Diante das amea�as de rebeli�o promovidas por aliados que ainda n�o foram contemplados com espa�o ou verbas no governo, o Pal�cio do Planalto decidiu tratar com m�o de ferro os parlamentares da base governista que tra�rem Michel Temer e votarem contra a proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que cria um teto para o aumento dos gastos p�blicos.
Em entrevista ao SBT Brasil, Temer afirmou acreditar que o governo j� tem votos para aprovar a PEC e que um placar amplo vai mostrar o prest�gio do Legislativo com o Executivo.
Anteontem, a Comiss�o Especial da C�mara aprovou o parecer do relator Darc�sio Perondi (PMDB-RS) por larga vantagem: 23 votos a sete. Mas o teste decisivo do governo ser� na pr�xima semana com a vota��o, em primeiro turno, da PEC no plen�rio da Casa. Para aprov�-la, s�o necess�rios 308 votos dos 513 deputados (60% do total) em dois turnos.
�s v�speras da vota��o da PEC no plen�rio, fontes palacianas revelaram que aumentou a demanda - principalmente por cargos - e reclama��es da demora para as indica��es serem formalizadas. O represamento das nomea��es se deve � triagem feita para avaliar se as indica��es est�o aptas, mas isso tem deixado deputados da base governista impacientes.
Diante da press�o do Planalto, ao longo da semana sete partidos da base (PSDB, PMDB, PP, PR, PSD, PTB e o PSC) - que representam 266 votos na C�mara - fecharam quest�o a favor da proposta. O n�mero � insuficiente para aprovar a PEC, mas a tend�ncia � que o governo consiga os votos de que precisa.
Ainda assim, o PMDB, partido de Temer, chegou a fazer uma reuni�o extraordin�ria para confirmar essa posi��o e enquadrar alguns deputados da bancada que amea�avam votar contra. Isso significa que, se um deputado desrespeitar a orienta��o partid�ria, poder� ser punido pela legenda. No entanto, segundo fontes do Congresso que receberam o recado, a puni��o mais pesada dever� vir do governo e ser� individualizada. “O deputado que votar contra ter� um tratamento correlato”, resumiu um aliado.
Convencimento
Lideran�as partid�rias t�m tido dificuldades em convencer suas respectivas bancadas a votarem a favor da proposta do governo, mesmo diante da ofensiva feita por Temer, ministros palacianos e equipe econ�mica nos �ltimos dias. Embora assumam um discurso de que todos est�o comprometidos com a gravidade da situa��o econ�mica do Pa�s, os l�deres est�o tendo de trabalhar nos �ltimos dias para sanar as insatisfa��es dos deputados que ainda n�o tiveram suas demandas atendidas pelo governo. Parlamentares e prefeitos que v�m a Bras�lia reclamam da n�o libera��o de recursos federais.
Oficialmente, o Pal�cio afirma que as demandas v�o “sair normalmente”, sem vincula��o com a PEC. “O que tiver de sair vai sair, o que n�o tiver de sair, n�o vai sair”, disse o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Ele nega retalia��o, mas sinaliza que movimentos antigoverno n�o ser�o esquecidos pelo Planalto. “N�o vou tocar nesse assunto. Voc� saber� depois o que ir� acontecer.”