Segundo lugar nas pesquisas de inten��o de voto, o tucano A�cio Neves vai se dedicar a uma apresenta��o ao eleitorado. Segundo apurou a reportagem, a estrat�gia dos marqueteiros do partido, neste primeiro momento, ser� contar a hist�ria do candidato, sua origem em uma fam�lia de tradi��o pol�tica, o parentesco com Tancredo Neves (eleito presidente ap�s o fim da ditadura militar) e a trajet�ria como deputado federal, presidente da C�mara dos Deputados, governador por dois mandatos e senador da Rep�blica.
De acordo com aliados, mesmo tendo uma pauta clara de propostas a serem apresentadas para convencer o eleitorado a aderir � sua candidatura, A�cio ainda precisa se tornar conhecido nacionalmente — ele tem um nome muito associado ao Sudeste. O roteiro de viagens � diversificado. Neste fim de semana, o tucano voou para o Paran� e Rio Grande do Sul, para atrelar sua imagem a dois l�deres nas pesquisas para governador: Beto Richa (PSDB-PR) e Ana Am�lia (PP-RS). No pr�ximo fim de semana, a inten��o � voar para o Acre, estado comandado h� muito tempo pelo PT, e para Manaus, governada pelo correligion�rio Arthur Virg�lio. Na semana seguinte, o Nordeste ter� aten��o total. A inten��o � visitar todos os estados da regi�o entre os dias 12, 13 e 14. “O Nordeste merecer� uma aten��o toda especial, n�o na campanha, mas no governo. Levaremos o exemplo do que fizemos em Minas Gerais, onde, no fim do nosso mandato, t�nhamos gasto tr�s vezes mais per capita na regi�o mais pobre de Minas do que nas regi�es mais ricas”, anunciou ele, ap�s evento de campanha em Minas Gerais.
Conciliar agendas
A presidente Dilma deve equilibrar mais, neste m�s, a agenda de campanha e a oficial, como presidente. Em julho ela foi, dos tr�s principais candidatos, a que menos viajou. Mas, agora, o comando de campanha avisou que ela mudar� a estrat�gia. “Pretendemos centralizar as viagens neste momento nos quatro principais col�gios eleitorais brasileiros: S�o Paulo, Minas, Rio e Bahia”, disse o presidente nacional do PT, Rui Falc�o.
Al�m de aproveitar para, de uma vez s�, atingir um n�mero maior de eleitores, Dilma precisa atuar fortemente nesses estados para anular a rejei��o que enfrenta em rela��o aos principais advers�rios na corrida pelo Planalto. O Nordeste, tradicional reduto eleitoral do PT, n�o ser� esquecido. Mas l� ela contar� com a presen�a de um companheiro luxuoso. “Estamos aguardando o ex-presidente Lula definir a agenda de viagens dele com Dilma para os estados nordestinos”, confirmou Falc�o.
Na propaganda eleitoral, a equipe do marqueteiro Jo�o Santana est� preparando um bombardeio de informa��es sobre os principais programas sociais do governo: Mais M�dicos, Minha Casa, Minha Vida e Bolsa-Fam�lia. Ser� apresentada uma presidente que aprofundou as transforma��es e a inclus�o no pa�s, aliado a um slogan que ela deixou escapar durante a sabatina dos presidenci�veis na Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI). “Eu tenho que mostrar o que eu fiz. E se eu fiz, sou capaz de fazer mais, e melhor.”
O PSB refor�ar� ainda mais no hor�rio eleitoral o discurso de que Eduardo Campos e Marina Silva representam a oportunidade de mudan�a ap�s 20 anos de polariza��o entre PT e PSDB no governo federal. Com menos tempo de televis�o e menos dinheiro em caixa, as viagens tendem a se concentrar nos grandes centros, para atingir com menos gastos o maior n�mero de eleitores poss�vel.
Milhagem acumulada
No primeiro m�s de campanha presidencial, iniciado oficialmente em 6 de julho, alguns fatores influenciaram as op��es de viagens dos presidenci�veis e impactaram diretamente nas quilometragens a�reas de cada um.
Dividida entre a campanha e a atividade de presidente, Dilma Rousseff n�o fez longas viagens. Primeiro porque havia a Copa do Mundo e, ap�s o t�rmino do Mundial, ela foi a Fortaleza para participar do encontro do Brics (grupo econ�mico composto por Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul). Nessa reta final, foi ao Rio, � S�o Paulo fazer o que pode ser considerado o primeiro com�cio na sede da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) e em Minas Gerais, totalizando 4,5 mil quil�metros voados.
A�cio Neves e Eduardo Campos viajaram bem mais. Diferentemente da presidente, que sempre partir� de Bras�lia para suas viagens de campanha, o tucano e o socialista decidiram montar os comit�s centrais em S�o Paulo. Por isso, para efeito de c�lculo, o ponto de partida sempre foi considerado a capital paulista.
� exce��o de uma viagem ao Cear�, A�cio Neves concentrou seus deslocamentos � regi�o Sudeste, � capital federal no Sul. S�o locais onde a campanha est� mais estruturada e o PSDB tem candidatos mais competitivos, o que lhe d� uma estrutura mais favor�vel para dialogar com eleitores. Tanto que a inaugura��o da campanha se deu na feira de cultura japonesa, ao lado do candidato � reelei��o por S�o Paulo, Geraldo Alckmin.
Campos tamb�m optou por percorrer os caminhos que lhe s�o mais familiares. Dos nove destinos escolhidos at� o momento, cinco est�o no Nordeste. Ele veio duas vezes � capital federal e ainda visitou Minas Gerais, Esp�rito Santo e Santa Catarina para lan�ar a campanha de aliados estaduais.