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Estado de Minas

Propina de US$ 100 milh�es teria motivado compra de refinaria da Petrobras

Novo delator afirma � for�a-tarefa que compra da refinaria de Pasadena foi motivada por interesses pol�ticos do ex-presidente da Petrobras S�rgio Gabrielli. MP quer anular neg�cio


postado em 17/11/2015 06:00 / atualizado em 17/11/2015 07:44

"N�o se meta, M�naco, isto � coisa da presid�ncia" - Recado que teria sido dado ao delator Agosthilde M�naco pelo ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver� (foto) (foto: Valter Campanato/Ag�ncia Brasil)

S�o Paulo - A compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, em 2006, pode ter sido motivada por interesses pol�ticos, e o fim do lit�gio com a s�cia belga Astra Oil, que resultou na aquisi��o da totalidade das a��es, pode ter rendido propinas entre US$ 80 milh�es e US$ 100 milh�es. As informa��es foram dadas a investigadores da Lava-Jato na semana passada por um novo delator, Agosthilde M�naco de Carvalho, funcion�rio da �rea Internacional da estatal, que participou do neg�cio. A compra da refinaria � o alvo da 20ª fase da Opera��o Lava-Jato, deflagrada nessa segunda-feira (16). Carvalho afirmou que, em 2006, quando a Petrobras pagou US$ 416 milh�es por metade de Pasadena, todos sabiam que a refinaria estava sucateada, com diversos equipamentos enferrujados - da� o apelido de “ruivinha”. Ele disse ter ouvido de Nestor Cever�, ent�o diretor da �rea Internacional, que matariam “dois coelhos com uma �nica cajadada”, pois ele (Cerver�), sabia que Jos� S�rgio Gabrielli, presidente da estatal, tinha “alguns compromissos pol�ticos a saldar” e, tamb�m, passariam a refinar �leo nos Estados Unidos.

Logo ap�s a visita �s instala��es da refinaria no Texas, ao alertar sobre as m�s condi��es, Carvalho teria recebido um recado de Cerver�: “N�o se meta, M�naco, isto � coisa da presid�ncia”. Segundo o delator, depois da compra a Petrobras passou a fazer, por “baixo do pano”, um plano para dobrar a capacidade de refino de Pasadena, o que necessitaria de alto investimento. Aos procuradores, Carvalho disse que soube, por Failhaber, que o lit�gio entre a Astra e a Petrobras come�ou porque a estatal tentou empurrar “goela abaixo” a amplia��o da refinaria e a contrata��o da Odebrecht para fazer obra.

De acordo com o depoimento, a Odebrecht envolveria tamb�m na reforma de Pasadena as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corr�a, Queir�z Galv�o e Ultratec. Failhaber teria dito a Carvalho que esse foi o verdadeiro motivo da abertura do processo de arbitragem contra a Petrobras. A briga entre Petrobras e Astra se arrastou por mais de dois anos.

Os investigadores da for�a-tarefa da Lava-Jato v�o pedir a anula��o da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. “Vamos tentar anular a compra ou ressarcir o patrim�nio brasileiro”, afirmou o procurador da Rep�blica Carlos Lima, em coletiva na sede da Pol�cia Federal de Curitiba. “Pasadena ainda se encontra em posse da Petrobras at� onde sei. Houve pagamento de propina seja no nosso pa�s, seja no Estados Unidos. Isso � um v�cio. Temos que buscar repara��o. Esse foi um mau neg�cio”, afirmou Lima, parafraseando a ex-presidente da Petrobras Gra�a Foster que, ao admitir erros na aquisi��o da refinaria, tamb�m disse que a compra foi um mau neg�cio.

CORROS�O
Em cumprimento � 20ª fase da Opera��o Lava-Jato, chamada de Opera��o Corros�o, duas pessoas foram conduzidas por agentes da Pol�cia Federal � sede da Superintend�ncia da PF no Rio de Janeiro, na Pra�a Mau�, regi�o central da capital fluminense, por volta de 9h dessa segunda-feira. S�o eles o ex-gerente executivo da �rea internacional da Petrobras Roberto Gon�alves e o operador Nelson Martins Ribeiro. Policiais federais que os acompanhavam levavam v�rios malotes, aparentemente com material apreendido.

Houve ainda cinco mandatos de condu��es coercitivas (quando a pessoa � obrigada a depor e liberada logo em seguida) contra C�sar de Sousa Tavares, ex funcion�rio da �rea internacional da Petrobras; Rafael Mauro Comino, ex gerente de intelig�ncia da �rea internacional; Lu�s Carlos Moreira da Silva, substituto do Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, e principal consultor do caso Pasadena; Aur�lio Oliveira Teles, funcion�rio da �rea internacional; e Carlos Roberto Martins Barbosa, tamb�m funcion�rio da �rea internacional. J� Glauco Colepicolo Legati, gerente de empreendimentos da �rea internacional, � alvo de busca por parte da PF.

A 20ª fase investiga funcion�rios e ex-funcion�rios da Petrobras. Segundo a Pol�cia Federal, esta nova etapa da investiga��o envolve contratos relacionados com as refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos. Ao todo, foram liberados pela Justi�a 11 mandados de busca e apreens�o, dois mandados de pris�o tempor�ria e cinco mandados de condu��o coercitiva nas cidades de Rio de Janeiro, Rio Bonito (RJ), Petr�polis (RJ), Niter�i (RJ) e Salvador.

ARG�LO CONDENADO

A Justi�a Federal no Paran� condenou nessa segunda-feira o ex-deputado federal Luiz Arg�lo por crimes investigados na Opera��o Lava Jato. Ele � o terceiro pol�tico a ser condenado, ap�s as condena��es de Andr� Vargas e Pedro Corr�a. Argolo foi condenado por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro a 11 anos e 11 meses de pris�o pelo juiz S�rgio Moro em regime fechado. Cabe recurso. Na mesma senten�a, Moro deixou de condenar o doleiro Alberto Youssef e Carlos Alberto Pereira da Costa por corrup��o e lavagem de dinheiro. Segundo ele, ambos j� foram condenados pelos mesmos fatos criminosos em outros processos que tiveram a tramita��o encerrada.


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