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Estado de Minas

Calote p�e em risco casa de Waldir Maranh�o

Presidente interino da C�mara � acusado de dar o calote de R$ 1,3 milh�o relativo � campanha eleitoral de 2010


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postado em 10/05/2016 08:07 / atualizado em 10/05/2016 08:31

Bras�lia - O homem que virou o mundo pol�tico de cabe�a para baixo nessa segunda-feira, 9, ao pedir o cancelamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e voltar atr�s, corre risco de perder sua pr�pria casa, localizada em um bairro nobre de S�o Lu�s, por ter dado o calote em uma conta de R$ 1,3 milh�o de sua campanha eleitoral de 2010, quando concorreu e venceu a disputa para deputado federal.

Waldir Maranh�o (PP-MA), presidente interino da C�mara, est� com quatro im�veis penhorados pelo Tribunal da Justi�a do Maranh�o, ou seja, prestes a irem a leil�o para que a d�vida seja paga. A decis�o de penhora foi tomada em 11 de mar�o pela 11ª Vara C�vel do F�rum Desembargador Sarney Costa, em S�o Lu�s. Sua casa, em regi�o nobre da capital, poder� entrar no pacote para pagar a conta, caso os im�veis penhorados n�o sejam suficientes.

A v�tima do calote � a Quality Gr�fica e Editora, empresa pequena que cuidou das propagandas, santinhos e faixas que o deputado espalhou pela capital maranhense. J� eleito, n�o pagou a conta. Uma s�rie de cobran�as e tentativas de negocia��o foi feita, at� que a empresa decidiu ir � Justi�a. Passaram-se tr�s anos, quando, perante o juiz, Maranh�o e seus advogados fizeram um acordo com a gr�fica.

Em 2013, ele assumiu o compromisso de quitar a conta de R$ 1,3 milh�o. No acordo, pediu que os pagamentos pudessem ser feitos em 24 parcelas de R$ 60 por m�s. As primeiras parcelas foram quitadas, mas poucos meses depois, Maranh�o decidiu que n�o pagaria mais a conta.

As informa��es foram confirmadas pelo advogado da Quality Fabio Henrique de Jesus Franca. "A d�vida tem por origem servi�os gr�ficos de campanha de 2010. Os servi�os foram contratados, mas n�o foram pagos, o que obrigou a empresa a cobrar o d�bito judicialmente", afirmou. "Ap�s a realiza��o da primeira audi�ncia foi celebrado um acordo entre as partes. Contudo, passado alguns meses, o acordo foi descumprido. Isso nos obrigou a dar seguimento no processo de execu��o que, atualmente, se encontra na fase de penhora de bens."

A decis�o foi tomada dois meses atr�s pelo Tribunal de Justi�a, para que seja pago um saldo restante de R$ 821,2 mil.

Nas declara��es de bens feitas por Maranh�o � Justi�a Eleitoral em 2014, n�o constam todos esses im�veis. O deputado declarou, na ocasi�o, ter apenas a casa onde vive e cotas imobili�rias de dois im�veis. Em sua presta��o de contas, estima que sua resid�ncia vale R$ 350 mil. O total de bens declarado, somadas as cotas imobili�rias, chega a R$ 813 mil, valor inferior � d�vida que tem de pagar para a gr�fica.

Contas

Essa n�o � a �nica irregularidade na campanha de 2010 de Waldir Maranh�o. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) reprovou as contas prestadas pelo candidato naquela elei��o porque ele n�o conseguiu explicar a origem do dinheiro usado. Nas arrecada��es de 2010, Maranh�o doou para si pr�prio R$ 557 mil, quando o total de bens que declarava ter chegava a R$ 596 mil. Sua doa��o equivalia a mais de dois ter�os do total arrecadado, um montante de R$ 821 mil, coincidentemente o mesmo valor que, agora, ele deve para a fabricante de santinhos. Na campanha de 2014, Maranh�o doaria para sua candidatura apenas R$ 10 mil.

O deputado tentou justificar de onde vinha o dinheiro, mas o TRE rejeitou as alega��es. O caso, no entanto, por causa de sucessivos recursos, acabou entrando em 2015, quando ele j� estava reeleito. Com isso, a perda de mandato em raz�o da rejei��o das contas foi afastada, em raz�o da "perda de objeto" do processo.

Maranh�o nega irregularidades nas contas e alega que, se tivesse tempo, teria explicado de onde veio o dinheiro. A reportagem procurou a assessoria do parlamentar para que ele comentasse o calote, mas n�o houve resposta.

Baixo clero

Maranh�o � um t�pico um integrante do chamado baixo clero, grupo de deputados sem express�o que trabalham para conseguir cargos e emendas de qualquer governo - estadual, federal ou municipal. E � por esses motivos que ele sempre foi mais suscet�vel a press�es e ass�dios, sem se importar com cores ou ideologias partid�rias. Na reta final da conquista de votos para o impeachment, o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PC do B), agiu, a pedido do Pal�cio do Planalto, para mudar o voto do deputado - at� ent�o, ambos eram advers�rios.

Acreditava-se que Maranh�o se posicionaria a favor do impeachment por causa da alian�a com o ent�o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Afinal, ele s� chegara ao posto de primeiro-vice-presidente da Casa porque Cunha avalizara o nome dele.

O suspense se manteve ao longo de todo o fim de semana de vota��o do processo de afastamento da presidente. Na sexta-feira, Maranh�o apareceu na lista de votos contra o impeachment. No s�bado, figurou entre os que ficariam a favor. No domingo, a pedido de lideran�as governistas, convocou uma entrevista coletiva para declarar seu apoio a Dilma.

Dois dias depois, por�m, tomou uma decis�o que ajudou Cunha a ganhar mais tempo para se defender contra o processo de perda de mandato que sofre no Conselho de �tica.

Maranh�o � investigado na Lava Jato. O doleiro Alberto Youssef o apontou como benefici�rio do esquema na Petrobras. Ele nega. Maranh�o j� foi do PDT, do PSB e do PTB at� 2005. Depois, voltou ao PSB e, em 2007, filiou-se ao PP. Por causa da decis�o que tomou para anular o impeachment, pode ser expulso de seu partido.


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