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Estado de Minas

Dilma promete a Lula e ao PT que vai rever pontos do ajuste fiscal

A presidente sinalizou que estaria disposta a mudar medidas provis�ria que restringem direitos trabalhistas


postado em 24/03/2015 07:07 / atualizado em 24/03/2015 07:32

S�o Paulo e Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff comunicou ao PT e ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva que est� disposta a mudar as medidas provis�rias 664 e 665, que restringem a concess�o de benef�cios trabalhistas e integram o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Dilma n�o detalhou quais pontos estaria disposta a ceder, mas o comunicado � visto com otimismo pelo PT. As MPs 664 e 665 s�o apontadas pela sigla como o principal motivo de desgaste da presidente neste in�cio de segundo mandato, maior at� do que as den�ncias de corrup��o na Petrobras reveladas pela Opera��o Lava Jato. A disposi��o de Dilma em reduzir o corte � vista como ind�cio de uma rea��o pol�tica. Se mantidas como est�o, as MPs renderiam uma economia de R$ 18 bilh�es ao ano para o governo.

Um dirigente petista afirma reservadamente que as den�ncias sobre a Petrobras j� eram p�blicas durante a campanha eleitoral enquanto as medidas de ajuste fiscal pegaram de surpresa tanto o partido da presidente quanto os movimentos sociais, em especial sindicatos, que gravitam no entorno do partido. Pesquisas internas mostram que parte do eleitorado petista considerou as MPs um "estelionato eleitoral".

Em um evento da campanha de 2014 em Campinas (SP), Dilma foi questionada sobre a possibilidade de mudar direitos trabalhistas e respondeu: "nem que a vaca tussa". Nos protestos que levaram multid�es �s ruas no dia 15 de mar�o, v�rios manifestantes abordaram o tema em cartazes com a frase: "a vaca tossiu".

Al�m disso, as medidas provocaram distanciamento entre Dilma e os movimentos historicamente ligados ao PT que tamb�m protestaram nas ruas contra as medidas, dois dias antes.

Acerto de ponteiros

Na noite desta segunda-feira, 23, mais de 20 parlamentares petistas participaram de um reuni�o com ministros da equipe econ�mica para discutir as MPs. O l�der do PT na C�mara, Sib� Machado (AC), afirmou que defender� na pr�xima reuni�o da bancada que as duas medidas provis�rias sejam aprovadas tais quais editadas pelo Executivo, mas ponderou que ainda n�o existe posi��o fechada e que a legenda pode pedir altera��es pontuais. "Os parlamentares est�o mais tranquilos", disse Sib�.

A necessidade de Dilma recuar diante das MPs foi objeto de reuni�es do presidente da Central �nica dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e do senador Paulo Paim (PT-RS) com o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, e com Lula, ontem, em S�o Paulo. Lula est� agindo para evitar que as medidas gerem uma debandada de aliados hist�ricos e quadros pol�ticos do PT.

Durante a conversa, que aconteceu na sede do Instituto Lula, na zona sul, a dupla falou da dificuldade de manter na base o apoio ao governo se n�o houver uma mudan�a significativa no projeto. Lula concordou com a an�lise e afirmou que o Planalto vai discutir esses temas.

Insatisfeito com o PT desde a campanha eleitoral, Paim tem sinalizado a possibilidade de deixar a legenda se as MPs forem aprovadas e deixou claro que n�o ir� apoi�-las. Ao saber da insatisfa��o do parlamentar, PSB, Solidariedade, PMDB e PDT se ofereceram para abrig�-lo.

Ao deixar a sede do Instituto Lula, Paim disse que ficou "esperan�oso" com a conversa. Segundo ele, o ex-presidente se comprometeu a colaborar na negocia��o com o governo e incluiu outra demanda hist�rica do movimento sindical, o fim do fator previdenci�rio, na rela��o de temas que o governo deveria renegociar.

A preocupa��o agora � que Dilma n�o repita no caso das MPs a "barbeiragem" cometida no an�ncio do recuo da corre��o da tabela do Imposto de Renda, demanda hist�rica do movimento sindical cujo an�ncio foi feito sem a presen�a de sindicalistas.

Em fevereiro, Dilma j� havia sinalizado que o conte�do das MPs n�o era estanque.

"Estamos aperfei�oando a legisla��o (de benef�cios trabalhistas) porque ela tem que ser aperfei�oada. Assim como fizemos com o Bolsa Fam�lia. Acho que sempre h� negocia��o. Ningu�m acha que em um Pa�s democr�tico como o Brasil, que tem um Congresso livre, que tem movimentos sociais sendo ouvidos e com os quais voc� dialoga, seja algo fechado, que n�o h� negocia��o", disse a presidente a jornalistas ap�s uma cerim�nia diplom�tica no Pal�cio do Planalto.

A disposi��o de recuar na quest�o dos benef�cios ocorre no momento em que Dilma enfrenta uma rebeli�o da base no Congresso, manifesta��es que pedem sua sa�da e os piores �ndices de aprova��o desde que assumiu o governo. Segundo levantamento CNT/MDA divulgado na segunda-feira, 65% dos eleitores consideram o governo ruim ou p�ssimo contra apenas 11% que avaliam a administra��o como �tima ou boa.


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