Em meio a uma paralisa��o de agentes penitenci�rios, iniciada na madrugada de segunda para ter�a-feira, o governo do Estado do Rio anunciou que pagar� nesta quarta-feira, at� �s 13 horas, os sal�rios de dezembro dos servidores ativos e inativos da �rea de seguran�a p�blica. Al�m dos agentes penitenci�rios, ser�o beneficiados servidores das pol�cias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Secretaria de Seguran�a.
Nesta ter�a-feira, foi encerrado o pagamento dos vencimentos de novembro. Desde o in�cio dos atrasos de sal�rios, o Estado do Rio passou a data de pagamento para o d�cimo dia �til do m�s seguinte. Portanto, o sal�rio de dezembro deveria ter sido pago at� a �ltima sexta-feira.
Ainda assim, s� receberam na data os funcion�rios ativos da �rea de educa��o e do Degase, �rg�o que cuida de crian�as e adolescentes infratores. Para isso, o governo usou recursos do Fundeb, fundo formado pela Uni�o para repassar valores para Estados e munic�pios.
O atraso de sal�rio vinha servindo de combust�vel para paralisa��es. Para esta quarta, �s 18 horas, est� marcada uma reuni�o de bombeiros em que ser�o decidas medidas para pressionar o governo. Est�o na mesa medidas alternativas � greve, inconstitucional para militares, como o aquartelamento - quando os militares se mant�m dentro dos quart�is, sem rod�zio.
"O pagamento do sal�rio de dezembro n�o resolve a vida dos bombeiros, porque h� d�vidas acumuladas desde o ano passado", diz o subtenente Mesac Eflaim, presidente da Associa��o dos Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro (Abmerj). Segundo ele, policiais militares tamb�m devem participar da reuni�o desta quarta.
Bra�os cruzados
Em meio aos temores de rebeli�es ap�s brigas entre detentos e massacres em pres�dios no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte, os agentes penitenci�rios decretaram greve por tempo indeterminado. Al�m do sal�rio de dezembro, previsto para ser pago nesta quarta-feira, os servidores reivindicam o pagamento do 13.º sal�rio do ano passado e a melhoria das condi��es de trabalho.
Na sa�de, servidores de todas as �reas est�o de bra�os cruzados desde a virada do ano. O diretor da Federa��o Nacional dos M�dicos no Rio, Jorge Darze, disse que n�o h� previs�o de encerramento da greve enquanto n�o forem atendidas as reivindica��es da categoria.
"H� uma crescente ades�o ao movimento grevista diante da intransig�ncia do atual governo em negociar com as categorias. V�rios servidores n�o conseguem mais sequer pagar passagem para ir at� o trabalho", disse Darze, mencionando o Hemorio e o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC) entre as unidades afetadas no Estado.
Apesar da greve, o atendimento � popula��o fica minimamente preservado porque 43 unidades de sa�de (Unidades de Pronto Atendimento, hospitais e institutos) s�o administradas por organiza��es sociais (OS), entidades privadas contratadas para prestar servi�os p�blicos. Conforme a secretaria, do total de funcion�rios que trabalham nessas 43 unidades, 22.368 s�o contratados pelas OS, enquanto apenas s�o 5.101 servidores estatut�rios.
Desde o �ltimo s�bado, os policiais civis tamb�m est�o paralisados. Os agentes fazem boletins apenas quando se tratam de crimes violentos ou ocorr�ncias que exijam provid�ncias imediatas. Sem atrasos nos sal�rios, os servidores da Justi�a do Rio tamb�m est�o em greve desde o fim de outubro. Eles pedem reajuste e mudan�a no plano de cargos.