O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva articula com outras correntes do PT a substitui��o das cr�ticas mais duras ao ajuste fiscal e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pela defesa de uma "agenda de desenvolvimento" que "crie esperan�a" no Pa�s. O movimento tem como alvo o 5.º Congresso do PT, que ocorrer� de quinta, 11, a s�bado, 13, em Salvador, e, antes mesmo da abertura, provoca tens�o no Pal�cio do Planalto.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo ontem, Dilma considerou injustas as cr�ticas a Levy e disse que ele n�o pode ser transformado em "judas" para ser malhado pelo PT. A ideia do grupo de Lula � "virar o disco" e mostrar que, agora, os petistas est�o dispostos a ajudar Dilma a retomar o crescimento, reduzir a desigualdade e tirar do papel o slogan do governo - "P�tria Educadora".
Na lista das "compensa��es" ao ajuste que a chapa da corrente majorit�ria Construindo um Novo Brasil (CNB), de Lula, tentar� emplacar na resolu��o do 5.º Congresso est�o propostas de cr�dito para fortalecer a ind�stria e manter empregos, de est�mulo �s exporta��es e de regulamenta��o do imposto sobre grandes fortunas.
A inten��o � deixar claro que o pacote fiscal tamb�m atinge o "andar de cima" e n�o se concentra em restringir direitos dos trabalhadores, como seguro-desemprego e abono salarial.
O receitu�rio do corte de gastos e a proibi��o imposta pelo PT a seus diret�rios - impedidos de receber doa��es empresarias de campanha - s�o os cap�tulos que prometem causar mais pol�mica no 5.º Congresso.
A tend�ncia Mensagem ao Partido - integrada pelo ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, e pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro - mede for�as com a CNB para influenciar as discuss�es.
Antes de viajar para a It�lia, na semana passada, Lula pediu a dirigentes e parlamentares do PT que desbastassem os ataques ao governo e n�o dessem "um tiro no p�". No s�bado, por�m, ao abrir a 39.ª Confer�ncia da FAO, a ag�ncia das Na��es Unidas para Alimenta��o e Agricultura, em Roma, ele disse que "se cada presidente ficar esperando que o ministro da Fazenda diga que est� sobrando dinheiro, nunca vai fazer programa de transfer�ncia de renda".