
Ministros candidatos em outubro privilegiaram os estados nos quais disputar�o as elei��es com recursos complementares �s emendas do Or�amento. Segundo dados levantados pelo Correio no Sistema Integrado de Administra��o Financeira (Siafi), tr�s minist�rios cujos titulares deixar�o a pasta na reforma ministerial — Cidades, Turismo e Agricultura — dispunham de quase R$ 1 bilh�o para distribuir nos munic�pios brasileiros. Desse total, quase R$ 160 milh�es foram concentrados nos estados dos titulares, respectivamente: Para�ba, Maranh�o e Minas Gerais.
Os recursos complementares s�o uma ferramenta que os minist�rios disp�em para atender emendas que tiveram dificuldades para serem liberadas �s prefeituras. Em alguns casos, os problemas podem estar em projetos deficientes, outros em informa��es incompletas e ainda o munic�pio constar na lista de inadimplentes por algum tipo de pend�ncia com a Uni�o.
Nesse caso, o mecanismo serviria para garantir que os recursos chegassem a ponta sem embargos. O governo federal j� havia definido que a inadimpl�ncia n�o seria crit�rio para a suspens�o do repasse das verbas do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). Especialistas ouvidos pelo Correio alertaram que a mesma pr�tica pode ter sido usada no caso dos recursos complementares, como uma maneira de acelerar a libera��o das verbas.
Um dos maiores or�amentos de investimentos da Esplanada, com R$ 10,9 milh�es de recursos destinados sobretudo ao PAC e ao Minha Casa, Minha Vida, o Minist�rio das Cidades empenhou praticamente 100% do limite de R$ 1,4 bilh�o destinados �s emendas parlamentares. Mas foram os recursos complementares que chamaram a aten��o dos congressistas. Dos R$ 331 milh�es usados pela pasta com essa finalidade, R$ 41,6 milh�es foram para a Para�ba, estado do ministro Aguinaldo Ribeiro. Estado mais populoso do pa�s, S�o Paulo, por exemplo, teve R$ 31,5 milh�es em recursos complementares.
Parlamentar de primeiro mandato, Ribeiro � pr�ximo do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e teve ascens�o mete�rica na legenda. Tornou-se l�der da bancada e foi nomeado ministro ap�s a exonera��o de M�rio Negromonte, desgastado por den�ncias de irregularidades em conv�nios para a Copa do Mundo. Ribeiro sempre � prestigiado pela presidente Dilma.
Viagens
O caso do Minist�rio do Turismo � semelhante. A exemplo das Cidades, a pasta tamb�m foi criada durante o governo Lula como uma maneira de estimular as viagens de estrangeiros para o pa�s bem como o deslocamento dos brasileiros pelo territ�rio nacional. � um dos principais alvos de emendas parlamentares, sobretudo para organiza��o de feiras e eventos.
Parlamentar experiente, pr�ximo da fam�lia Sarney — sobretudo da governadora Roseana, de quem foi secret�rio de Planejamento quando ela retomou o governo do Maranh�o, em 2009 — Gast�o Vieira tamb�m deixar� a pasta para concorrer a mais um mandato de deputado federal. O seu minist�rio teve a disposi��o, segundo o Siafi, R$ 479,9 milh�es em recursos complementares. Desse montante, R$ 66,37 milh�es foram para o Maranh�o. Um dos principais destinos tur�sticos do pa�s, a Bahia recebeu R$ 41,6 milh�es.
J� o Minist�rio da Agricultura, cujo ministro Antonio Andrade, do PMDB, tamb�m concorrer� a mais um mandato de deputado, reservou R$ 50,1 milh�es para Minas dos R$ 186,4 milh�es de recursos complementares �s emendas.
Recursos amigos
Ministros reservam quase 20% de recursos complementares para emendas da pasta que dirigem para estados onde ser�o candidatos
Cidades
Total de recursos
R$ 331 milh�es
Recursos para a Para�ba
Total de recursos
R$41,6 milh�es
Turismo
Total de recursos
R$ 479,94 milh�es
Recursos para o Maranh�o
R$ 66,37 milh�es
Agricultura
Total dos recursos
R$ 186,43 milh�es
Recursos para Minas Gerais
R$ 50,1 milh�es