O presidente Michel Temer consultou aliados sobre dividir as atuais fun��es do Minist�rio da Justi�a e dar mais poder � secretaria que cuida da �rea de Seguran�a P�blica. Com a mudan�a, ele poderia abrigar no governo seu amigo de longa data Ant�nio Claudio Mariz de Oliveira, que j� havia sido descartado como ministro por posi��es contr�rias � Opera��o Lava Jato.
No novo arranjo analisado pelo Planalto, Mariz poderia comandar uma secretaria com status de minist�rio para cuidar da Seguran�a P�blica. O advogado criminalista tem experi�ncia na �rea. Ele j� foi secret�rio de Seguran�a e Justi�a de S�o Paulo na d�cada de 1990, no governo Orestes Qu�rcia.
Nesse cen�rio, conforme interlocutores do presidente, n�o haveria impedimentos �ticos de Mariz em rela��o � Lava Jato, j� que ele � advogado de investigados. A Pol�cia Federal continuaria vinculada diretamente ao Minist�rio da Justi�a.
O perfil que Temer busca para a �rea de Seguran�a � o de algu�m que corresponda � "dimens�o da crise", enfrente a onda de viol�ncia e aceite trabalhar sob a orienta��o do Minist�rio da Justi�a.
Temer gostaria de contar tanto com Velloso quanto com Mariz no governo, pois s�o nomes da mais alta confian�a do presidente, disse um amigo do peemedebista � reportagem.
Nova pasta
O formato do novo minist�rio, por�m, ainda est� em estudo. Um dos cen�rios analisados, segundo auxiliares do presidente, � o de levar para dentro do Pal�cio do Planalto o comando da Secretaria Nacional de Seguran�a P�blica (Senasp), hoje vinculada � pasta da Justi�a. Neste caso, n�o haveria status de ministro para o secret�rio porque a �rea poderia ficar subordinada � Casa Civil ou direto � Presid�ncia, mas criaria um "secret�rio forte".
A ideia, no entanto, encontra resist�ncia no Planalto. Segundo um interlocutor, ao retirar a Senasp da Justi�a e lev�-la para o Planalto, Temer colocaria no seu colo problemas como a crise penitenci�ria e a paralisa��o de policiais, que em primeira inst�ncia � atribui��o dos Estados.
O presidente tamb�m tem ouvido sugest�es para criar um novo minist�rio, como defende a "bancada da bala" no Congresso.
No in�cio do m�s, em meio � crise penitenci�ria, Temer incorporou o nome "Seguran�a P�blica" � pasta da Justi�a. Mesmo assim, encomendou a t�cnicos do Planejamento uma an�lise sobre quanto custaria a divis�o do minist�rio em duas partes.
Entre as atuais atribui��es da Senasp est� coordenar as atividades da For�a Nacional e assessorar o ministro da Justi�a a implementar a Pol�tica Nacional de Seguran�a P�blica. A ideia neste novo formato seria incluir o Departamento Penitenci�rio Nacional na secretaria.
Nomes
Al�m de Mariz, o nome do ex-secret�rio de Seguran�a do Rio Jos� Mariano Beltrame � cotado para cuidar dessa �rea no governo. Beltrame enfrenta, por�m, resist�ncia dentro do governo e tamb�m no PMDB. Seus cr�ticos dizem que ele n�o resolveu o problema no Rio ap�s quase dez anos no cargo.
Outro ponto contr�rio ao nome de Beltrame � sua liga��o com o ex-governador S�rgio Cabral (PMDB), preso em Bangu acusado de corrup��o. Al�m do ex-governador, v�rios de seus auxiliares tamb�m foram presos.
A despeito da movimenta��o de parlamentares, Temer tamb�m disse a aliados do PMDB que o novo titular da Justi�a n�o ser� um pol�tico. A bancada peemedebista de Minas queria emplacar o deputado federal Rog�rio Pacheco (MG), mas o nome perdeu for�a.