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Estado de Minas

Irm�o de Celso Daniel acredita que Lava-Jato pode esclarecer crime

Para Bruno Daniel, a 27� fase da Lava-Jato, Carbono 14, deflagrada nesta sexta-feira poder� lan�ar luz sobre as investiga��es do assassinato do prefeito de Santo Andr�


postado em 01/04/2016 15:37 / atualizado em 01/04/2016 16:41

S�o Paulo - O irm�o do prefeito de Santo Andr� Celso Daniel, morto em janeiro de 2002, Bruno Daniel, disse em entrevista � R�dio Estad�o ter esperan�a que a 27ª fase da Lava-Jato, Carbono 14, deflagrada nesta sexta-feira possa lan�ar luz sobre as investiga��es do assassinato. Bruno e outros familiares de Celso Daniel defendem a tese de crime pol�tico, pela qual o prefeito teria sido morto para evitar den�ncias sobre esquemas de corrup��o em financiamento de campanhas do PT e de aliados.

"A opera��o Lava-Jato, nesta etapa Carbono 14, pode lan�ar luz sobre o que aconteceu naquela �poca", afirmou Bruno. "� necess�rio esclarecer por que raz�o a dire��o do PT teria remetido, por meio de esquemas il�citos, cerca de R$ 6 milh�es ao empres�rio Ronan Maria Pinto, dinheiro com qual ele teria adquirido o jornal do Grande ABC mediante chantagem ao Lula, ao Jos� Dirceu e ao Gilberto Carvalho", complementa.

Bruno Daniel acusa o PT de tentar dissuadir a fam�lia de seguir pressionando pela apura��o do caso. "O partido fez tudo o que era poss�vel e imagin�vel para refor�ar a tese da pol�cia, segundo a qual o crime seria um crime comum. Isso foi feito por in�meros estratagemas. Por que raz�o o Partido dos Trabalhadores, com pouqu�ssimas exce��es, se portou desse jeito?", questionou. Ele citou apenas tr�s pessoas do PT, H�lio Bicudo - hoje um dos autores do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff -, o ex-senador Eduardo Suplicy e o ent�o vereador em Santo Andr� Ricardo Alvarez de n�o serem coniventes com os ind�cios de crime pol�tico.

A Carbono 14 investiga supostos repasses do pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, a Ronan. Segundo as investiga��es, Bumlai tomou um empr�stimo fraudulento de R$ 12 milh�es em 2004 do Banco Schahin. Parte dos recursos foi destinada a pagar d�vidas do PT. Metade do valor, segundo disse Bumlai � Pol�cia Federal, teria sido destinada a quitar d�vidas da campanha petista em Campinas, em 2002 e 2004. A for�a-tarefa diz tamb�m que a operacionaliza��o do esquema se deu inicialmente com o Frigor�fico Bertin. De acordo com os investigadores, os outros R$ 6 milh�es do montante foram destinados a Ronan Maria Pinto. Os procuradores agora querem saber o porqu�. Em coletiva nesta manh�, a Lava-Jato admitiu que investiga o elo com a morte de Celso Daniel, mas n�o deu maiores detalhes.

Bruno disse que cabe � pol�cia investigar, mas que ele acredita que Ronan teria informa��es sobre a morte de seu irm�o e que obteve recursos ao chantagear dirigentes petistas para manter o sil�ncio. "Imagino, agora � s� imagina��o, pois quem deve elucidar isso � a investiga��o, mas imagino que ele (Ronan) tenha chantageado essas pessoas porque ele revelaria coisas relativas ao assassinato do Celso", afirmou.

Gilberto Carvalho

O irm�o lembrou que foi encontrado um dossi� sobre corrup��o na Prefeitura de Santo Andr�, no apartamento de Celso Daniel, tr�s meses ap�s a morte. Bruno alega que o documento foi produzido pelo ex-ministro Gilberto Carvalho. Bruno tamb�m acusa Carvalho de tentar dissuadir a ele e seu irm�o, Jo�o Francisco Daniel, a n�o insistirem no caso.

"� �poca da missa de s�timo dia do Celso, meu irm�o e eu fomos procurados pelo Gilberto Carvalho, que disse que havia um esquema para arrecada��o de recursos para campanhas eleitorais do PT e aliados e que ele pr�prio (Carvalho) havia levado ao Jos� Dirceu, ent�o presidente do Partido dos Trabalhadores, a quantia de R$ 1,2 milh�o no seu 'corsinha' preto", relatou. "Nos perguntamos por que raz�o ele teria dito isso. A hip�tese que a gente trabalha � que isso nos desestimularia a prosseguir nas investiga��es porque isso poderia representar uma mancha na hist�ria do Celso."

"Se houve problemas relacionados a esquemas esp�rios de arrecada��o de recursos, isso teria que ser apurado, mas nada justifica tortura e assassinato de quem quer que fosse", declarou.

Outro petista citado por Bruno na entrevista foi o atual prefeito de Mau�, Donisete Braga. "O ent�o deputado estadual, Donisete Braga, teve seu celular rastreado na regi�o do cativeiro do meu irm�o, isso nunca foi esclarecido. O que estaria ele fazendo na regi�o do cativeiro?"

Crime pol�tico

Na entrevista � R�dio Estad�o, Bruno Daniel lembrou que a pol�cia trabalhou o tempo todo com a tese, a seu ver "estapaf�rdia", de crime comum, e que o Minist�rio P�blico, a pedido da fam�lia, seguiu a tese de crime pol�tico. Bruno lembrou tamb�m o caso do legista Carlos Delmonte Printes, que � �poca veio a p�blico dizer que o assassinato de Celso Daniel tinha ind�cios que apontavam para queima de arquivo. O legista deu uma entrevista ao programa de J� Soares, na TV Globo, e pouco depois apareceu morto. A pol�cia, na ocasi�o, encerrou o caso como suic�dio, destacou Bruno. "N�o foi encontrado nada no corpo dele que indicasse suic�dio. Ele inclusive era de origem judaica e a fam�lia n�o aceitou que ele fosse enterrado em �rea separada no cemit�rio, como � da tradi��o deles", apontou.

Bruno destacou que seis pessoas j� foram condenadas por envolvimento no caso da morte de seu irm�o, mas que o suposto mandante Sergio Gomes da Silva, o 'Sombra', n�o foi ainda levado a j�ri popular. Bruno Daniel diz que tamb�m seria importante questionar de onde o 'Sombra' tirou recursos para pagar o advogado, Roberto Podval. "De onde saem os recursos de Sergio Gomes da Silva pra pagar o escrit�rio de advocacia do doutor Podval, que cobra o olho da cara por seus servi�os, de onde saem esses recursos?", insistiu. Podval � tamb�m o defensor de Jos� Dirceu, que foi preso na Lava-Jato.

Outro lado

Contatado pela reportagem, Donisete Braga disse que sua resposta � "a resposta da Justi�a". "O Tribunal de Justi�a, por decis�o un�nime, por 25 votos a zero, rejeitou a den�ncia, bem como o promotor Rodrigo Pinto. Inclusive o pr�prio governador do estado, Geraldo Alckmin, fez um documento informando minha presen�a no Pal�cio dos Bandeirantes no hor�rio (do suposto rastreamento do celular)", disse o prefeito de Mau�.

Donisete Braga destacou ainda que a quest�o lhe causou dano pol�tico e pessoal e incluiu, em sua resposta, que at� mesmo sua advers�ria na disputa eleitoral pela prefeitura em 2012, Vanessa Damo (PMDB), ficou ineleg�vel por ter recorrido ao tema na campanha. "N�o quero repetir esse assunto que causou um transtorno imenso � minha vida", disse. Sobre a acusa��o de Bruno Daniel de que praticamente todos os membros do PT tentaram abafar a investiga��o do crime pol�tico, Donisete Braga disse que n�o iria se pronunciar. "Sem coment�rios", disse.

A reportagem tamb�m tentou contato com o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, com o Instituto Lula, com o pr�prio partido, al�m de Carvalho e do advogado Roberto Podval e n�o recebeu retorno at� o fechamento desta mat�ria.


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