O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, afirmou nesta sexta-feira (25) que a decis�o do diret�rio estadual de apoiar o rompimento com o governo � reflexo de um sentimento majorit�rio da sociedade. O dirigente avalia que a presidente Dilma Rousseff n�o tem condi��es de enfrentar a crise pol�tica e econ�mica que praticamente paralisou o Pa�s. "Ela tem capacidade de sair do dissenso para o consenso m�nimo? De aprovar um ajuste fiscal, recuperar a economia? De trazer de volta o emprego? N�o tem. A presidente � uma pessoa honrada, mas o conjunto da obra n�o � bom", disse.
Para Picciani, o cen�rio atual � completamente diferente daquele em que os argumentos em favor do impeachment da presidente estavam centrados nas chamadas pedaladas fiscais. "Essas coisas se decidem pelo processo social. Quando defendemos a legitimidade do mandato da presidente, o fizemos na forte convic��o democr�tica e esse era o sentimento majorit�rio do PMDB do Rio. T�nhamos convic��o de que pedalada n�o � crime de responsabilidade, � quase um atraso de cart�o de cr�dito. Mas o quadro mudou. Veio a pris�o do l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral, e a dela��o demolidora. E vieram as trapalhadas seguintes. Agora, mais uma vez, expresso um sentimento majorit�rio do PMDB do Rio", afirmou Picciani.
Depois de quase tr�s meses na pris�o, o ex-petista Delc�dio (sem partido-MS) fechou acordo de dela��o premiada na Opera��o Lava Jato e acusou Dilma e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva de terem tentado interferir nas investiga��es, o que aprofundou a crise pol�tica. Outro momento de tens�o foi a nomea��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, investigado na Lava Jato, para o comando da Casa Civil, apontada pela oposi��o como uma manobra da presidente para garantir foro privilegiado ao antecessor. A nomea��o est� suspensa por decis�o liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Jorge Picciani lembrou o encontro que teve com Dilma, em agosto do ano passado, quando, junto com o filho Leonardo Picciani, l�der do PMDB na C�mara, se reaproximaram da presidente, depois de terem feito campanha para o tucano A�cio Neves na disputa presidencial de 2014. "Na primeira conversa que tive com ela, disse: 'presidente, este � um regime presidencialista, a senhora est� como burro no atoleiro: tem de seguir em frente, n�o pode bambear'. Mas ela n�o seguiu, o PT n�o acompanhou e a sociedade avan�ou. N�o quero fazer ju�zo de valor, mas eu vejo como a sociedade se movimenta" disse o dirigente peemedebista.
Neste s�bado (26), Jorge Picciani conversar� com o ministro de Ci�ncia e Tecnologia, Celso Pansera, indicado para o primeiro escal�o em negocia��o direta do l�der Leonardo Picciani com a presidente. Pansera e Leonardo dever�o votar contra o rompimento com o governo na reuni�o do diret�rio nacional do PMDB, marcada para a pr�xima ter�a-feira (29). "Leonardo est� desconfort�vel com essa situa��o, vai refletir, ele tem de ouvir a bancada. Pansera tamb�m tem grande dificuldade. Acredito que teremos dois ou tr�s votos contra, mas o rompimento � o sentimento majorit�rio do PMDB do Rio. Leonardo � muito disciplinado, est� desde os 15 anos no PMDB e hoje tem 36. Ele vai respeitar o que foi decidido pela maioria do diret�rio nacional", afirmou.
O presidente do PMDB-RJ disse ter recebido pesquisa do instituto GPP encomendada pelo diret�rio regional que apontou que 80,4% dos entrevistados no Estado foram contra a nomea��o de Lula para a Casa Civil. "N�o quero expressar minha opini�o pessoal, o que digo � que estamos ouvindo a sociedade."
Questionado sobre a declara��o do presidente do PT-RJ, Washington Quaqu�, de que os petistas v�o retirar o apoio ao candidato do PMDB � Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, se os peemedebistas fluminenses votarem pelo rompimento com o governo, o presidente do diret�rio regional foi diplom�tico. "A �nica coisa que recebi hoje do Quaqu�, com muito carinho, foi uma mensagem de feliz anivers�rio", afirmou Picciani, que completa 61 anos nesta sexta-feira.