De um lado, os l�deres do Centr�o (PP, PSD, PR, PTB, PSC e partidos nanicos), grupo ligado ao peemedebista, s�o cautelosos e consideram que n�o haver� qu�rum suficiente para a vota��o em agosto, depois do recesso legislativo.
Do outro, os partidos do grupo de Maia - DEM, PSDB, PPS e PSB - afirmam que convocar�o as bancadas para tentar assegurar um n�mero m�nimo para votar a cassa��o de Cunha em agosto. "O PSB vai cobrar presen�a, igual escolinha", afirmou o l�der do partido, Paulo Foletto (ES). "Vir� todo mundo e ter� qu�rum elevado", disse o l�der do PPS, Rubens Bueno (PR). Para ele, a aus�ncia da maioria dos deputados neste per�odo seria "desmoralizante".
No meio da press�o, Maia afirmou nesta ter�a-feira, 19, que poder� pautar o processo entre os dias 8 e 12 de agosto. "Na primeira semana acho dif�cil, mas a partir da segunda � poss�vel. Eu s� n�o quero dar data porque se n�o tiver qu�rum voc�s v�o ficar me cobrando que eu adiei a vota��o. Vamos ter uma no��o melhor na primeira semana, como vai se construir o qu�rum para dar uma data objetiva", disse.
A primeira semana de atividades no Congresso vai coincidir com a realiza��o das conven��es partid�rias, que definir�o os candidatos para a disputa municipal. Outro fator que pode influenciar � o in�cio da Olimp�ada no Rio. "N�o sei se vai ter qu�rum", afirmou o l�der do PTB, Jovair Arantes (GO).
"O presidente falou que se n�o tiver um qu�rum de 460, ele n�o vai colocar para vota��o (o processo contra Cunha). � um risco, mas acredito que ser� votado", considerou o l�der do PR, Aelton Freitas (MG). O processo foi enviado pela Comiss�o de Constitui��o e Justi�a � secretaria-geral da Mesa e n�o h� prazo definido para que Maia d� in�cio aos debates no plen�rio.
Anticorrup��o
Outro item que deve entrar na pauta de vota��es da C�mara no segundo semestre � o projeto das 10 medidas de combate � corrup��o encampadas pelo Minist�rio P�blico. Segundo Maia, a expectativa � de que as medidas sejam analisadas at� 9 de dezembro, Dia Internacional contra a Corrup��o. Ao receber um grupo de ju�zes e procuradores ontem, Maia indicou que o tema ser� uma de suas prioridades.
A comiss�o que vai analisar o pacote foi instalada na semana passada, quatro meses ap�s a proposta ser apresentada. "Queremos estar at� l� com a mat�ria votada", disse o relator do projeto no colegiado, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Anexo
O novo presidente da C�mara desistiu de iniciar as obras de constru��o do anexo da C�mara. Maia alegou que n�o � o momento de a Casa utilizar recursos p�blicos para a constru��o de um pr�dio. Maia informou ontem o primeiro-secret�rio da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), de que n�o levar� adiante o projeto, bandeira de campanha de Cunha.
A Casa j� havia desembolsado R$ 50 mil para os primeiros trabalhos de escava��o de solo. Maia afirmou que a moderniza��o do complexo pode ser feita "quando o Pa�s estiver voltando a crescer economicamente". "No momento de crise, n�o cabe esse investimento."
Maia se disse preocupado com a repercuss�o do gasto. "Neste momento, acho que a sinaliza��o da constru��o de um anexo n�o vai cair bem aos ouvidos da sociedade."
Inicialmente, foi cogitada a constru��o do anexo com a participa��o privada, mas n�o houve interesse de empresas e o projeto do "Parlashopping" - que custaria R$ 1 bilh�o - foi abandonado. A Mesa Diretora decidiu ent�o gastar R$ 320 milh�es do pr�prio bolso na obra que expandiria a antiga estrutura da C�mara, sem lojas.
Su��a
Recursos de contas atribu�das ao deputado afastado Eduardo Cunha continuar�o bloqueados na Su��a. A Justi�a do pa�s europeu indicou nesta ter�a-feira que vai devolver o dinheiro ao Brasil apenas se o parlamentar for condenado ou se houver decis�o de um tribunal. Cunha renunciou � presid�ncia da C�mara neste m�s. O Supremo Tribunal Federal j� havia afastado o parlamentar de suas fun��es.
Cunha � r�u em duas a��es penais na Corte, al�m de ser alvo de uma den�ncia e tr�s inqu�ritos relacionados � Lava Jato. � reportagem, o Minist�rio P�blico da Su��a confirmou que as contas de Cunha est�o congeladas desde abril de 2015, quando ele passou a ser investigado por lavagem e corrup��o. Os valores n�o foram revelados. Cunha nega irregularidades e diz que era usufrutu�rio da conta.