O coronel reformado do Ex�rcito Carlos Alberto Brilhante Ustra afirmou nesta sexta-feira, 10, que "lutou pela democracia" e negou ter cometido crimes durante o regime militar. "Nunca fui assassino", disse Ustra aos integrantes da Comiss�o Nacional da Verdade.
Antes das perguntas, Ustra fez um depoimento inicial em que defendeu sua atua��o no per�odo militar. "Est�vamos cientes de que est�vamos lutando para preservar a democracia. Lut�vamos contra o comunismo. Se n�o fosse a nossa luta, hoje eu n�o estaria aqui porque eu j� teria ido para o pared�o", afirmou. "Hoje n�o existiria democracia nesse Pa�s", completou.
O coronel comandou o Destacamento de Opera��es de Informa��es do Centro de Opera��es de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2º Ex�rcito em S�o Paulo, entre 1970 e 1974. O nome dele � um dos mais citados em den�ncias de viola��es de direitos humanos no per�odo. "Quem tem que estar aqui � o Ex�rcito, n�o eu", disse em tom exaltado.
"Eu n�o vou me entregar. Eu lutei, lutei e lutei. Tudo que eu tenho a declarar est� no meu livro", afirmou ao final da sua fala. Ustra obteve decis�o liminar na Justi�a para n�o responder �s perguntas, mas tem respondido parte das quest�es.
Perguntado sobre um caso de estupro nas depend�ncias do DOI-Codi Ustra reagiu com irrita��o. "Nunca, nunca, nunca ningu�m foi estuprado dentro daquele �rg�o. Digo isso em nome de Deus. � verdade o que estou falando."
Ustra tamb�m negou a ocorr�ncia de mortes no DOI-Codi durante o seu comando. "Sempre admitimos que houve mortos [durante o regime militar]. No meu comando ningu�m foi morto dentro do DOI. Todos foram mortos em combate. Dentro do DOI, nenhum."