obras municipais do tipo pontes, cal�amento e asfaltamento de vias, pequenos consertos em estradas vicinais. Ser� a crit�rio das prioridades locais. No caso da sa�de e da educa��o, os recursos ser�o encaminhados a todos os munic�pios que aderirem aos programas do estado, refor�ando as pol�ticas p�blicas que s�o comuns entre o estado e o munic�pio. Na �rea da educa��o s�o recursos para ajudar o sistema de ensino municipal, destinados ao transporte escolar municipal, � recupera��o de escolas e mobili�rio.
E na sa�de qual ser� o foco para o investimento?
No caso da sa�de, onde est�o os recursos mais expressivos – cerca de R$ 1,4 bilh�o –, ser�o alocados em diversos programas do estado em parceria com os munic�pios, que os executam e os implementam, do tipo Farm�cia de Minas, unidades b�sicas de sa�de, conv�nios do Pro-Hosp para hospitais nos munic�pios, a compra de cerca de mil ve�culos de transporte e ambul�ncias, recursos para as equipes de sa�de da fam�lia, que s�o tamb�m pagas pelos munic�pios. Portanto, � um grande leque de a��es. � claro que a sa�de � do sistema �nico: melhorando o munic�pio, h� melhora no estado.
Como ser� o acompanhamento do estado da aplica��o desses recursos?
Atrav�s da presta��o de contas. O recurso � liberado em mais de uma parcela. Mas para liberar a segunda o gestor ter� de prestar contas da primeira. Essa presta��o j� � coisa cotidiana da administra��o, pois temos muitos conv�nios com os munic�pios, que se faz atrav�s do pr�prio estado, nas secretarias. H� tamb�m as institui��es que fazem a fiscaliza��o, como o Minist�rio P�blico e o Tribunal de Contas.
Os governos do PSDB em Minas estar�o no centro do debate eleitoral de 2014. Se o senhor tiver de eleger, que �rea considera o melhor desempenho de seu governo?
Posso identificar duas �reas. Em primeiro lugar o esfor�o para a gera��o de empregos com a diversifica��o da economia de Minas, o que felizmente, a despeito da crise econ�mica internacional, tem ocorrido aqui. Estamos conseguindo atrair empresas de diversas naturezas e mudando um pouco – claro que � um processo gradativo – a economia de nosso estado, fazendo-a mais moderna, mais industrial, a chamada nova economia. E por outro lado a quest�o social, em que o Programa Travessia, um grande carro-chefe que temos, foi aprofundado em meu mandato. � um cart�o de visitas muito adequado, pois demonstra como � poss�vel, ainda que em determinados territ�rios do estado, modificar a realidade social atrav�s de um m�todo diagn�stico chamado porta a porta e, depois, passa por outras etapas na �rea da sa�de e da educa��o, que s�o muito positivas. Acho que especialmente para aquele segmento menos desenvolvido no Brasil o programa � muito exitoso.
E qual � a �rea, em sua avalia��o, que ainda segue como um desafio?
Todas as �reas s�o desafios. Se perguntar se estamos 100% satisfeitos com tudo, nenhum governador, nenhum gestor mundo afora vai dizer que est� plenamente satisfeito. Sempre h� o que fazer e melhorar. Ainda mais num pa�s em desenvolvimento e em um estado com tanta desigualdade. Minas tem que avan�ar mais, se empenhar mais, na quest�o da desigualdade regional. Ainda somos um estado muito desigual. Tanto que tivemos um esfor�o imenso para atrair duas imensas empresas para Montes Claros: a Alpargatas, que se inaugura agora, e a Fiat, atrav�s da Case New Holand (CNH). Mas o grosso das novas empresas n�o ocorre nessas regi�es. Ent�o esse esfor�o para diminuir a desigualdade regional � uma �rea em que devemos ainda trabalhar mais e j� � prioridade de nosso governo.
As articula��es para 2014 j� come�aram e nos partidos pol�ticos os pr�-candidatos se colocam. O sr. � candidato ao Senado?
Ainda est� um pouco cedo. Todos os analistas sabem disto: a elei��o estadual em Minas est� condicionada � candidatura do senador A�cio Neves. Aguardamos qual ser� essa defini��o para ver o papel de cada um. A prioridade, pelo menos em que eu acredito, � a de fortalecimento da candidatura do senador A�cio Neves � Presid�ncia da Rep�blica.
Como est� no plano nacional a costura de alian�as para uma eventual coaliz�o de apoio � candidatura do senador?
Tem sido conduzida pelo pr�prio senador A�cio na conversa que faz com os partidos. Ele � muito h�bil, tem um prest�gio muito grande na esfera nacional com os parceiros. Sabemos, � claro, que existem outros candidatos, e a pr�pria presidente tem uma for�a muito grande. Mas isso n�o impede que o senador tenha o apoio n�o s� do nosso partido, o PSDB, mas de outros que hoje est�o na oposi��o e eventualmente de algum que est� na base do governo e possa, atrav�s de conversas, tamb�m fazer a ades�o ao senador. � muito importante sempre transmitir a ideia da expectativa de poder, que � muito relevante. Isso � fundamental. Ainda est� um pouco cedo. As grandes costuras s� acontecem, mostra a experi�ncia, no primeiro semestre do ano que vem. Mas as conversas j� come�aram.
Dentro do PSDB a candidatura do senador A�cio Neves est� consolidada?
H� uma inclina��o fort�ssima para o nome dele. Eu sempre disse e j� defendia, em 2010, o nome do senador A�cio como candidato para presidente. Ele pr�prio abriu m�o para o governador Jos� Serra. Mas agora est� tudo muito maduro para a sua candidatura. O partido sente isso. H� uma tend�ncia de ele se eleger presidente do partido na conven��o de maio. Fizemos reuni�o h� um m�s em Bras�lia e havia esse sentimento un�nime entre os governadores a favor do senador A�cio na presid�ncia do partido. Acho que a presid�ncia do partido vai dar a ele uma visibilidade ainda maior, o que � muito importante, e tamb�m os instrumentos para correr o Brasil todo levando as bandeiras do partido e, � claro, alinhavando o projeto. O candidato tem o aspecto pessoal, que � fundamental, o seu estilo, a sua personalidade, mas tem de ter o projeto.