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Estado de Minas

Ap�s protestos, manifestantes e presidente Dilma seguem sem di�logo

L�deres dos movimentos sociais reclamam que n�o surtiram efeito as tentativas da presidente Dilma Rousseff de abrir negocia��o, ap�s os protestos de junho que sacudiram o pa�s


postado em 23/02/2014 00:12 / atualizado em 23/02/2014 08:53

A constru��o da imagem de uma presidente sens�vel aos movimentos sociais e aberta ao di�logo, iniciada ap�s as manifesta��es de rua que sacudiram o pa�s em junho do ano passado e puxaram para baixo a popularidade da chefe maior da na��o, ainda est� longe do resultado esperado. Na pr�tica, o Pal�cio do Planalto continua com as portas fechadas. Integrantes do Movimento Passe Livre, Articula��o dos Povos Ind�genas do Brasil, grupos LGBT e sem-terra atestam que o esfor�o empreendido por Dilma Rousseff logo ap�s os protestos, recebendo os principais l�deres e, pela primeira vez na gest�o, representantes dos povos ind�genas, n�o passou de uma tentativa frustrada de estabelecer uma mesa permanente de negocia��o. Todos afirmam: “a pauta n�o anda”.

O governo sabe disso e aposta todas as fichas no ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, numa tentativa de estreitar o di�logo com os movimentos sociais e conter os �nimos em ano eleitoral. O ministro foi requisitado pelo PT para participar do n�cleo de articula��o da campanha de reelei��o da presidente Dilma Rousseff. A tend�ncia � de que ele permane�a no governo para ser o homem da conten��o. A informa��o oficial � de que o governo federal redistribuiu todas as demandas e atesta que est� monitorando o desempenho de cada pasta.

Um dos integrantes do Movimento Passe Livre no Distrito Federal, Paique Duque, que se reuniu com Dilma em junho do ano passado, diz que n�o houve avan�o. “No ano passado, fomos convidados para centenas de reuni�es em todo o pa�s, mas esse di�logo n�o resultou em medidas concretas para a modifica��o da pauta central. O que estamos vendo � aumento de tarifa. No Rio de Janeiro, j� ocorreu. Deixamos claro para a presidente que a nossa principal luta � a tarifa zero”, explicou.

Ele informou que a desonera��o das empresas de �nibus para barateamento das passagens n�o � bandeira defendida pelo movimento. “Deixamos isso muito claro durante o encontro com a presidente. Essas s�o medidas que o governo j� defendia antes das manifesta��es. Voc� s� aumenta o lucro do empres�rio. N�o h� melhoria do servi�o e ainda retira as poucas responsabilidades sociais que eles t�m”, ressalta.

O secret�rio de Pol�tica Agr�ria da Confedera��o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Zenildo Pereira Xavier, argumenta na mesma linha. “N�o vamos negar que houve a inten��o do di�logo, mas ficou s� no discurso. O governo precisa avan�ar de verdade. Ele se comprometeu com diversos segmentos. N�o houve mudan�a. H� uma lentid�o”, declarou. Na opini�o de Zenildo, o agroneg�cio continua influenciando as decis�es do Planalto. “O governo ainda n�o tem a clareza do lado dele. Eu sei que o governo deve ser de todos, mas, apesar da tentativa de di�logo, os avan�os s�o lentos.”

H� 10 dias, 15 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram uma marcha pela Esplanada. Houve pancadaria na frente do Planalto. Do carro de som, os coordenadores classificaram a presidente como “fantoche dos ruralistas” e pediam a todo instante uma “grande vaia para aquela que prometeu assentar nossas fam�lias”. Um dia ap�s o tumulto, Dilma se rendeu. Recebeu uma comitiva do MST. Ganhou uma carta de reivindica��es com 10 pontos, ouviu cr�ticas e, mais uma vez, comprometeu-se a analisar todas as demandas.

Urucum

No fim do ano passado, 400 �ndios invadiram a �rea externa do Pal�cio do Planalto. Tamb�m pressionavam a presidente e chegaram a cham�-la de “assassina”. Eles insistiam em marcar uma audi�ncia com Dilma. A press�o foi grande. Alguns seguran�as, respons�veis por selecionar uma comiss�o para negociar, tiveram o rosto pintado com urucum.

Marcos Terena, integrante da Comiss�o Brasileira de Justi�a e Paz, alega que n�o h� interlocu��o do governo federal com os povos ind�genas. “Falta estabelecer um di�logo. O governo atua por impulso. Agora, em 2014, � preciso criar um canal de negocia��o nas esferas governamentais. Quem falava pelos �ndios era a Funai, mas o �rg�o foi esvaziado politicamente e administrativamente. N�o tem poder de a��o”, relata. Ele salienta que �ndio no Brasil virou caso de pol�cia. “A gente precisa abrir esse canal com a candidata Dilma Rousseff. O sistema de governo n�o pode tratar a agenda ind�gena como uma solenidade. Aquilo ali (reuni�o de povos ind�genas com Dilma em julho do ano passado) foi s� uma solenidade. Nada mais”, declarou.

A Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica afirmou que “o di�logo do governo federal com os movimentos sociais � permanente e tem se mantido aberto desde o in�cio da gest�o de Dilma”. Ainda de acordo com a resposta oficial do governo, “em cada uma das reuni�es, a presidente deu encaminhamentos precisos, remetidos a diferentes minist�rios. Foram centenas de demandas apresentadas pelos movimentos sociais”. A Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica garante que todas as demandas est�o em diferentes n�veis de implementa��o ou negocia��o. O governo alega que “existem ainda mesas de di�logo com calend�rio de reuni�es e agenda de trabalho montada”. Informa como exemplo a mesa dos movimentos de moradia e dos atingidos por barragens. Mesmo assim, alega o Planalto, Dilma continua recebendo pessoalmente l�deres de movimentos sociais.


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