S�o Paulo - O Conselho Indigenista Mission�rio (Cimi) voltou a atacar, nessa ter�a-feira,o governo federal, afirmando que trata de maneira desigual as partes envolvidas nos conflitos pela demarca��o de terras ind�genas no Pa�s. Em nota oficial, a institui��o lembrou que, desde sua posse, em janeiro de 2011, a presidente Dilma Rousseff nunca recebeu uma delega��o ind�gena para tratar de demarca��es ou de outros assuntos do seu interesse. Por outro lado, segundo o Cimi, ela franqueia o seu gabinete a l�deres ruralistas, que se defrontam com os �ndios no debate sobre a posse das terras.
O distanciamento da presidente, segundo o Cimi, seria uma demonstra��o de que o governo federal “n�o entende e n�o est� disposto a entender os povos ind�genas brasileiros”.
A nota foi emitida um dia ap�s a ministra Gleisi Hoffmann ter se reunido com o bispo Leonardo Ulrich Steiner, secret�rio-geral da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), institui��o � qual o Cimi est� subordinado. Indiretamente, o texto refor�a um dos tr�s pedidos que o representante do episcopado brasileiro havia feito � ministra no encontro do dia anterior.
Impress�es
Em primeiro lugar, d. Leonardo pediu que o governo n�o interrompa as demarca��es. A paralisa��o de processos no Paran� e no Rio Grande do Sul, apoiada pela pr�pria Gleisi, seria equivocada, segundo a CNBB. Em segundo lugar, o bispo pediu que a presidente receba uma delega��o ind�gena. E, por fim, enfatizou que a Funda��o Nacional do �ndio (Funai) tem de ser fortalecida, e n�o ter seu papel reduzido.
O pedido da audi�ncia foi claro e enf�tico. Em nenhum momento, por�m, a ministra deu a entender que apoia a ideia. A impress�o que Gleisi deixou na CNBB, segundo assessores da organiza��o, � que sua ida at� l� foi apenas uma tentativa de conter a onda de cr�ticas do Cimi e de outras ONGs ao governo. N�o foi uma boa impress�o, segundo essas fontes.
O secret�rio-geral da CNBB j� atuou na Prelazia de S�o F�lix do Araguaia, Mato Grosso, � bastante sens�vel ao tema e acha que o melhor caminho � o di�logo. Da� sua insist�ncia para que a presidente receba os �ndios e ou�a deles diretamente o que t�m a dizer.