(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Processo de impeachment chega ao fim depois de 274 dias

Senado vota hoje, �s 11h, o desfecho do processo contra Dilma Rousseff, com placar previsto de pelo menos 60 votos favor�veis. Michel Temer deve tomar posse � tarde no Congresso


postado em 31/08/2016 06:00 / atualizado em 31/08/2016 08:07

Depois de nove meses de espera, o pa�s finalmente assistir� nesta quarta-feira o t�rmino do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Desanimados, petistas e aliados da presidente afastada j� jogaram a toalha. No Planalto, a conta � que o presidente interino ter� entre 60 e 61 votos favor�veis � sua efetiva��o no cargo — seis ou sete a mais que o m�nimo necess�rio para tornar-se presidente, cuja posse deve ser � tarde.

O impeachment chega ao desfecho 274 dias ap�s o in�cio do seu processo na C�mara. Dilma est� afastada h� 112 dias.

Outros n�meros da novela do afastamento da petista mostram que o placar da sess�o na C�mara foi de 367 a 157 votos pela perda do mandato.

J� o relat�rio do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que acusa Dilma, tem 441 p�ginas, enquanto a defesa tem 536. No Senado, o placar pela aprova��o do parecer de Anastasia foi de 59 a 21.

Agora, s�o necess�rios 54 votos para tirar Dilma do poder e torn�-la ineleg�vel por oito anos. No fim da noite de ontem, 38 senadores j� haviam antecipado seu voto de hoje. Foram 25 pelo impeachment e 13 contra.


No Senado, o trabalho de convencimento dos votos pr�-governo interino est� a cargo do senador Romero Juc� (PMDB-RR). Com o an�ncio de Otto Alencar (PSD-BA) de que votar� contra o impeachment, a press�o toda est� voltada sobre Telm�rio Mota (PDT-RR), Elmano Ferrer (PTB-PI) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que se absteve em todas as vota��es anteriores.

Do outro lado, alguns petistas ainda apostam as �ltimas fichas. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva permaneceu em Bras�lia ao longo de todo o dia, tentando virar votos. A expectativa de uma revers�o em bloco no posicionamento dos senadores maranhenses n�o aconteceu. Roberto Rocha (PSB), Jo�o Alberto (PMDB) e Edison Lob�o (PMDB) votar�o pelo afastamento.


O des�nimo pela absolvi��o de Dilma � tanto no tanto que o PT terceirizou a busca de votos contr�rios ao impeachment.

A tarefa vem sendo exercida por K�tia Abreu (PMDB-GO) e Armando Monteiro Neto (PTB-PE). “Gostei dessa hist�ria de cachorros (fi�is) e gatos (que mudam de acordo com o ambiente)”, brincou K�tia. A senadora fez uma alus�o �s palavras do senador Magno Malta (PR-ES) sobre os senadores que se mant�m fieis a Dilma at� o �ltimo momento e a antigos aliados que mudaram de lado, passando a integrar a base de Michel Temer.

Ali�s, Malta, al�m de se manifestar favor�vel ao impeachment, ironizou Dilma. Ele citou trecho da m�sica Deu Pra Ti, de Kleiton e Kledir. “Deu pra ti, baixo astral, vai pra Porto Alegre, tchau”, em refer�ncia ao fato de Dilma ter resid�ncia na capita ga�cha.

DISCUSS�O

No �ltimo dia de debates, as aten��es ficaram voltadas ao embate entre defesa e acusa��o.

“A pior tortura que um ser humano tem � condenar um inocente, se essa pessoa tem dignidade, porque, ao faz�-lo, aquilo o acompanhar� pelo resto das suas vidas e, quando olharem no espelho, saber�o que puniram uma inocente por pretextos, por quest�es absolutamente n�o fundamentadas”, afirmou o advogado de Dilma, Jos� Eduardo Cardozo, pouco antes de concluir o discurso na tribuna do Senado. “Querem condenar, condenem! Mas n�o enxovalhem a honra de uma mulher digna”, protestou.

Durante uma hora e meia, os advogados de acusa��o, Jana�na Paschoal e Miguel Reale J�nior, de maneira veemente, reafirmaram que a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade ao editar decretos suplementares sem autoriza��o do Congresso e tamb�m “pedalar” no Plano Safra.

A acusa��o afirmou que a defesa da presidente mente e � “boa de marketing”. Jana�na chorou no fim do pronunciamento e pediu desculpas � petista pelo sofrimento causado.

“Finalizo pedindo desculpas para a senhora presidente da Rep�blica, n�o por ter feito o que era devido, porque eu n�o podia me omitir diante de tudo isso. Eu pe�o desculpas porque eu sei que a situa��o que ela est� vivendo n�o � f�cil. Sei que lhe causei sofrimento. E pe�o que ela um dia entenda que fiz isso pensando tamb�m nos netos dela” afirmou.

A fala de Jana�na causou rea��o imediata no plen�rio. Emocionado, Cardozo classificou de “muito injustas”. “Para quem conhece a presidente Dilma, pedir a condena��o para defender os seus netos foi algo que me atingiu muito fortemente”, disse.

Jana�na foi chamada de “golpista” pelo deputado Jos� Guimar�es (PT-CE). “Golpista � quem rouba a Petrobras”, rebateu o senador Aloisio Nunes (PSDB-SP). Exaltada, a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) acusou Jana�na de ser paga para fazer o parecer do impeachment. Ela criticou a fala da acusa��o e afirmou que tanto Jana�na quanto Reale J�nior n�o fizeram um debate jur�dico e sim pol�tico. “Para fazer debate pol�tico, tem que se submeter a votos populares”, disse.

O senador A�cio Neves (PSDB-MG) rebateu a declara��o de Gleisi e disse que ela n�o pode ofender o Senado nem advogados da “dimens�o moral e intelectual” como Jana�na e Reale J�nior.

“ Os brasileiros querem ver esta p�gina triste virada. Mas tudo tem um limite. N�o pode continuar ofendendo o Senado. N�o pode ofender os advogados”, disse. (Com ag�ncias)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)