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Estado de Minas

Odebrecht: Dilma sabia de caixa 2

Ex-presidente da empreiteira diz em depoimento ao TSE que a petista tinha conhecimento de doa��es n�o declaradas em 2014


postado em 24/03/2017 06:00 / atualizado em 24/03/2017 07:43

Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora Odebrecht preso pela Lava-Jato:
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora Odebrecht preso pela Lava-Jato: "Dilma sabia que toda aquela dimens�o de pagamentos n�o estava na presta��o do partido" (foto: Heuler Andrey/AFP)

Bras�lia - Documento entregue aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo relator do processo de cassa��o da chapa Dilma Rousseff -Michel Temer, Herman Benjamin, traz trechos do depoimento de Marcelo Odebrecht em que o herdeiro da construtora revela que a petista “tinha dimens�o” das doa��es por meio de caixa dois praticado pela empreiteira.

A distribui��o do documento de 1.032 p�ginas � uma das fases finais antes do julgamento e serve para os ministros tomarem conhecimento, com anteced�ncia, das provas contidas no processo.

No relat�rio, h� o detalhamento do que disseram as 58 testemunhas ao TSE, al�m do conte�do de duas acarea��es entre Marcelo Odebrecht e os ex-executivos da construtora Hilberto Mascarenhas e Cl�udio Melo Filho, que deram relatos diferentes sobre as doa��es eleitorais feitas ao PMDB e foram confrontados na presen�a de Benjamin.

No depoimento, Marcelo tamb�m falou sobre o pagamento ao marqueteiro Jo�o Santana e a participa��o da ex-presidente nas negocia��es.

“O que Dilma sabia era que a gente fazia, tinha uma contribui��o grande — a dimens�o da nossa contribui��o era grande, ela sabia disso — e ela sabia que a gente era respons�vel por muitos pagamentos para o Jo�o Santana. Ela nunca me disse que sabia que era caixa dois, mas � natural, � s� fazer uma... Ela sabia que toda aquela dimens�o de pagamentos n�o estava na presta��o do partido”, disse.

Segundo ele, nas elei��es de 2014, o ex-ministro da fazenda Guido Mantega era um dos principais interlocutores de Dilma. “Marcelo, a orienta��o dela (Dilma) � que todos os recursos de voc�s v�o para a campanha dela. Voc� n�o vai mais doar para o PT, voc� s� vai doar para a campanha dela, basicamente para as necessidades da campanha dela: Jo�o Santana, Edinho Silva ou esses partidos da coliga��o”, teria dito Guido ao empres�rio.

Em 2010, de acordo com Marcelo, os respons�veis pela arrecada��o da campanha foram o ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o ex-ministro Ant�nio Palocci. A partir de 2011, Dilma teria assumido as negocia��es do PT com a Odebrecht.

A chapa encabe�ada pela petista, que sofreu um impeachment e deu lugar ao vice, Temer, teve as contas de campanha aprovadas com ressalvas no fim de 2014, mas o processo foi reaberto porque o PSDB questionou a decis�o do TSE e apontou suposto abuso de poder econ�mico pelos advers�rios.

Entre as irregularidades levantadas pelos tucanos est�o pagamentos irregulares a gr�ficas e uso de recursos desviados da Petrobras. O caso, que parecia ser o menor dos problemas para Temer at� alguns meses atr�s, ganhou outras propor��es ap�s oitivas com ex-integrantes da Odebrecht, que negociaram doa��es milion�rias � campanha.

O Planalto tamb�m acendeu o alerta em rela��o � a��o no TSE porque, nos bastidores, ganhou for�a a tese de que o voto do relator ser� a favor da cassa��o da chapa.

O governo, por�m, acredita que consegue reverter a situa��o no plen�rio da corte. Uma das estrat�gias dos peemedebistas � separar a atua��o de Temer da de Dilma no processo — o argumento jur�dico tem jurisprud�ncia no TSE, mas depende do entendimento que os ministros ter�o em rela��o a este caso espec�fico.

Na tentativa de evitar a separa��o do julgamento dos dois, a petista apresentou documentos que comprovariam que o comit� central da campanha teria pagado despesas de ambos da mesma maneira, sem distin��o entre o cabe�a da chapa e o vice.

Temer, no entanto, alega que n�o tem rela��o com os pagamentos suspeitos e que a arrecada��o de seu partido aconteceu em paralelo ao de Dilma durante a elei��o.

TEMPO NA TV


Al�m de Marcelo Odebrecht, o depoimento de Alexandrino Alencar, ex-diretor da empreiteira, ao ministro do TSE Herman Benjamin forneceu detalhes de como a construtora participou da compra de tempo na TV para a campanha de Dilma.

Em sua dela��o, ele afirmou que repassou R$ 21 milh�es de caixa dois para o PCdoB, o PROS e o PRB (RR 7 para cada um), aliados da petista, a pedido do ent�o tesoureiro da campanha do PT, Edinho Silva. A maior parte do dinheiro foi entregue em flats e hot�is de S�o Paulo. Ele mencionou ainda outro repasse, de R$ 4 milh�es, ao PDT, repassado por outra pessoa da empreiteira.

 

enquanto isso...

...STF rejeita recurso de Lula

O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou um recurso do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva apresentado contra a decis�o do ministro Teori Zavascki que remeteu investiga��es sobre ele para o juiz federal S�rgio Moro, respons�vel pela condu��o da Opera��o Lava-Jato na primeira inst�ncia. A decis�o foi tomada de forma un�nime no plen�rio e foi a primeira sess�o com a presen�a de Alexandre de Moraes como ministro do Supremo. Em 13 de junho de 2016, Teori invalidou parte da intercepta��o telef�nica feita pela Lava-Jato envolvendo Lula e a ent�o ex-presidente Dilma Rousseff, por consider�-la ilegal, apontando que Moro usurpou a compet�ncia do STF ao autorizar os grampos que pegaram a ent�o presidente e o ex-presidente. Os advogados pediram a anula��o de toda a investiga��o por entender que S�rgio Moro usurpou a compet�ncia da corte ao ter grampeado conversa da ex-presidente, que, na �poca, tinha foro privilegiado. A intercepta��o telef�nica foi revelada depois de Moro retirar o sigilo das investiga��es. Os advogados tamb�m solicitaram que a a��o de Moro fosse encaminhada para o Minist�rio P�blico, com o intuito de investigar a conduta do juiz federal do Paran�. A decis�o de Teori em junho de 2016 permitiu que Lula fosse processado na primeira inst�ncia sobre a suspeita de ser dono de s�tio em Atibaia e um triplex em Guaruj�, ambos reformados pela empreiteira OAS.


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