
Por lei, qualquer servidor p�blico que assume mandato de deputado tem que pedir o afastamento imediato de sua fun��o inicial para, ent�o, exercer seu cargo e ser remunerado exclusivamente por ele.
O deputado Waldir Maranh�o (PP-MA) sabia disso. Tanto que, em 2006, quando foi eleito pela primeira vez, deixou a universidade estadual, onde foi professor e reitor por 21 anos, e teve sal�rio automaticamente cortado. A situa��o permaneceu assim durante sua primeira legislatura, mas n�o chegaria ao fim da segunda, iniciada em 2010, quando foi reeleito: Maranh�o voltou a figurar na lista de professores ativos da Uema.
Em fevereiro de 2014, o hoje presidente interino da C�mara voltou a receber seus vencimentos por servi�os acad�micos que n�o prestava. Quando foi eleito para o terceiro mandato, iniciado em janeiro de 2015, o deputado teve nova oportunidade de esclarecer que estava recebendo sal�rios de forma irregular, mas n�o o fez.
Os sal�rios s� deixaram de ser pagos em dezembro, ap�s uma auditoria interna da universidade. "Foi quando vimos que o nome do professor Waldir Maranh�o estava l�, realmente de forma irregular", disse o reitor da Uema, Gustavo Costa, que assumiu o comando da institui��o em janeiro de 2015.
A Uema, segundo Costa, notificou Waldir Maranh�o para que devolva aos cofres do governo, com juros e corre��o monet�ria, tudo o que recebeu de forma irregular. "Meu entendimento � de que ele realmente teria que ter comunicado que recebia os sal�rios. Houve dano financeiro", afirmou Costa.
Questionado pela reportagem sobre as irregularidades, o presidente interino da C�mara n�o se manifestou at� o final da noite de ter�a-feira, 10.