
Bras�lia - Alvo de den�ncia pelo suposto recebimento de propina de R$ 800 mil no esquema de corrup��o da Petrobras, o l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acesso aos v�deos das dela��es premiadas do senador cassado Delc�dio Amaral (MS), do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, do lobista Fernando Baiano, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
A defesa solicita obter as grava��es dos v�deos antes que se abra o prazo de 15 dias para a apresenta��o de defesa pr�via � acusa��o, feita pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, contra o senador peemedebista pelos supostos crimes de corrup��o ativa e lavagem de dinheiro.
A PGR afirma que o senador peemedebista teria recebido propina de R$ 800 mil mediante doa��es oficiais da empreiteira Serveng. Em troca, Renan teria dado apoio pol�tico para manuten��o de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de abastecimento da Petrobras. Costa teria praticado os atos necess�rios que a Serveng participasse de licita��es na empresa p�blica.
O ex-presidente do Senado � denunciado junto com o deputado federal An�bal Gomes (PMDB/CE), apontado pela Lava-Jato como o "porta-voz" de Renan na C�mara. O terceiro denunciado � o diretor comercial da Serveng, Paulo Twiaschor.
Alberto Youssef, Fernando Falc�o Soares e Delc�dio Amaral teriam confirmado, em seus respectivos acordos de colabora��o premiada, o apoio do PMDB e de Renan Calheiros para a manuten��o de Paulo Roberto Costa como diretor de Abastecimento. Ainda de acordo com a den�ncia da PGR, o delator S�rgio Machado afirmou que Renan recebeu R$ 8 milh�es de propina mediante doa��es oficiais destinadas inclusive ao Diret�rio Nacional do PMDB.
A investiga��o apura a suposta participa��o da empreiteira Serveng no esquema de corrup��o instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Mesmo sem ser apontada como uma das empresas que teria atuado no cartel que fraudou licita��es na estatal, a companhia foi citada por delatores e � investigada por suspeita de pagar propinas a pol�ticos por meio de doa��es eleitorais.
No in�cio do m�s, o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o desmembramento do inqu�rito e o envio de parte da investiga��o que n�o envolve pol�ticos ao juiz S�rgio Moro, respons�vel pela opera��o em Curitiba. Ele manteve no Supremo a acusa��o contra o diretor da Serveng por entender que as acusa��es contra ele est�o diretamente ligadas �s acusa��es a Renan e An�bal.
A den�ncia
Segundo as investiga��es, o diretor comercial da Serveng, Paulo Twiaschor, fez as doa��es ao Diret�rio Nacional do PMDB: R$ 500 mil em 18/8/2010 e R$ 300 mil em 24/9/2010. O interesse da empreiteira era participar de licita��es mais vultosas na Petrobras, o que foi viabilizado a partir do come�o de 2010.
A den�ncia informa que esses valores seguiram do Diret�rio Nacional do PMDB para o Comit� Financeiro do PMDB/AL e deste para Renan Calheiros, mediante diversas opera��es fracionadas, como estrat�gia de lavagem de dinheiro.
Al�m da condena��o de Renan e An�bal Gomes pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, a den�ncia oferecida no Inqu�rito 4.216 pede a perda das fun��es p�blicas deles. Paulo Twiaschor � acusado de corrup��o ativa e lavagem de dinheiro. O procurador-geral da Rep�blica tamb�m quer a repara��o dos danos materiais no valor m�nimo de R$ 800 mil e de R$ 800 mil para os danos "transindividuais" causados, equivalente ao valor da propina.
Esta � a primeira den�ncia oferecida contra Renan Calheiros no �mbito da Opera��o Lava Jato. Atualmente, o peemedebista j� � r�u no Supremo acusado por peculato (desvio de dinheiro), envolvendo a empreiteira Mendes J�nior que teria bancado despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem Renan mantinha relacionamento extraconjugal em troca de apoio do peemedebista para apresentar emendas em benef�cio da empreiteira. Ao todo, Calheiros � alvo de 13 investiga��es no Supremo.