Um laudo da Pol�cia Federal feito com base na quebra do sigilo fiscal da empreiteira Andrade Gutierrez destaca o pagamento de R$ 3,6 milh�es para o Instituto Lula e a LILS Palestras, ligados ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, entre 2011 e 2014. S�o valores que “transitaram” por uma conta chamada “overhead” trilhando mesmo percurso do dinheiro que abasteceu empresas investigadas por lavagem de dinheiro de propina alvo da Opera��o Lava-Jato, como firmas ligadas aos operadores financeiros Adir Assad, Fernando “Baiano” Soares, M�rio Goes e Julio Gerin Camargo.
O laudo � de 25 de fevereiro e foi elaborado pelos peritos criminais federais Daniel Paiva Scarparo, Audrey Jones de Souza e Ivan Roberto Ferreira Pinto. Anexado ontem, ao inqu�rito aberto para apurar envolvido da Andrade Gutierrez no esquema de cartel e corrup��o na Petrobras, o documento servir� para a Lava-Jato cruzar dados documentais com as declara��es dadas pelos executivos da empreiteira, no acordo de dela��o premiada.
Os repasses a Lula foram inclu�dos no item “Pagamentos a ex-agentes p�blicos”. Em depoimento prestado nesta semana, na Justi�a Federal, no Rio, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Ot�vio Marques Azevedo citou o nome do ex-presidente num pedido de apoio em contrato firmado na Venezuela. O executivo negou ter feito pagamento de propinas ao petista. Segundo ele, um porcentual de 1% de contratos foi cobrado por outros interlocutores do PT, entre eles o ex-tesoureiro Jo�o Vaccari Neto. Por meio de sua defesa, Vaccari nega.
Delator O ex-diretor Internacional da Petrobras e delator da Lava-Jato Nestor Cerver� disse em depoimento ao juiz S�rgio Moro ontem que o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu propina de US$ 6 milh�es por meio do lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobr�s, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobr�s 10.000. “(Jorge Luz) foi o operador que pagou os US$ 6 milh�es da propina da sonda Petrobr�s 10.000, foi o encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros”, disse o delator ao ser questionado pela defesa de Salim Schahin sobre a atua��o de Jorge Luz em rela��o �s propinas recebidas por Cerver�. A propina teria sido repassada na �poca da contrata��o do navio-sonda, em 2006. Renan nega e diz que j� prestou esclarecimentos � Justi�a.
Cerver� disse ainda que foi pressionado pelo ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau a quitar uma d�vida de campanha do PMDB, em 2006, de R$ 10 milh�es a R$ 15 milh�es, antes de ficar respons�vel pelo direcionamento de um contrato para o Grupo Schahin para pagar outra d�vida de campanhas do PT de R$ 50 milh�es. “Existe uma pend�ncia de R$ 50 milh�es decorrente da campanha na qual voc�s tem que liquidar essa pend�ncia e n�s podemos ent�o tratar da Schahin como contratada da opera��o dessa segunda sonda”, afirmou Cerver� para S�rgio Moro, que conduz os processos da Lava-Jato em primeiro grau.
O contrato era para opera��o do navio-sonda Vit�ria 10000, pelo valor de US$ 1,6 bilh�o que foi dirigido para a Schahin como forma de quitar um empr�stimo de R$ 12 milh�es tomado no Banco Schahin pelo pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, em outubro de 2004.