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Estado de Minas

Ap�s revela��es da Odebrecht, expectativa agora � para dela��es de outras empresas

OAS e Camargo Corr�a tamb�m podem fechar acordos de colabora��o, al�m de protagonistas do esc�ndalo, como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio, S�rgio Cabral


postado em 17/04/2017 06:00 / atualizado em 17/04/2017 07:47

Preso desde outubro em Curitiba, ex-deputado Eduardo Cunha já sinalizou delação premiada várias vezes(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
Preso desde outubro em Curitiba, ex-deputado Eduardo Cunha j� sinalizou dela��o premiada v�rias vezes (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil )

Ap�s as dela��es dos executivos da construtora Odebrecht que envolveram 415 pol�ticos de 26 partidos e abalaram Bras�lia ao revelar esquemas para repasses de dinheiro para campanhas eleitorais, outras empresas e nomes de peso do cen�rio pol�tico podem entrar na fila para revelar detalhes sobre desvios de recursos p�blicos. Desde janeiro, a empreiteira Andrade Gutierrez negocia nova dela��o para complementar as informa��es repassadas ao Minist�rio P�blico no ano passado sobre desvios de recursos em obras p�blicas.


Outras empresas envolvidas na Opera��o Lava-Jato, como OAS e Camargo Corr�a, tamb�m podem fechar acordos de colabora��o. Alguns protagonistas nos esc�ndalos que j� est�o atr�s das grades, como o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB-RJ), al�m do empres�rio Eike Batista, j� deram indica��es de que podem fazer dela��es para reduzir o tempo de pris�o.

Para pol�ticos que receberam verbas por meio de caixa 2 ou propinas em troca de apoio em vota��es no Congresso, a situa��o pode ficar ainda pior com novas dela��es. Em 2015, os executivos da Camargo Corr�a formalizaram colabora��o com os investigadores e no ano passado foi a vez dos executivos da Andrade Gutierrez, que no acordo aceitaram devolver R$ 1 bilh�o aos cofres p�blicos. Com revela��es recentes ap�s os depoimentos da Odebrecht, promotores verificaram a necessidade de ouvir novamente os principais nomes das duas empreiteiras, uma esp�cie de “recall” das dela��es anteriores.

As duas empresas foram informadas pelo Minist�rio P�blico quer precisariam passar por uma revis�o em suas colabora��es, uma vez que surgiram inconsist�ncias ou foram detectadas lacunas de informa��es ap�s a entrega dos anexos da Odebrecht. Executivos dever�o explicar pontos n�o esclarecidos em suas pr�prias dela��es.

Governo Entre os pol�ticos j� presos que j� demonstraram interesse em fazer acordo de dela��o, o nome que pode causar mais problemas para o governo Michel Temer � do ex-presidente da C�mara Eduado Cunha. Preso desde outubro, Cunha mandou v�rios recados para o Pal�cio do Planalto por meio de parlamentares aliados. Apesar de a defesa do ex-deputado afirmar que ele n�o est� pr�ximo de fechar o acordo, Cunha tem se mostrado cada vez mais insatisfeito com a falta de apoio de ex-aliados ap�s ter o pedido de liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal.

Em processo em que � investigado na Justi�a Federal do Paran�, Cunha fez v�rias perguntas constrangedoras direcionadas a Temer. Ele questiona a rela��o de Temer com alguns executivos de empreiteiras, empres�rio presos e cita obras com suspeitas de desvios de recursos p�blicos. O juiz S�rgio Moro alertou que o objetivo do r�u era claramente amea�ar de forma velada o presidente da Rep�blica e vetou a inclus�o das perguntas no processo.

BANGU


Preso no complexo penitenci�rio de Bangu desde novembro, o ex-governador do Rio de Janeiro S�rgio Cabral � outro nome de peso do mundo pol�tico que busca nos acordos com o Minist�rio P�blico uma forma de reduzir sua pena atr�s das grades. Ele afirmou a interlocutores que sabe que tem poucas chances de se livrar do longo tempo de pris�o, uma vez que tem contra si tr�s mandados de pris�o (dois expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, no Rio de Janeiro, e um pelo juiz S�rgio Moro, no Paran�). Por isso estuda algum tipo de acordo.

Cabral teria se comprometido a falar sobre pelo menos 97 casos de corrup��o e outros crimes ligados ao governo fluminense, na Assembleia Legislativa do Rio, no Tribunal de Justi�a, no pr�prio Minist�rio P�blico e at� mesmo no Superior Tribunal de Justi�a (STJ). Tamb�m detido em Bangu, o empres�rio Eike Batista tamb�m j� demonstrou interesse em delatar e estaria negociando um acordo de dela��o com o MP do Rio.

 

Acusa��es contra 415 pol�ticos e 26 partidos

 

As dela��es de executivos e ex-executivos da Odebrecht envolveram pelo menos 415 pol�ticos de 26 dos 35 partidos legalmente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PT lidera a lista com o maior n�mero de filiados atingidos (ao todo, 93 petistas foram citados nos depoimentos). O partido � seguido de perto pelos integrantes das duas principais legendas que d�o sustenta��o ao governo Temer: PSDB e PMDB. Cada um tem 77 membros citados pelos delatores.

PT, PMDB e PSDB s�o os tr�s maiores partidos do Congresso e representam as tr�s mais importantes elites partid�rias do pa�s. Juntos, eles concentram 59,5% dos pol�ticos enredados nas dela��es da maior empreiteira brasileira, segundo levantamento em todas as 337 peti��es com pedidos de investiga��o feitas pelo procurador-geral de Justi�a, Rodrigo Janot, e encaminhadas ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A quest�o n�o � apenas quantitativa. Os relatos dos delatores envolveram as principais lideran�as desses partidos (s�o citados o presidente Michel Temer e cinco ex-presidentes (Jos� Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff), ainda que com grau, intensidade e n�mero de vezes diferentes. Al�m deles, aparecem ex-candidatos � Presid�ncia, como os senadores Jos� Serra (PSDB-SP), A�cio Neves (PSDB-MG), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), o pastor Everaldo (PSC-RJ), Jos� Maria Eymael (PSDC-SP), o ex-governador Leonel Brizola (PDT-RJ) e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). No caso desses dois �ltimos, a acusa��o foi arquivada pelo STF. A maioria teve lugar de destaque nas corridas presidenciais desde a redemocratiza��o do pa�s, em 1985.

ex-ministros No PT, as dela��es atingiram os ex-ministros  Jaques Wagner, Guido Mantega, Antonio Palocci, Jos� Dirceu e Paulo Bernardo e os governadores Ti�o Viana (AC) e Fernando Pimentel (MG). No PMDB, foram delatados o presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), e os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Juc� (RR), o ex-governador S�rgio Cabral (RJ) e os governadores Luiz Fernando Pez�o (RJ) e Paulo Hartung (ES).

Os partidos m�dios, muitos dos quais comp�em a base de Temer, tamb�m tiveram lideran�as envolvidas. O PP � a quarta sigla mais afetada, com 35 citados, incluindo seu presidente, o senador Ciro Nogueira (PI). O DEM vem a seguir, com 22 denunciados, entre eles o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (RJ). PSB (19),  PSD (15), PTB (11), PR e PCdoB, com 10, PPS (9), e PDT (8) completam a lista. Destes, s� o PCdoB e o PDT n�o est�o no governo. Entre os pequenos partidos sobram 25 citados. S� dois (PSOL e PTN) n�o apoiam Temer. Todos os pol�ticos at� agora citados negaram o conte�do das dela��es.


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