
S�o Paulo - O empres�rio Ronan Maria Pinto, de Santo Andr� (SP), preso na Opera��o Carbono 14 nesta sexta-feira � um dos personagens do Caso Celso Daniel - prefeito da cidade do ABC paulista executado em janeiro de 2002. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou em 2012, o operador do mensal�o, Marcos Val�rio, afirmou em depoimento ao Minist�rio P�blico Federal que o PT teria pedido a ele R$ 6 milh�es para que Ronan Maria Pinto parasse de chantagear o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, o ent�o secret�rio da Presid�ncia Gilberto Carvalho e o ex-ministro Jos� Dirceu.
Este valor, segundo investiga��o da for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato, teria sa�do de um montante de R$ 12 milh�es que o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, havia contra�do em um empr�stimo junto ao Banco Schahin em outubro de 2004.
Segundo a Procuradoria da Rep�blica, h� evid�ncias que apontam que o PT influiu diretamente junto ao Banco Schahin na libera��o do empr�stimo fraudulento.
Para chegar ao destinat�rio final Ronan Maria Pinto, os investigados teriam se utilizado de diversos estratagemas para ocultar a proveni�ncia il�cita dos valores e a identidade do destinat�rio final do dinheiro obtido na institui��o financeira.
Os investigadores da Lava-Jato afirmam a operacionaliza��o do esquema se deu, inicialmente, por interm�dio da transfer�ncia dos valores de Bumlai para o Frigorifico Bertin, que, por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milh�es a um empres�rio do Rio de Janeiro.
"H� evid�ncias de que este empres�rio carioca realizou transfer�ncias diretas para a Expresso Nova Santo Andr�, empresa de �nibus controlada por Ronan Maria Pinto, al�m de outras pessoas f�sicas e jur�dicas indicadas pelo empres�rio para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o ent�o acionista controlador do Jornal Di�rio do Grande ABC, que recebeu R$ 210 mil em 9 de novembro de 2004", diz o MP.
"Na �poca, o controle acion�rio do peri�dico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210 mil. Suspeita-se que uma parte das a��es foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estrat�gias usadas para conferir apar�ncia leg�tima �s transfer�ncias esp�rias dos valores foi a realiza��o de um contrato de m�tuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Opera��o Lava Jato", sustenta a Procuradoria.
No texto divulgado pelo MPF sobre a opera��o Carbono 14, n�o h� men��o sobre o caso Celso Daniel. Os investigadores falar�o sobre a a��o de hoje a partir das 10h desta sexta, quando devem dar mais detalhes.
Corrup��o
Ap�s a morte de Celso Daniel, a pol�cia concluiu que o petista foi v�tima de "criminosos comuns", mas o Minist�rio P�blico sustenta que ele foi eliminado a mando do empres�rio S�rgio Gomes da Silva, o Sombra, porque decidiu dar um basta em amplo esquema de corrup��o em sua administra��o depois que constatou que o dinheiro desviado n�o abastecia exclusivamente o caixa 2 do PT, mas estava sendo usado para enriquecimento de algumas pessoas.
Defesa
Em nota, o empres�rio Ronan Maria Pinto disse que "conforme j� declarou em oportunidade anterior, jamais se encontrou em qualquer circunst�ncia com o sr. Val�rio, a quem n�o conhece pessoalmente - s� pelo notici�rio".
Ele disse que "n�o conhece o sr. Jos� Bumlai, de quem nunca sequer tinha ouvido falar". "Tratam-se de novas partes da velha fal�cia com que buscam envolver seu nome em assuntos com os quais nada tem a ver", diz a nota.
