
Bras�lia – Mesmo com todo o esfor�o desprendido pelo governo federal para debelar a crise na base aliada, com a promessa de que 12 ministros v�o � C�mara ap�s o carnaval estreitar o di�logo e acelerar a aplica��o dos recursos referentes �s emendas parlamentares do ano passado, a cria��o do “bloc�o” dos descontentes, liderado pelo PMDB, est� selada. O grupo, formado por sete partidos governistas, j� mostrou o que � capaz de fazer para pressionar a presidente Dilma Rousseff. Nessa ter�a-feira, com a ajuda decisiva dos insatisfeitos, a C�mara colocou em vota��o como primeiro item da pauta requerimento da oposi��o para criar uma comiss�o externa para investigar suspeitas de pagamento de propinas por parte da empresa holandesa SBM Offshore a funcion�rios da Petrobras.
A vota��o foi iniciada e o requerimento chegou a ser aprovado por larga maioria, mas o PT pediu verifica��o nominal. Pressionado ap�s seguidas obstru��es, o presidente da C�mara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), encerrou a sess�o alegando que o hor�rio havia sido extrapolado. A vota��o ser� retomada hoje. Logo ap�s a reuni�o de l�deres, que decidiu colocar como prioridade a aprecia��o da cria��o do grupo para realizar a investiga��o fora do Brasil, o l�der do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu aos rebelados em tom de amea�a. “Vou relatar ao governo at� para ver se vai ser mantido o cronograma (de visitas de ministros � C�mara), porque, se combinamos uma coisa e depois a situa��o muda, a� aquilo que foi combinado pode mudar tamb�m”, amea�ou.
O petista demonstrou irrita��o com a atitude do bloc�o. “Eu n�o perguntei para cada l�der da base que apoiou qual foi a sua motiva��o. Agora, � evidente que, do ponto de vista da leitura do quadro pol�tico, eu n�o posso descartar essa hip�tese (de retalia��o). Significa que a reuni�o que foi feita ontem (segunda-feira), com o vice-presidente (Michel Temer) e o ministro chefe da Casa Civil (Aloizio Mercadante) e a ministra da Secretaria de Rela��es Institucionais (Ideli Salvatti) n�o foi suficiente para recolocar nas bases usuais a rela��o do Executivo com seus aliados”, declarou.
O grupo formado pelo PMDB, PP, PROS, PDT, PTB, Solidariedade e PR, todos da base aliada, conta com 256 parlamentares. Ap�s almo�o na casa do l�der do PMDB na C�mara, Eduardo Cunha (RJ), a orienta��o foi de teriam uma pauta pr�pria e n�o ficariam a reboque do Executivo. “Estamos fazendo isso com o objetivo de nos fortalecer no Parlamento. O que fazemos ou fizemos � uma alian�a informal para procedimentos comuns”, justificou Cunha.
O l�der do PROS, Givaldo Carimb�o (AL), argumentou na mesma linha. “N�s vamos fazer nossa pauta, enquanto parlamento, para que se votem as mat�rias do Executivo mas tamb�m se votem as do Legislativo”. Ele reclamou da falta de di�logo com o governo federal. “Temos parlamentares que est�o aqui h� 12 anos e que nunca conseguiram votar um projeto. � s� Executivo, Executivo, Executivo. Essa sistem�tica tem que mudar”, afirmou.
F�LEGO Al�m da quebra de acordo na libera��o das emendas parlamentares de 2013, o grupo dos insatisfeitos reclama do trancamento da pauta da Casa porque o governo federal carimbou projetos de seu interesse com o regime de urg�ncia constitucional. O bloc�o ganhou f�lego em raz�o da demora para decidir a reforma ministerial e as alian�as estaduais.
A ministra de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti, esteve na C�mara reunida com l�deres partid�rios na tentativa de apagar o inc�ndio. N�o adiantou. Chinaglia explicou qual seria o objetivo da visita dos ministros � C�mara. “Houve minist�rios que n�o cumpriram (as a��es) naquilo que diz respeito a algo importante para os munic�pios munic�pios. Reivindica��es e emendas e verbas, teve alguns que n�o cumpriram. Isso foi dito claramente, portanto vai haver por parte do governo um pente-fino para saber que minist�rios deixaram de cumprir seus compromissos”, declarou.
