Bras�lia - O ministro da Previd�ncia, Carlos Gabas, indicou nessa segunda-feira (15) que s�o remotas as chances de a presidente Dilma Rousseff sancionar a medida provis�ria aprovada no Congresso com a flexibiliza��o do fator previdenci�rio, mecanismo criado para adiar as aposentadorias de quem deixa o servi�o mais cedo.
Gabas comparou o impacto da aprova��o da f�rmula 85/95 ao de uma carreta desgovernada, que poderia virar a qualquer momento. "Ou a gente planeja a Previd�ncia do futuro ou teremos que fazer altera��es como foram feitas na It�lia, na Fran�a ou na Espanha. � como mudar o rumo de uma carreta em alta velocidade. Ela capota", disse. "Se voc� olhar l� para frente, v� um abismo. Sabendo que voc� vai estar indo para o abismo, est� invi�vel, n�o tem perspectiva."
Na tentativa de evitar mais desgaste pol�tico, Dilma pretende apresentar at� quarta-feira, 17, prazo final para san��o ou veto do projeto, uma proposta alternativa � f�rmula pela qual o trabalhador pode pedir aposentadoria integral, sem o corte do fator previdenci�rio, sempre que a soma da idade com o tempo de contribui��o atingir 85 anos para mulheres e 95 para homens.
A fixa��o de uma idade m�nima para a aposentadoria, com a ado��o da f�rmula "85/95 progressiva", que variaria de tr�s em tr�s anos, de acordo com c�lculos de expectativa de vida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), � uma op��o em estudo pelo governo.
"Isso � vi�vel", disse Dilma em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no dia 8. O argumento do Planalto para o veto � que o Brasil � um dos �nicos pa�ses que possui aposentadoria por tempo de contribui��o, sem exig�ncia de idade m�nima. Pelas proje��es apresentadas por Gabas, se a f�rmula 85/95 vigorar como foi aprovada pelo Congresso, o gasto adicional do governo, at� 2030, ser� de R$ 135 bilh�es e, at� 2060, de R$ 3,2 trilh�es.
Embora Gabas tenha dito publicamente que Dilma ainda n�o decidiu se vetar� mesmo o projeto, todas as suas declara��es foram nesse sentido.
Rea��o
Os senadores do PT Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) v�o lan�ar hoje uma campanha de mobiliza��o contra o veto presidencial. A campanha da dupla tamb�m entrar� nas redes sociais.
Em maio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, se Dilma n�o sancionasse o projeto com as novas regras para a aposentadoria, estaria dando uma "pedalada" no aposentado. Era uma refer�ncia ir�nica �s manobras feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos p�blicos federais.
