"Se n�o aprovar, daqui a pouco quem estar� cometendo pedalada sou eu", disse Temer, conforme relatos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Temer disse que encaminhar� ao Congresso at� a pr�xima segunda-feira uma nova proposta que contemple um rombo das contas p�blicas superior aos R$ 96,6 bilh�es previstos por Dilma no projeto encaminhado em mar�o.
A nova meta fiscal precisa ser aprovada at� o final do m�s, sob pena de ocorrer uma paralisa��o da m�quina p�blica e de o pr�prio Temer incorrer em descumprimento da legisla��o fiscal. No encontro com o presidente em exerc�cio, os l�deres partid�rios afirmaram que v�o apoiar a revis�o da meta.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou na quarta que a medida ser� votada na pr�xima ter�a-feira, mesmo se a Comiss�o Mista de Or�amento (CMO) n�o apreci�-la.
Rombo
Desde que assumiu o governo, Temer trabalha para quantificar e aprovar logo a revis�o da meta, o primeiro grande teste da nova gest�o no Congresso. Inicialmente, falava-se em algo entre R$ 120 bilh�es a R$ 130 bilh�es.
Esta semana, o ministro do Planejamento, Romero Juc�, informou a Renan que o rombo poder� ultrapassar os R$ 160 bilh�es. Na quarta, no Rio, sem especificar valores, ele disse que o novo d�ficit incluir� perdas com o reconhecimento de baixas no balan�o da Eletrobras, que variam de R$ 15 bilh�es a R$ 40 bilh�es, e com a renegocia��o da d�vida dos Estados.
Em tom cauteloso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na quarta que prefere n�o usar um n�mero que depois tenha de ser corrigido. "Vamos dizer qual � a realidade e onde est�o as d�vidas."
Meirelles n�o descartou, entretanto, que no relat�rio de receitas e despesas que o governo apresentar� na sexta-feira haja mais um corte no Or�amento de 2016 que pode chegar a R$ 30 bilh�es. Meirelles e Juc� conversaram pessoalmente ontem para tentar afinar o discurso.
Apesar da profus�o de n�meros, a previs�o mais realista da equipe econ�mica, conforme antecipou na ter�a-feira o Broadcast, servi�o de not�cias tempo real da Ag�ncia Estado, � de que o d�ficit fiscal para este ano seja de R$ 150 bilh�es. "Estamos buscando um n�mero realista e retirando truques da equipe anterior, como os descontos da meta", afirmou a fonte. Esses descontos passar�o a ser computados como despesas.
O receio da equipe econ�mica � n�o superdimensionar o rombo na meta fiscal, a fim de n�o ter o efeito contr�rio ao previsto: em vez de apertar, dar sinais de libera��o nas contas p�blicas. "Se superestimar o d�ficit, o governo perde. E, no final, prejudicaria ainda mais o resultado prim�rio", afirmou uma fonte da �rea.
Alheia � discuss�o desde mar�o, quando Dilma enviou o projeto ao Congresso, a CMO s� escolheu na quarta o deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS) como relator da revis�o da meta. O colegiado, que deve receber os n�meros do governo, pretende votar o projeto at� a segunda.
O presidente da CMO, deputado Arthur Lira (PP-AL), j� adiantou que, se a comiss�o n�o vot�-la, n�o v� problemas se a meta for apreciada diretamente no plen�rio.