
Em mais um gesto de aproxima��o com o setor produtivo, a presidente Dilma Rousseff convidou sete grandes empres�rios para um jantar no Pal�cio da Alvorada na �ltima ter�a-feira, em que reconheceu as dificuldades com a crise econ�mica na China e pediu ajuda para superar a encruzilhada na qual se encontra o Brasil.
Segundo um dos participantes, Dilma ouviu dos executivos um compromisso com a estabilidade, um gesto interpretado pelo Pal�cio do Planalto como uma nova blindagem �s movimenta��es pelo impeachment da presidente.
"N�s estamos vivendo um momento dif�cil. Temos de sair disso juntos e todos t�m de ajudar", afirmou Dilma no encontro, que se estendeu por cerca de quatro horas. Marcaram presen�a os executivos Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Benjamin Steinbruch, da CSN, Cledorvino Belini, da Fiat, Joesley Batista, do grupo JBS, Edson Bueno, da Dasa, Josu� Gomes da Silva, da Coteminas, e Rubens Ometto, da Cosan.
Segundo a reportagem apurou, Dilma reconheceu que h� "dificuldades reais" colocadas no horizonte, pediu ajuda do setor privado para superar a crise e garantiu que o objetivo da pol�tica econ�mica do governo � a retomada do crescimento.
Do outro lado, recebeu mensagens de apoio � estabilidade do Pa�s, mas tamb�m ouviu do setor privado preocupa��o com a governabilidade.
Os empres�rios tamb�m reclamaram com Dilma da alta taxa de juros, que afeta os neg�cios. Os que mais se queixaram foram Benjamin Steinbruch, do setor de siderurgia, e Josu� Gomes da Silva, da Coteminas.
Dilma disse considerar a reclama��o "fant�stica" e explicou o motivo. "Antes voc�s falavam que eu interferia no Banco Central, mas o Banco Central tem plena autonomia. Ent�o agora voc�s querem que eu interfira?", questionou ela, de acordo com relato de participantes do jantar.
Trabuco demonstrou preocupa��o com a necessidade de uma reforma na Previd�ncia e sugeriu que a presidente iniciasse um processo de longo prazo para evitar desgastes pontuais ao atual governo e aos futuros.
Nas �ltimas semanas, a presidente vem colhendo frutos positivos dessa reaproxima��o com o empresariado. Benjamin Steinbruch (CSN), Roberto Setubal (Ita�) e Ab�lio Diniz (BRF) foram algumas das vozes a fazer, em p�blico, coro � afirma��o de que o Brasil sofre hoje o rescaldo da crise externa, especialmente da China.
Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior) tamb�m estiveram presentes ao jantar. Segundo Monteiro, Dilma ressaltou que ainda n�o � plenamente conhecida a extens�o da crise na China, que ganhou mais peso com o an�ncio do Banco Central chin�s de redu��o nas taxas de juros e afrouxamento das taxas de dep�sito compuls�rio para acalmar os mercados.
Na avalia��o de Monteiro, o di�logo foi "franco e produtivo". "A presidente mais ouviu do que falou. Ningu�m manifestou posi��o de falta de confian�a, todos querem ver o Brasil superar essas dificuldades. � importante que todos possam dar uma contribui��o."
No Pal�cio do Planalto, a expectativa � de que o resgate da popularidade da presidente se dar� com os primeiros sinais de recupera��o da economia. Al�m de intensificar a interlocu��o com executivos de grandes empresas, Dilma tem aproveitado as viagens por capitais nordestinas para se encontrar com empres�rios regionais, em uma tentativa de "injetar" otimismo na economia.
Agenda
O vice-presidente Michel Temer, que anunciou sua sa�da do "varejo" da articula��o pol�tica, n�o foi informado sobre o encontro de Dilma. Temer participa hoje, em S�o Paulo, de um novo jantar com empres�rios, organizado pelo presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB). Alguns nomes que se encontraram com Dilma anteontem, como Trabuco, tamb�m estar�o no evento desta quinta-feira.