S�o Paulo - O Banco Mundial (Bird) alertou o governo de S�o Paulo, em julho de 2009, sobre restri��es impostas � Siemens ap�s uma investiga��o da institui��o que apontou irregularidades envolvendo a multinacional alem� em um projeto na R�ssia. Na �poca, o chefe do Executivo paulista era o tucano Jos� Serra.
O documento foi anexado � investiga��o da Corregedoria-Geral da Administra��o, da Casa Civil do governo de S�o Paulo, respons�vel pela condu��o de procedimento de �mbito administrativo sobre o cartel metroferrovi�rio que, segundo a Siemens, teria operado entre 1998 e 2008 - durante os governos M�rio Covas, Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.
A san��o � multinacional, aplicada por meio de acordo entre as duas partes, vigorou at� 31 de dezembro de 2010. Foram tr�s os destinat�rios do comunicado do Banco Mundial: Jos� Luiz Portella, ent�o chefe da pasta de Transportes Metropolitanos, Jos� Jorge Fagali, que ocupava a presid�ncia do Metr�, e S�rgio Avelleda, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A Siemens fechou acordo de leni�ncia com o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) em maio de 2013, pelo qual se prop�s a revelar a a��o do cartel. A multinacional apontou ilegalidades em 5 contratos - Linha 5-Lil�s (fase 1) do Metr� e da CPTM; manuten��o dos trens das S�ries 2000 e 2100 da CPTM; contrata��o de trens da S�rie 3000 da CPTM; extens�o da Linha 2-Verde do Metr�; e o projeto Boa Viagem da CPTM para recupera��o e moderniza��o de trens.
J� no inqu�rito da Pol�cia Federal o ex-diretor de transportes da Siemens, Everton Rheinheimer, citou mais 4 contratos para reforma dos trens das Linhas 1 e 3 do Metr�. Segundo ele, esses contratos somam R$ 2,2 bilh�es - em valores corrigidos -, e foram fechados em 2008 e 2009, na gest�o Serra, com dura��o de 68 meses.As restri��es � Siemens eram abrangentes - impedida de participar de licita��es, inclusive em regime de subempreitada, fabricante ou fornecedora.
Procurado ontem pelo Estado, o ex-secret�rio Portella n�o se manifestou. Ex-executivos da pasta, ouvidos pela reportagem, por�m, observaram que n�o era o secret�rio quem cuidava das licita��es e da execu��o dos contratos, mas as diretorias da CPTM e do Metr�. Al�m disso, anotaram, n�o foram realizados novos neg�cios com a Siemens lastreados em recursos do Bird.Os ex-presidentes das estatais S�rgio Avelleda e Jos� Jorge Fagali n�o foram localizados ontem.
Posterior
Procurada, a assessoria de Serra disse que n�o teria condi��es de preparar uma resposta sobre medidas adotadas ap�s o comunicado do Bird. O ent�o vice-governador, Alberto Goldman (PSDB), questionou a participa��o do Banco Mundial nos contratos citados. “O que tem de concreto � que esta carta do Bird, independentemente do que est� escrito nela, � posterior � assinatura dos contratos dos quais n�o se sabe se houve participa��o do banco”, afirmou.
O ex-vice-governador citou quatro contratos celebrados em 2009. Em apenas um deles, de 18 de junho de 2009, a Siemens foi contratada, em cons�rcio com a Alstom. A Siemens, por meio de nota, reiterou que colabora com as investiga��es.