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Estado de Minas

Rodrigo Janot e Gilmar Mendes voltam a entrar em rota de colis�o

Um dia ap�s o ministro do Supremo acusar a PGR por vazamentos de dela��es da opera��o, procurador-geral da Rep�blica critica "decrepitude moral" e "disenteria" verbal do magistrado


postado em 23/03/2017 06:00 / atualizado em 23/03/2017 07:34

(foto: Quinho/EM/D.A.Press)
(foto: Quinho/EM/D.A.Press)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, entraram em rota de colis�o outra vez. O primeiro atacou na ter�a-feira, com cr�tica contundente: “Quando praticado por funcion�rio p�blico, vazamento � eufemismo para um crime que os procuradores certamente n�o desconhecem. A viola��o do sigilo est� no artigo 325 do C�digo Penal. Mais grave � que a not�cia d� conta dessa pr�tica dentro da estrutura da Procuradoria-Geral da Rep�blica. Isso � constrangedor”.

Ontem, Janot rebateu, tamb�m de forma r�spida. Ele fez um duro discurso em defesa da Lava-Jato e da Procuradoria-Geral da Rep�blica, afirmando que o Minist�rio P�blico Federal n�o realiza coletivas de imprensa em off, conforme informa��o que chegou a ser veiculada na imprensa no fim de semana e que foi endossada por Gilmar Mendes.

Apesar de n�o mencionar o ministro do STF, Janot fez cr�ticas � atua��o pol�tica de Gilmar Mendes. Chamou de “mentira” a informa��o sobre “coletivas de imprensa em off”. “Ali�s, essa mat�ria jornal�stica nem sequer ouviu o outro lado. N�o fomos chamados a nos pronunciar sobre esta mentira”, disse o procurador durante reuni�o de procuradores eleitorais em Bras�lia. “Esta mat�ria imputa esta pr�tica como corriqueira nos tr�s poderes da Rep�blica, e, apesar da imputa��o expressa de at� o STF [fazer tal pr�tica], n�o vi uma s� palavra de quem teve uma disenteria verbal a se pronunciar sobre esta imputa��o ao Congresso, ao Pal�cio e at� ao Supremo”, afirmou Janot. “S� posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios, mas infelizmente com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos leg�timos de comunica��o institucional”, disparou o chefe da PGR.

N�o foi a primeira vez em que Janot respondeu a declara��es de Gilmar Mendes com cr�ticas ao MPF. Desta vez, ele preparou um discurso, mas, nos momentos mais incisivos, n�o se ateve ao texto. “Procuramos nos distanciar dos banquetes palacianos. Fugimos dos c�rculos de comensais que cortejam desavergonhadamente o poder pol�tico. E repudiamos a rela��o prom�scua com a imprensa. Ainda assim, meus amigos, em proje��o mental, alguns tentam nivelar a todos a sua decrepitude moral, e para isso acusam-nos de condutas que lhes s�o pr�prias, socorrendo-se n�o raras vezes da aparente intangibilidade proporcionada pela posi��o que ocupam no Estado”, disse Janot.

Janot disse tamb�m que “sempre houve, na hist�ria da humanidade, homens dispostos a sacrificar seus compromissos �ticos no altar da vaidade desmedida e da ambi��o sem freios”. E atacou, sempre sem citar Gilmar Mendes: “Esses n�o hesitam em violar o dever de imparcialidade ou em macular o decoro do cargo que exercem; na sofreguid�o por reconhecimento e afago dos poderosos de plant�o, perdem o referencial de dec�ncia e de retid�o”.

“Mesmo quando exercemos nossas fun��es dentro da mais absoluta legalidade, estamos sujeitos a severas e, muitas vezes, injustas cr�ticas de quem teve interesses contrariados por nossas a��es. E a maledic�ncia e a m�-f� s�o verdugos constantes e insolentes”, completou o procurador-geral.

O discurso tamb�m citou os tr�s anos de “prof�cuo trabalho” da Lava-Jato. “Do que se revelou no curso das investiga��es, � poss�vel concluir que existem basicamente duas formas de corrup��o no pa�s: a econ�mica e a pol�tica. Elas n�o se excluem e, em certa medida, tocam-se e interagem.” Janot disse tamb�m que o m�rito da Lava-Jato foi haver encontrado o veio principal da corrup��o pol�tica. “Esse tipo de corrup��o, como disse, � de alt�ssima ‘lesividade’ social porque frauda a democracia representativa, movimenta bilh�es de reais na clandestinidade e debilita o senso de solidariedade e de coes�o, essenciais a uma sociedade saud�vel.”


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