
Na semana passada, o Minist�rio P�blico decidiu que vai ouvir o ex-presidente sobre o neg�cio envolvendo um apartamento tr�plex no Guaruj� (SP) constru�do pela OAS Empreendimentos. Por meio de nota, Lula confirmou que visitou o im�vel ao lado do ent�o presidente da empresa, L�o Pinheiro.
H� 18 anos, Lula teve de explicar � Pol�cia Civil e ao MP como comprou um apartamento de cobertura em S�o Bernardo do Campo, no ABC paulista, com a ajuda do advogado Roberto Teixeira. Compadre do ex-presidente, ele ajudou Lula a adquirir dois outros im�veis na cidade.
Em 1989, Teixeira ficou conhecido nacionalmente por emprestar uma casa para Lula morar quando ele disputou pela primeira vez a Presid�ncia da Rep�blica. Entre 1996 e 2001, Teixeira ajudou Lula a adquirir tr�s im�veis em S�o Bernardo do Campo. Em todos os casos, h� o envolvimento de empresas em situa��o falimentar para as quais Teixeira prestou servi�os advocat�cios.
Moradia oficial dos Lula da Silva, o apartamento de cobertura no edif�cio Green Hill foi comprado por sugest�o de Teixeira. Ele trabalhava para Dalmiro Lorenzoni, dono da empreiteira que fez o pr�dio.
Em 1998, o Minist�rio P�blico abriu um inqu�rito para apurar um suposto crime de sonega��o fiscal envolvendo Lula, Teixeira e a empresa. Na oportunidade, suspeitou-se que a incorporadora foi beneficiada por uma decis�o da prefeitura de S�o Bernardo do Campo, anos antes, em 1991, quando administrada pelo PT. Ent�o prefeito interino, Djalma Bom (PT) revogou a desapropria��o de uma �rea de 3,3 mil da empresa de Dalmiro.
Quatro anos depois, parte da �rea legalizada foi comprada pelo ent�o vice-presidente nacional do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh. Um ano depois, em 1996, Lula comprou um apartamento em constru��o pela mesma Construtora Dalmiro Lorenzoni Constru��es.
Lula comprou o im�vel de Luiz Roberto Satriani, que prestava servi�os de terraplenagem para Dalmiro. Em 1997, questionado na �poca, Satriani afirmou que vendeu o apartamento porque n�o tinha dinheiro para pagar o restante das parcelas.
Aberto a pedido do Minist�rio P�blico em 1998, o inqu�rito policial s� foi encerrado em 2003, quando Lula j� havia tomado posse como presidente da Rep�blica e Greenhalgh era deputado federal. Por conta disso, os autos foram remetidos para o Supremo Tribunal Federal.
Um ano depois, a Procuradoria-Geral da Rep�blica solicitou o arquivamento e o STF atendeu ao pedido. Em 2005, o caso foi arquivado. Nem Teixeira nem Lorenzoni sofreram a��es. Procurados pela reportagem nesta quarta-feira, dia 3, Lula e Greenhalgh n�o quiseram se manifestar. Lorenzoni n�o foi encontrado.
Defesa
Procurado pela reportagem, o advogado Roberto Teixeira afirmou, por meio de nota, que "nunca houve intermedia��o" de im�veis para Lula. "Atuo como advogado do presidente e foi nessa condi��o que o orientei na aquisi��o dos im�veis", disse.
Sobre neg�cios com empresas em situa��o falimentar, Teixeira afirmou que "n�o houve nenhum problema jur�dico na aquisi��o dos im�veis". O advogado disse ainda ser alvo de "um claro movimento que busca atacar" sua "honra".
