Naira Trindade
Bras�lia – A Sele��o Brasileira entrar� em campo daqui a 18 dias com uma miss�o maior do que vencer a Copa. Os jogadores encaram a press�o de superar as defici�ncias que os governos deixaram nos sistemas de mobilidade urbana, de sa�de e de seguran�a p�blica. Das promessas de deixar legados nas 12 cidades sede, poucas foram conclu�das a tempo do Mundial. Entre as que ficaram s� no papel, est� o sistema de r�dio de comunica��o da seguran�a p�blica nas cidades.
“Imagine que a Pol�cia Militar esteja fazendo uma a��o dentro do est�dio, precise chamar a Pol�cia Civil, que est� fora, e n�o tem como ligar pelo celular”, indaga o especialista em seguran�a p�blica. Geralmente, os telefones n�o funcionam plenamente quando h� uma aglomera��o de pessoas usando aparelhos em um mesmo lugar. Em Bras�lia, por exemplo, s�o comuns os relatos de usu�rios que perdem o sinal ou t�m dificuldades de falar ao celular durante as partidas de futebol realizadas no Est�dio Man� Garrincha.
Com a comunica��o via r�dio integrada, crimes como sequestros, arrast�es, assaltos poderiam ser rapidamente solucionados num flagrante. Outra preocupa��o � com a possibilidade de manifesta��es em torno das arenas. A falta de contato eficiente entres as corpora��es pode transformar os protestos em uma real amea�a. Por�m, o coronel ressalta que manter a seguran�a num evento grande � mais f�cil. “O dif�cil � garantir a seguran�a nesses pequenos crimes.”
Das 12 cidades que receber�o jogos do Mundial, s� Recife mant�m um sistema eficiente de r�dio para atender a popula��o, na opini�o do ex-secret�rio Nacional de Seguran�a P�blica coronel Jos� Vicente da Silva Filho. L�, as unidades foram unidas no passado e feitos ajustes que possibilitaram uma melhora no atendimento das corpora��es. O especialista cita capitais como Rio de Janeiro, Manaus, S�o Paulo e Bras�lia entre as prec�rias na comunica��o.
PALIATIVO
Em Bras�lia, um recurso emperrou o processo de licita��o. De acordo com o secret�rio Paulo Roberto de Oliveira, uma empresa recorreu � Justi�a e atrasou a tramita��o para a aquisi��o de um novo sistema de r�dio. A sa�da foi implantar um paliativo. Foram comprados celulares e tablets que ser�o usados por policiais militares para enviar imagens, em tempo real, de qualquer parte do DF, aos centrais de comando. “Nosso objetivo � colocar a pol�cia no lugar certo, no momento certo, de forma a potencializar o aparato (humano e material) de que disponibilizamos”, disse o secret�rio. Al�m disso, haver� uma central integrada para unificar as informa��es que chegarem das ruas visando a uma r�pida tomada de decis�es pelas autoridades.
Foram investidos R$ 25 milh�es na rede corporativa que abrange instala��es de torres e transmiss�o de dados na central integrada de comando. Na capital, a licita��o para a r�dio comunica��o est� prometida para o terceiro trimestre. O legado da Copa do Mundo chegar� s� depois do evento.
Atendimento em v�rios idiomas
Bras�lia – O ex-secret�rio Nacional de Seguran�a P�blica coronel Jos� Vicente da Silva Filho diz que, o turista, entretanto, possivelmente n�o perceber� as defici�ncias no sistema integrado. Em S�o Paulo, o norte-americano que ligar para o 911, n�mero de emerg�ncia nos Estados Unidos, ser� atendido por profissionais que atendem no 190, em ingl�s. O mesmo acontece se europeus discarem 211, com atendentes que dominam o espanhol e o franc�s. Duzentos e cinquenta profissionais com dom�nio de outros idiomas estar�o dispon�veis para diminuir as barreiras com a l�ngua.
S� que a realidade paulista n�o valer� para todas as sedes da Copa do Mundo. “N�s passamos por um teste no ano passado, mas as liga��es do Acre ca�am aqui no Distrito Federal”, explicou o secret�rio de Seguran�a P�blica em exerc�cio no Distrito Federal, Paulo Roberto Batista de Oliveira. Ele alega que h� uma promessa de os n�meros internacionais funcionarem nas cidades sede a partir de 2 de junho, 10 dias antes da estreia, mas n�o h� garantia de dar certo.
O Minist�rio da Justi�a afirma que os �rg�os de seguran�a p�blica no pa�s utilizam, em sua maioria, r�dios de comunica��o com as tecnologias Tetra e Apco 25. O �rg�o diz ter implantado um projeto do “sistema Integrador que permitir� a forma��o de grupos de comunica��o, envolvendo equipamentos dessas e de outras tecnologias, em que diferentes institui��es interajam, possibilitando o atendimento, em menor tempo, para o cidad�o e demais envolvidos”. (NT)
