
O empres�rio Hugo Alves Pimenta – acusado de intermediar a contrata��o de pistoleiros para execu��es da Chacina de Una� –, senta nesta ter�a-feira (10) no banco dos r�us para responder pelas mortes dos quatro servidores do Minist�rio do Trabalho, executados em Una�, em janeiro de 2004. Ele � o �ltimo r�u a ser julgado pelo crime, em raz�o da dela��o premiada. Nas duas �ltimas semanas, os mandantes e irm�os Norberto e Ant�rio M�nica foram condenados a 100 anos de pris�o, cada um. Os pistoleiros, julgados no ano passado, j� cumprem pena total de 226 anos de pris�o. Nas duas ocasi�es, o empres�rio foi arrolado como testemunha de acusa��o, apesar da estreita amizade que mantinha com Norberto M�nica.
Ao colaborar com a Justi�a, Pimenta, por meio de seu advogado L�cio Adolfo, apresenta a tese de que teve participa��o apenas no assassinato do auditor-fiscal Nelson da Silva, desafeto de Norberto e Ant�rio M�nica, em raz�o das rigorosas e frequentes fiscaliza��es e multas aplicadas por desrespeito � legisla��o trabalhista em suas fazendas, produtoras de feij�o, no Noroeste de Minas. Em seu depoimento � Justi�a, Hugo Pimenta disse que n�o sabia da ordem dos irm�os para execu��o de toda a equipe do Minist�rio do Trabalho, tomando conhecimento somente depois do crime. “Eu passei mal quando fiquei sabendo das quatro execu��es e fui para casa”, disse durante o julgamento de Ant�rio M�nica.
Hugo Pimenta disse, em depoimento, que recebia diariamente a visita do fazendeiro Norberto M�nica em sua empresa, a Uma Cereais, e ele sempre demonstrava insatisfa��o com as fiscaliza��es do Minist�rio do Trabalho. No entanto, um dia disse que n�o aguentava mais o Nelson e iria mat�-lo, questionando se o empres�rio conhecia “algu�m para fazer o servi�o”. Isso teria ocorrido dois meses antes do crime. Diz que comentou o fato com outro amigo, Jos� Alberto de Castro, que se ofereceu para resolver o problema. Segundo ele, Francisco Pinheiro – outro r�u do processo que morreu antes de ser julgado – era amigo de Jos� Alberto e contratou o servi�o dos tr�s executores.
Lula
“Norberto, isso vai parar na m�o do Lula (presidente da Rep�blica � �poca do crime)”, afirmou Pimenta, ao dizer que tentou demover o amigo da ideia da execu��o de Nelson. No entanto, Norberto rebateu alegando que resolveria tudo com a venda de uma fazenda. Pimenta disse que n�o sabia da ordem de execu��o dos quatro servidores porque n�o participou da reuni�o que decretou a senten�a de morte dos demais que estavam com o Nelson, na noite anterior ao crime. De acordo com L�cio Adolfo, desta forma, fica clara a participa��o do seu cliente apenas em uma morte. Al�m de Hugo Pimenta, o pistoleiro Erinaldo de Vasconcelos Silva tamb�m aceitou colaborar com a Justi�a.
Pimenta ser� julgado na 9ª Vara da Justi�a Federal, em Belo Horizonte, com a presid�ncia do j�ri a cargo do juiz Murilo Fernandes, com os trabalhos de acusa��o sob os cuidados da procuradora Mirian Lima. O advogado Ant�nio Francisco Patente, contratado por familiares e fiscais do trabalho, atua como assistente a acusa��o. A sess�o do juri est� marcada para ter in�cio �s 8h30. Foram assassinados, al�m de Nelson Silva, os auditores-fiscais Erast�tenes de Almeida Gon�alves, o Tote, e Jo�o Batista Soares e o motorista Ailton Pereira de Oliveira. O grupo foi abordado numa estrada vicinal da zona rural pelos tr�s pistoleiros que simularam um assalto. A brutalidade do crime e o a investida contra o Estado fez com que o caso ganhasse repercuss�o internacional.
