M�dena - Ex-diretor do Banco do Brasil condenado no julgamento do mensal�o e preso na �ltima quarta-feira (5) na It�lia depois de ficar quase tr�s meses foragido, Henrique Pizzolato deve pedir nesta sexta-feira � Justi�a do pa�s europeu para ficar em casa at� que seu processo de extradi��o seja conclu�do. Ele alegar� que “n�o existe perigo de fuga”.
Nessa quinta-feira, pela primeira vez, a pol�cia italiana deixou claro que existem “possibilidades legais concretas” de que Pizzolato seja extraditado para o Brasil, mesmo diante do fato de ele ter nacionalidade italiana. Uma decis�o final, por�m, ser� pol�tica. O Brasil tem 40 dias para apresentar o pedido de extradi��o.
Pizzolato foi preso na manh� de anteontem depois que a pol�cia recebeu informa��es de que ele poderia estar na casa de um sobrinho que vive em Maranello. O brasileiro est� dividindo sua cela agora com outros dois detentos e aguarda um processo que promete ser longo.
Em audi�ncia hoje, os ju�zes de Bolonha dar�o o in�cio formal ao caso. A decis�o final sobre a devolu��o do condenado recai sobre o procurador de Bolonha. Se ele decidir recorrer da decis�o, o caso ent�o vai para a Corte de Cassa��o em Roma e, numa �ltima inst�ncia, ser� o governo que tomar� a decis�o de extraditar ou n�o.
Hoje, os ju�zes questionar�o Pizzolato se ele quer retornar voluntariamente ao Brasil. Mas o condenado j� indicou a seu advogado italiano, Lorenzo Bergami, que n�o vai aceitar o retorno e enfrentar� o processo. “Ele me disse hoje que n�o tem a inten��o de voltar ao Brasil”, disse Bergami, defensor p�blico indicado pelas autoridades italianas para defender o petista.
Diante da negativa de Pizzolato de um retorno ao Brasil, a corte ter� de decidir se o brasileiro deve aguardar o processo na cadeia de M�dena ou se poder� ter um tratamento mais brando. Bergami acredita que n�o haver� uma decis�o sobre a extradi��o antes de julho.
Bergami declarou ontem que vai justificar que n�o existe o perigo de fuga, apesar do pr�prio hist�rico do brasileiro pesar contra. “De um lado, Pizzolato n�o voltaria ao Brasil nem sairia da It�lia, o que acarretaria em sua extradi��o ao Brasil”, afirmou o advogado. Uma total liberdade o advogado admite que dificilmente Pizzolato conseguiria. “Mas uma op��o poderia ser a pris�o domiciliar, com um bracelete eletr�nico.”
O advogado tamb�m ter� de lidar com a acusa��o de falsidade ideol�gica, j� que Pizzolato tinha uma s�rie de documentos em nome de um irm�o morto h� 36 anos. As penas para o crime na It�lia v�o at� cinco anos.
Os policiais ainda confirmaram que, em Treviso e em outras cidades, Pizzolato ainda foi �s autoridades se passando pelo irm�o e alegando que havia perdido seus documentos. “A a��o tinha como objetivo recriar o irm�o como um nacional italiano”, explicou Stefano Savo, comandante da pol�cia de M�dena.
Pizzolato passou por Buenos Aires, Espanha, Fran�a, Treviso, por uma casa em Spezia e finalmente chegou a Maranello. Nesse per�odo, solicitou novos documentos para a Justi�a italiana e tentou recriar sua vida, com outro nome- justamente o de seu irm�o morto. O petista fez o mesmo no Brasil, antes de fugir .
Extradi��o
Se a defesa de Pizzolato monta sua estrat�gia, em M�dena a pol�cia italiana confirmou que a opera��o lan�ada desde novembro para a captura de Pizzolato j� foi tomada com a meta de extradi��o. A busca por Pizzolato, segundo a pol�cia, come�ou j� no dia 26 de novembro, dez dias depois do an�ncio de que ele teria fugido.
“Analisamos o tratado de extradi��o e estava claro que existia uma possibilidade concreta de extradi��o”, disse o coronel Francesco Fallica, da pol�cia financeira de M�dena e coordenador da a��o da Interpol na regi�o. “Por isso come�amos o trabalho ativamente.”
Fallica admitiu que o fato de Pizzolato ter tamb�m cidadania italiana poderia ser um problema. “Mas examinamos bem e conclu�mos que existe, sim, a possibilidade de extradi��o e que ele deveria ser capturado”, disse. “Decidimos agir porque queremos garantir a justi�a. Desde o primeiro momento a a��o foi feita com fins de extradi��o.”
Para evitar a extradi��o, uma op��o que sua defesa pode alegar ainda � que, por ser italiano, Pizzolato quer cumprir sua pena na It�lia. Mas o pr�prio advogado admitiu que n�o existe a possibilidade de que Pizzolato consiga que a Justi�a italiana fa�a uma revis�o de seu caso. Ao fugir, o brasileiro argumentou que decidiu escapar do Pa�s justamente para provar sua inoc�ncia, desta vez na It�lia.
Bergami tamb�m desfez v�rias informa��es de aliados de Pizzolato que garantiam que o brasileiro havia fugido com documentos que provariam sua inoc�ncia no caso do mensal�o e que ele j� teria um advogado na It�lia. Ontem, Bergami negou que o brasileiro tenha entregue qualquer tipo de novas provas. O italiano deixou claro que ele foi chamado pela pol�cia para defender o brasileiro e que Pizzolato, para ele, era “um ilustre desconhecido”.