A c�pula do PMDB re�ne-se nesta quarta-feira, para discutir o "namoro" com o governo Dilma Rousseff. O partido est� contrariado com a resist�ncia da presidente em ceder o Minist�rio da Integra��o Nacional � legenda e tamb�m com a indefini��o dos palanques estaduais que envolvem petistas e peemedebistas.
A caminho de Bras�lia, o presidente da C�mara disse que o "clima est� tenso". Outros dois participantes do encontro tamb�m admitem dificuldades na rela��o. "A �nica coisa que eu posso te dizer � que h� uma insatisfa��o muito grande", acrescentou um senador. "Por que vou dar os cinco minutos de TV do PMDB para o PT?", insuflou um terceiro convidado para a reuni�o.
Os peemedebistas argumentam que o governo Dilma n�o tem dado a devida import�ncia para um partido com o tamanho e a influ�ncia do PMDB, a segunda maior da C�mara e a maior do Senado. Eles afirmam que eram mais bem tratados no governo Lula, quando tinham seis minist�rios de maior peso pol�tico - apesar de n�o ocasi�o n�o terem a vice-presid�ncia.
Na reforma ministerial que Dilma prepara para as pr�ximas semanas, os peemedebistas querem emplacar o senador Vital do R�go (PB) na pasta da Integra��o Nacional, respons�vel pela transposi��o do Rio S�o Francisco e com grande capilaridade no Nordeste. "A �nica coisa real � que a n�o confirma��o do Vital para a Integra��o gerou uma insatisfa��o muito grande no PMDB", afirmou um l�der partid�rio, ao lembrar que o senador paraibano foi um nome de consenso entre os peemedebistas do Congresso.
No card�pio do jantar, a c�pula do partido quer aproveitar a reforma que Dilma prepara para refor�ar alian�as com partidos da base - como o PP, PTB e o rec�m-nascido PROS - para aumentar sua participa��o na Esplanada dos Minist�rios. Sem a confirma��o da Integra��o Nacional, eles ensaiaram um movimento de abocanhar a pasta das Cidades, respons�vel pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Dilma, no entanto, j� avisou a Temer que o minist�rio ficar� com o PP. A presidente n�o quer que os progressistas apoiem em outubro o candidato de oposi��o, senador A�cio Neves (PSDB-MG).
Outro ressentimento do partido � que nada avan�ou na constru��o das alian�as regionais. Ao contr�rio, piorou desde a elei��o da nova dire��o do PT, em novembro, momento em que os peemedebistas acreditavam que os acordos come�ariam a ser fechados. No Rio de Janeiro, no Piau� e talvez no Maranh�o, por exemplo, petistas e peemedebistas devem estar em lados opostos nas disputas aos governos estaduais. Diante do impasse, alguns caciques avaliam at� recorrer ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, mentor pol�tico de Dilma, para resolver a quest�o.
Os peemedebistas est�o em crise no namoro com a presidente. Alguns insuflados falam reservadamente at� em acabar a rela��o, possibilidade considerada remota pelos mais realistas.