
O senador Fernando Collor (PTB-AL) comemorou nesta segunda-feira, 28, na tribuna do Senado, o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), em que era acusado de envolvimento num esquema de desvio de verba p�blica em contratos de publicidade. "Em verdade, esse novo julgamento, essa nova absolvi��o possui, em especial, o m�rito e a virtude de passar a limpo o Pa�s no que tange ao meu per�odo � frente da Presid�ncia da Rep�blica" destacou.
Na �ltima quinta-feira, 24, o STF encerrou o �ltimo cap�tulo do esc�ndalo de corrup��o que culminou no impeachment de Collor, em 1992. De l� para c�, o hoje senador pelo PTB de Alagoas enfrentou 14 inqu�ritos, 8 peti��es criminais e 4 a��es penais. Collor foi absolvido em todos os casos, inclu�do o processo decidido na semana passada pelo STF.
Por falta de provas, Collor foi absolvido da acusa��o de envolvimento num esquema de desvio de verba p�blica por meio de contratos de publicidade. Conforme a den�ncia, o dinheiro beneficiava empres�rios que, em troca, pagavam despesas pessoais do presidente, como a pens�o aliment�cia a um filho que Collor tivera fora do casamento.
Pelos crimes de falsidade ideol�gica e corrup��o passiva, cinco ministros votaram pela absolvi��o por falta de provas - C�rmen L�cia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Lu�s Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski. Outros tr�s ministros apenas declaravam a prescri��o dos crimes, sem analisar as provas e argumentos da acusa��o e da defesa. Pelo crime de peculato, todos os ministros votaram pela absolvi��o.
No discurso desta segunda-feira, al�m de se defender e se dizer injusti�ado, o senador atacou o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. "O senhor presidente da Suprema Corte do Pa�s tem uma car�ncia de liturgia para o exerc�cio do seu cargo", disse o senador. Collor destacou ainda que Barbosa, ao proclamar o resultado do julgamento, o fez de "forma desmerecedora e embara�osa, deturpando completamente o parecer da ministra relatora e reinterpretando desidiosa e deformadamente os fatos".
Na semana passada, ao final da sess�o de julgamento, o presidente do STF disse a jornalistas "que cada um tire sua conclus�o". "Isso � um retrato de como funciona a Justi�a criminal brasileira. Com trope�os, com mil dificuldades. � isso. Esse caso chegou aqui em 2007, ou seja, passados 15 anos. Voc�s tirem as suas conclus�es", disse Barbosa, na ocasi�o. "Sinceramente, n�o � essa a conduta, a razoabilidade, o estoicismo que se espera de um chefe de poder da Rep�blica", rebateu hoje Collor.
O senador alegou, ainda, ter sido v�tima de injusti�a. "Depois de mais de duas d�cadas de expectativas e inquieta��es pelas injusti�as a mim cometidas, cabe agora perguntar: quem poder� me devolver tudo o aquilo que perdi? A come�ar pelo meu mandato presidencial e o compromisso p�blico que assumi; a tranquilidade perdida por anos a fio, assim como a retrata��o proporcional que todo ser humano merece ao se prejulgado sem julgamento, injusti�ado sem culpa, vitimado sem dolo e responsabilizado por atos e fatos inventados e vers�es forjadas", criticou o ex-presidente.
Collor criticou ainda quem atribui a sua absolvi��o no Supremo � falta de provas, segundo ele, "insinuando, nas entrelinhas, ou querendo apontar, de forma escamoteada e covarde, algum descr�dito dos julgamentos".