
Os sucessivos esc�ndalos de corrup��o do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, candidata � reelei��o, e as contradi��es de Marina Silva (PSB) foram os principais alvos da artilharia dos sete candidatos que participaram na noite desse domingo e in�cio da madrugada desta segunda-feira do debate presidencial da TV Record. Mas o pen�ltimo confronto das elei��es’2014 n�o deixou de fora assuntos espinhosos como o descontrole da infla��o e problemas no setor energ�tico, al�m de programas sociais como o Bolsa Fam�lia e o Minha casa, minha vida.
J� no primeiro bloco, o candidato do PSDB, senador A�cio Neves, aproveitou muni��o de pergunta de Dilma sobre a possibilidade de privatiza��o da Petrobras para escancarar, mais uma vez, o esc�ndalo envolvendo esquemas de propina na maior estatal do pa�s. “Eu vou reestatiz�-la. Vou tir�-la das m�os desse grupo pol�tico que toma conta dessa empresa e est� fazendo aquilo que nenhum brasileiro poderia imaginar, um neg�cio h� 12 anos”, disse.
O tucano falou tamb�m da den�ncia que a campanha de Dilma nas elei��es de 2010 teria solicitado dinheiro de propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que est� preso, acusado de lavagem de dinheiro. “A senhora era a presidente do Conselho de Administra��o dessa empresa. � vergonhoso, eu expresso aqui a indigna��o de milh�es de brasileiros. As den�ncias n�o cessam", afirmou A�cio. Dilma n�o aceitou a acusa��o e elevou o tom: "Eu combato a corrup��o para fortalecer a Petrobras. Tem gente que usa as den�ncias de corrup��o para enfraquecer a Petrobras. Eu registro que os senhores foram sempre favor�veis a uma rela��o com a Petrobras de privatiza��o. � eleitoreiro falar o que senhor vai reestatizar”, disse.
Os candidatos nanicos n�o deixaram por menos e, em pergunta para Levy Fidelix (PRTB), o Pastor Everaldo (PSC) questionou que, se a presidente alega n�o ter conhecimento da corrup��o na petrol�fera, n�o poderia ter a “menor ideia do que est� acontecendo”. “Se um funcion�rio da Petrobras disse que recebeu mais de R$ 50 milh�es de propina, imagine seus chefes”, questionou Everaldo. Levy, por sua vez, se perguntou "at� quando a popula��o vai aguentar tudo isso?”.
Escravos
A artilharia contra a presidente tamb�m atingiu o programa Mais M�dicos, ironizado pelo candidato Eduardo Jorge (PV), que � m�dico sanitarista. Segundo ele, o Mais M�dicos foi adotado �s pressas, em resposta �s manifesta��es de junho de 2013, e que o governo falhou em n�o investir em medidas como refor�o do programa de sa�de da fam�lia e no aumento de investimentos no setor. “Importaram porque n�o formou. N�o prestigiou o m�dico da fam�lia. De �ltima hora, inventaram esses defeitos, pesquisaram, e importaram esses m�dicos. Importar m�dicos n�o tem problema, importar semi-escravos sim. Pagar R$ 3 mil a um cubano � semi-escravid�o”, disse Eduardo Jorge, que apelidou o Sistema �nico de Sa�de (SUS) de “Sistema �nico da Doen�a”.
Dilma centrou fogo em sua principal advers�ria Marina Silva ao afirmar que a socialista, nos �ltimos tr�s anos, mudou de partido quatro vezes e ainda n�o se manteve firme em posi��es relativas � Consolida��o das Leis do Trabalho (CLT), homofobia, explora��o do Pr�-sal e a CPMF. Mas Marina n�o afinou: “Mudei de partido para n�o mudar de ideias”, rebateu. A presidente insistiu que atitudes como as de Marina produzem inseguran�a. “N�o d� para improvisar”, disse.
Ao tentar atacar os problemas do setor energ�tico e questionar pol�ticas improvisadas do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) e do PT, em pergunta para A�cio Neves, Marina Silva voltou a ter sua postura questionada, dessa vez pelo tucano. “Concordamos em diversificar a matriz energ�tica, mas � preciso que se fa�a justi�a, quando a senhora fala do governo Fernando Henrique. Ele tinha o desafio de domar a infla��o das costas do trabalhador. Lutamos muito com isso, contra o PT, no tempo em que, lamentavelmente, a senhora ainda participava do PT”, acusou.
Al�m das trocas de farpas, Levy Fidelix protagonizou um dos momentos mais constrangedores do debate. Ao ser questionado por Luciana Genro (Psol) sobre sua posi��o em rela��o �s rela��es homoafetivas, ele disse ser contr�rio e justificou: “Dois iguais n�o fazem filho”. E completou: “Esse pessoal precisa ser atendido, mas que fique longe da gente”.