
A Pol�cia Federal indiciou o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada e o lobista Jo�o Augusto Henriques, ambos ligados ao PMDB, e o empres�rio Raul Schmidt, por corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e evas�o de divisas. O delegado Filipe Hille Pace, do grupo de trabalho da Opera��o Lava-Jato, ainda indiciou por corrup��o ativa os operadores Hamylton Padilha, que fechou dela��o premiada, e os dirigentes da empresa Vantage Drilling Paul Alfred Bragg e Hsin Chi Su, conhecido como Nobu Su. O relat�rio de indiciamento foi produzido na noite na sexta-feira (31/7) e obtido neste s�bado (18/) pelo Correio. Com base nele, o Minist�rio P�blico pode decidir oferecer den�ncia � Justi�a contra Zelada nos pr�ximos dias.
Segundo a PF, Zelada, que foi preso em 2 de julho na 15ª fase do caso, recebeu propina para viabilizar a contra��o do navio-sonda Titanium Explorer, da Vantagem Drilling, em 2008, e a contrata��o de um pacote de servi�os de sa�de, seguran�a e meio ambiente executado pela Odebrecht a partir de 2010. A Pol�cia ainda destaca que � necess�rio investigar um repasse de US$ 8 milh�es que Henrique admitiu ter feito � campanha presidencial do PT em 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez. Segundo ele admitiu em conversa gravada com a revista �poca em 2013, o dinheiro saiu do contrato da Odebrecht.
Segundo Filipe Pace, a apura��o da pol�cia, do Minist�rio P�blico e de auditoria interna da Petrobras mostrou que Zelada teve participa��o “efetiva” na contrata��o do navio-sonda junto com Pinheiro e o ex-dirigente da Petrobras Eduardo Musa, que n�o foi indiciado, embora j� tenha sido acusado de corrup��o pelo ex-gerente da petroleira Pedro Barusco. Auditorias da estatal mostram que a contrata��o foi desvantajosa para a empresa.
Hamylton Pinheiro fez dela��o premiada e confessou que repassou dinheiro para Raul Schmidt na Su��a a fim de beneficiar seu s�cio na empresa TVP Solar: Jorge Zelada. Ele recebeu US$ 10,8 milh�es de comiss�o da empresa TMT, ligada � Vantage, para fechar o neg�cio do navio com a Petrobras. Mas repasse US$ 4,9 milh�es em forma de propina para Zelada, conforme exig�ncia feita por Schmidt.
No caso do contrato de SMS da Odebrecht, a PF diz que h� provas de que a Odebrecht usou contas intermedi�rias, como a Arcadex Corp, para pagar Zelada na Su��a. Para isso, foi usada a conta Klinfield. Uma auditoria da estatal avaliou preju�zos na contrata��o, que aconteceu �s v�speras do segundo turno das elei��es de 2010. “Outra conclus�o n�o h� que sen�o que tais valores foram creditados Jorge Luiz Zelada em virtude de sua atua��o na celebra��o do contrato entre a Petrobras com a Construtora Norberto Odebrecht”, afirma o delegado Filipe Pace.
O delegado diz que esse contrato “supostamente foi utilizado para abastecer o cofre do Partido dos Trabalhadores”, conforme afirmou, em conversa gravada, o lobista Jo�o Augusto Henriques. “Reitero que tal comprova��o deste fato depende de novas dilig�ncias”, ponderou o policial.
S� no processo
A Odebrecht, o PT e os demais acusados t�m negado qualquer irregularidade. Ontem, a Odebrecht informou ao jornal que n�o comentaria a exist�ncia das contas banc�rias porque isso s� ser� explicado nos autos da Opera��o Lava-Jato.
Em depoimento ao procurador do Minist�rio P�blico Federal Diogo Castor de Mattos na �ltima ter�a-feira (28), ele afirmou que n�o sabia que estava sendo gravado pela revista �poca e disse desconhecer qualquer pagamento de corrup��o ou ilegalidade na Petrobras. Ele negou ser ligado ao PMDB, embora conhecesse o falecido deputado peeemedebista Fernando Diniz (MG). A reportagem n�o localizou as defesas de Henriques, Padilha, Bragg e Hsin Chi Su.
A defesa de Zelada n�o retornou os contatos feitos, mas o advogado Alexandre Lopes j� disse em entrevista ao site do Correio que as contas banc�rias no exterior n�o pertencem a seu cliente. Ele tamb�m afirmou que as contas podem ter sido abertas em nome do ex-diretor sem o conhecimento dele. S� em M�naco, h� cerca de 10 milh�es de euros no banco Julius Bar, valores registrados como pertencentes a Zelada.