A greve dos servidores do Minist�rio das Rela��es Exteriores que come�a nesta ter�a-feira no Brasil e no exterior tem como principais reivindica��es o pagamento em dia do aux�lio-moradia no exterior e os reajustes salariais de assistentes de chancelaria, diplomatas e oficiais de chancelaria. Embaixadas e consulados no exterior com fuso hor�rio � frente do brasileiro, na �frica, �sia, Europa e Oceania j� iniciaram a paralisa��o.
Outras reivindica��es da pauta s�o a concess�o autom�tica de passaporte diplom�tico a todos os membros do Servi�o Exterior Brasileiro, que n�o contempla os assistentes de chancelaria; al�m de regras para os plant�es consular, diplom�tico e dos setores de comunica��es dos postos no exterior, que hoje n�o t�m regime de compensa��o de horas para quem realiza os plant�es.
A oficial de chancelaria Ivana Lima entrou no minist�rio em 2007 e h� um ano e oito meses vive em Atlanta. Ela participa do movimento grevista e explica como a irregularidade do pagamento dos alugu�is afeta seu or�amento dom�stico. Segundo ela, o valor do aluguel da casa onde mora equivale a tr�s quartos do sal�rio l�quido.
“Irregularidades no pagamento como atrasos de um ou dois meses j� aconteceram antes, mas de agosto de 2014 para c� tivemos atrasos de tr�s ou quatro meses”, conta. Segundo ela para manter o aluguel em dia, foi preciso recorrer �s reservas, empr�stimos e cart�es de cr�ditos. "Vivemos no vermelho e n�o podemos planejar nada", acrescenta ela, que � casada e tem um filho. Filiada ao Sindicato, Ivana defende que seja firmado acordo escrito pelo Itamaraty com o compromisso de regulariza��o do pagamento do aux�lio-moradia no exterior.
O Itamaraty reconhece as dificuldades para cumprir o compromisso. Em um of�cio enviado pelo minist�rio ao sindicato no dia 16 de abril, o Itamaraty afirmou se solidarizar com o pleito da regulariza��o e pagamento dos aux�lios atrasados, e informou estar empenhado na obten��o da verba para o repasse. Segundo o of�cio, o saldo destinado para este tipo de despesa � insuficiente.
O impacto do atraso afeta todos os servidores e � mais grave em cidades com alto custo de vida. Osvaldo Nascimento � casado com uma oficial de Chancelaria e vive em Camberra. Eles t�m tr�s filhos de 17 anos, 14 anos e 12 anos. Ele disse � Ag�ncia Brasil que a fam�lia j� usou todas as economias que tinha por causa do pagamento atrasado e o que ajuda a minimizar � o fato de que ele pode trabalhar.
“Mas trabalho pelo dinheiro e estou fora da minha carreira", pondera. "O visto de trabalho que tenho � limitado e aqui trabalho carregando malas em um hotel e como lavador de pratos”, diz Osvaldo que, no Brasil, era professor universit�rio de portugu�s em Bras�lia. A fam�lia vive fora h� oito anos. O primeiro posto foi em T�quio e agora em Camberra.
Com rela��o � reivindica��o salarial, o Sinditamaraty informa que, em 2008, os diplomatas tiveram reajuste salarial, mas os assistentes e oficiais de chancelaria n�o receberam aumento.