Tr�s procuradores da Rep�blica que atuam na Opera��o Lava-Jato em Curitiba estiveram nesta quarta-feira, na sede do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), em Bras�lia, e afirmaram aos ministros da corte que ser� prejudicial �s investiga��es o fechamento de um acordo de leni�ncia entre a Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), �rg�o do Poder Executivo, e as empresas investigadas.
A reportagem apurou que os procuradores tamb�m temem a participa��o da CGU porque avaliam que pode ser de interesse do Executivo atuar para conter a crise, deixando ela restrita � Petrobras. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que empres�rios t�m procurado o ex-presidente Lula em conversas com tom de amea�a, caso os neg�cios sejam atingidos pelas investiga��es.
A empresas investigadas fizeram doa��es milion�rias para partidos pol�ticos da base governista. A inten��o da Lava Jato, por outro lado, seria ir a fundo e descobrir desdobramentos das irregularidades em mais �rg�os e empresas p�blicos, al�m da Petrobras. Essa diverg�ncia de objetivos teria sido o motivo para o MPF n�o aceitar trabalhar em conjunto com a CGU na elabora��o dos acordos.
O grupo de Curitiba tamb�m disse aos integrantes do TCU que as dela��es premiadas com pessoas investigadas e o �nico acordo de leni�ncia com empresa que j� foi firmado at� agora (com a Toyo) s�o os principais trunfos da Lava Jato. Segundo eles, foi a partir da colabora��o de acusados com o MPF e com a Pol�cia Federal que foi poss�vel avan�ar nas apura��es. Eles temem que as empresas podem abandonar a colabora��o com o MPF e preferir colaborar com a CGU, uma vez que � a controladoria que pode livr�-las, em um primeiro momento, de serem declaradas inid�neas e impedidas de fazer contratos com o poder p�blico. A leni�ncia com a CGU � defendida pelo ministro da Advocacia Geral da Uni�o (AGU), Luis In�cio Adams.
Al�m dos tr�s procuradores de Curitiba, estavam na reuni�o o presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz, e os ministros do Tribunal de Contas Raimundo Carreiro, Benjamin Zymler, Jos� Mucio e Vital do R�go. Participaram ainda os ministros substitutos Weder de Oliveira, Augusto Sherman e Marcos Bemquerer. Cinco dos seis membros do Minist�rio P�blico de Contas tamb�m estavam na sala de confer�ncias do TCU na reuni�o que come�ou �s 12 horas desta quarta-feira. � exce��o de Cedraz, todos os presentes fizeram perguntas aos procuradores de Curitiba, mas os ministros n�o emitiram opini�o. Integrantes do MP junto ao TCU (que j� questionou formalmente a a��o da CGU junto �s empresas) apoiaram os procuradores.