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Estado de Minas

Prefeitura em Minas provoca desperd�cio de R$ 2,1 milh�es

Apesar de ter recebido metade do valor de conv�nio para reconstruir 14 pontes, Prefeitura de Paulistas abandonou as obras. V�rias placas foram retiradas e em alguns locais n�o h� como passar


postado em 28/04/2014 00:12 / atualizado em 28/04/2014 07:36

Pontes que existiam antes do início das obras de reconstrução estão intransitáveis, pois muitas foram destruídas ou tiveram o curso desviado para a construção das novas(foto: JC/Divulgação)
Pontes que existiam antes do in�cio das obras de reconstru��o est�o intransit�veis, pois muitas foram destru�das ou tiveram o curso desviado para a constru��o das novas (foto: JC/Divulga��o)

Investigada pelo Minist�rio P�blico Federal por suspeita de fraude na licita��o para a reconstru��o de 14 pontes que teriam sido destru�das pela chuva, a Prefeitura de Paulistas, no Vale do Rio Doce, abandonou as obras. Nenhuma ponte foi conclu�da, apesar de o Minist�rio da Integra��o Nacional ter liberado para a cidade, em janeiro do ano passado, R$ 2,1 milh�es – metade do valor total do conv�nio firmado com a pasta, or�ado exatamente em R$ 4.285.248,60. Na conta-corrente aberta pela prefeitura para receber esse dinheiro restaram apenas R$ 47 e nenhum benef�cio para a popula��o. Pelo contr�rio. As pontes de madeira que existiam antes do in�cio das obras de reconstru��o est�o intransit�veis, pois muitas foram destru�das ou tiveram seu curso desviado para a constru��o das novas. O mato toma conta das estruturas de concreto abandonadas. Equipamentos usados pelos oper�rios foram deixados no meio da estrada e algumas placas com os dados das obras foram retiradas.

Uma das pontes que come�ou a ser constru�da pegou uma faixa de terra na entrada da propriedade de dona Ser�fica dos Anjos Pimenta, de 56 anos. Segundo sua filha, a publicit�ria Deyse dos Anjos Pimenta, a construtora respons�vel abandonou o maquin�rio no local, desviou o curso da ponte que j� existia e agora, quando chove, os carros n�o conseguem passar. A ponte que come�ou a ser constru�da seria batizada com o nome de seu pai, Jos� de Lori. “A placa da obra da ponte diz que ela custou R$ 315 mil e alguns centavos, mas tem apenas dois pilares bem elevados”, afirma. A fam�lia, segundo ela, estuda medidas judiciais contra a prefeitura por causa da obra. O lavrador Geraldo Colin, de 53, tamb�m n�o se conforma com o abandono das obras. Ele mora a 50 metros dos pilares da ponte, que seria batizada com o nome de Rico Bruno. Logo ap�s a ponte tem um campo de futebol.

Segundo ele, a ponte antiga era dif�cil de transitar quando chovia muito, mas “todo mundo passava”. “Agora ningu�m passa mais”. O tra�ado antigo foi alterado e parte da madeira arrancada. Os carros com pessoas doentes param antes da ponte danificada e os doentes s�o carregados no colo ou em macas. Perto fica um campo de futebol. Nos dias de campeonato, de acordo com ele, os �nibus das equipes param antes e os jogadores seguem a p�, pois n�o d� para seguir adiante. Ao lado, a estrutura da nova ponte, segundo ele, est� coberta de mato. “Era ruim, mas dava para passar. Agora, depois dessa porcariada que fizeram, piorou mais ainda. � um absurdo. Nunca vi isso na minha vida. N�o tenho nem o que dizer nem com quem reclamar, o prefeito n�o mora na cidade”, reclama o lavrado, referindo-se a Leandro Barroso (PSDB).

A presidente da C�mara Municipal de Paulistas, Carla Oliveira da Costa (DEM), disse que o Legislativo j� solicitou informa��es para a prefeitura sobre o motivo da paralisa��o das obras, mas n�o obteve ainda resposta oficial. “Mas o que os funcion�rios da prefeitura comentam � que teria havido uma fiscaliza��o que determinou a suspens�o das obras, mas n�o sabemos ao certo se isso � verdade”, comenta. O prefeito Leandro Barroso n�o foi localizado pela reportagem para falar sobre a interrup��o das obras.

ADIMPLENTE O prazo final do conv�nio termina em 15 de junho, segundo informa��es do Portal da Transpar�ncia, que tamb�m classifica a prefeitura como “adimplente”. Desde agosto do ano passado tramita na Procuradoria da Rep�blica em Governador Valadares um inqu�rito para investigar as den�ncias de fraude e montagem no processo licitat�rio para as obras da ponte. O procedimento, no entanto, corre em sigilo e nenhuma informa��o pode ser repassada pelo Minist�rio P�blico Federal.

Reportagem exclusiva do Estado de Minas revelou que a licita��o foi forjada. Na montagem da concorr�ncia, os carimbos e o papel timbrado dos participantes do processo licitat�rio e os nomes dos representantes das empresas foram trocados e confundidos. Al�m disso documentos de construtoras supostamente concorrentes e localizadas em cidades distantes umas das outras apresentaram os mesmos erros de digita��o e ortografia.

Entre os participantes dessa concorr�ncia est�o alguns dos denunciados pela Opera��o Jo�o-de-barro, que desbaratou um esquema envolvendo emendas parlamentares para realiza��o de pequenas obras em prefeituras de diversas cidades do Brasil, principalmente Minas Gerais. Reportagem revelou tamb�m que uma das pontes constantes no conv�nio assinado pela prefeitura, a Ponte dos Val�rios, j� tinha sido reconstru�da pela prefeitura vizinha de Materl�ndia, mas mesmo assim constava do projeto.


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