
A ex-ministra Marina Silva (PSB) criticou nesta quinta-feira, em Campinas, a forma como o governo federal tenta aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal, consideradas por ela como "dram�ticas", pois imp�em sacrif�cios � popula��o "enquanto o governo n�o est� disposto a sacrificar-se". O governo Dilma Rousseff prop�s mudan�as no acesso a seguro-desemprego e a pens�es, entre outras medidas, para reduzir gastos.
Para Marina, as dificuldades que o governo vem enfrentando para a aprova��o das medidas do ajuste fiscal no Congresso demonstram "o colapso da velha composi��o pragm�tica", baseada na distribui��o de cargos, na qual se sustenta o governo. "Demonstra o esgotamento do modelo de coaliza��o", ponderou. � preciso, segundo ela, mudar a forma de se obter maioria e que o instrumento para isso deve ser a discuss�o program�tica e n�o o pragmatismo. Parlamentares do PT e de partidos aliados resistem a aprovar as medidas enviadas pelo governo.
Na avalia��o da ex-ministra, a falta de autocr�tica do governo contribui para as crises econ�mica e pol�tica. Se, anteriormente, disse, a situa��o n�o tivesse sido classificada como "marolinha" e tivessem sido adotadas medidas de combate aos problemas econ�micos, a situa��o poderia n�o ser t�o "dram�tica". "A popula��o se sente enganada, o que afeta a credibilidade e dificulta o avan�o", considerou. Ela, por�m, classificou as medidas do ajuste como "amargas mas necess�rias no contexto em que o Pa�s vive atualmente".
Fus�o
Marina, que proferiu palestra sobre sustentabilidade nos neg�cios como professora da Funda��o Dom Cabral, disse respeitar a decis�o do PSB em promover fus�o com o PPS. "Os dois partidos t�m, historicamente, muitos pontos de contato. E eu continuo filiada ao PSB at� a formaliza��o da Rede". Ela disse estar confiante de que o registro para funcionamento do partido Rede Sustentabilidade dever� ser concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em breve. "Estamos enviando agora 50 mil assinaturas e imaginamos que o registro deva sair brevemente", contou.
A ex-ministra, que iniciou sua vida partid�ria no PT, tamb�m disse respeitar a decis�o da senadora Marta Suplicy (SP) de transferir-se do PT para o PSB. "Quando deixei o PT tamb�m busquei outro caminho", comparou.
Candidata � Presid�ncia em 2014, Marina disse ainda n�o querer ocupar "cadeira cativa de candidata, mas sim contribuir para a melhoria da qualidade da pol�tica". "Atravessamos um momento de desconfian�a nas lideran�as pol�ticas. Um momento em que os partidos se preocupam com alian�as para tempo de tev�, com a contrata��o de bons marqueteiros quando, na minha opini�o, os partidos t�m sim � de discutir projetos e n�o a conquista do poder pelo poder", pontuou.