O procurador Deltan Dallagnol, da for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato, afirmou nesta ter�a-feira, 2, que o Minist�rio P�blico Federal n�o pediu nova pris�o preventiva do ex-ministro Jos� Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) na nova den�ncia apresentada contra o petista. Segundo Dallagnol, existem "raz�es de sobra" para Dirceu, capturado pela Lava Jato em 3 de agosto de 2015, continuar detido.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar na tarde desta ter�a-feira um pedido de habeas corpus para Jos� Dirceu. Na semana passada, a Corte m�xima colocou na rua dois condenados da Lava Jato: o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, e o ex-assessor do PP Jo�o Cl�udio Genu.
"N�o existe novo pedido de pris�o em rela��o a Jos� Dirceu, embora exista alguns fatos novos, porque j� existe uma ordem de pris�o bastante consistente com fundamentos muito s�lidos e porque n�s temos apresentado alguma cautela no tocante a novos pedidos de pris�o quando j� existem pedidos de pris�o decretados anteriormente e aprecia��o nos tribunais superiores. N�s n�o queremos passar a impress�o equivocada, muitas vezes, de que n�s poder�amos estar buscando por l� a aprecia��o de um decreto de pris�o exarado por parte de um tribunal superior. Se houvesse uma nova decreta��o de pris�o, essa nova decreta��o poderia substituir a pris�o anterior e o r�u teria que galgar grau a grau de revis�o, Tribunal Regional Federal, Superior Tribunal de Justi�a e Supremo Tribunal Federal novamente", afirmou.
A acusa��o apresentada pela for�a-tarefa da Lava Jato � a terceira contra Jos� Dirceu no esquema de corrup��o instalado na Petrobras. As duas den�ncias anteriores j� resultaram em condena��es que somaram mais de 32 anos de pris�o.
A acusa��o trata de 33 crimes de lavagem de mais de R$ 2,4 milh�es, praticados entre abril de 2011 e outubro de 2014, para permitir o recebimento por Jos� Dirceu de vantagens indevidas decorrentes de crimes de cartel, fraude a licita��o e corrup��o praticados no interesse das empreiteiras Engevix e UTC e em detrimento da Petrobras.
Segundo Dallagnol, "esta acusa��o tem uma s�rie de provas como depoimentos colhidos, n�o s� de delatores, mas de testemunhas, e-mails analisados, suporte probat�rio, assim como dados fiscais e banc�rios. Todo um conjunto probat�rio mostrando como os recursos flu�ram a partir das empreiteiras at� os benef�cios de Jos� Dirceu, seja mediante a transfer�ncia para sua empresa, seja mediante a transfer�ncia para credores de Jos� Dirceu", afirmou.
"Evidentemente essa acusa��o j� estava sendo elaborada, amadurecida, prova disso � que foram colhidos depoimentos em 2016, expedidos of�cios com o objetivo de alcan�ar informa��es. � uma acusa��o que amadureceu, estava para ser oferecida e em raz�o da an�lise, pelo Supremo Tribunal Federal, de um habeas corpus referente a Jos� Dirceu, houve a precipita��o com o objetivo de trazer � tona informa��es que s�o relevantes, que s�o pertinentes e que podem ser, ou n�o, consideradas pelo Supremo Tribunal Federal dentro da ampla independ�ncia que goza aquele tribunal", disse o procurador.
Defesas
O criminalista Roberto Podval, defensor de Dirceu, se manifestou sobre a den�ncia. "Esses fatos foram utilizados quando do primeiro pedido de pis�o, embora quando da den�ncia foram esquecidos. N�o acredito que o juiz S�rgio Moro desautorize o Supremo Tribunal Federal dessa forma. Isso n�o � um jogo. O STF n�o ir� autorizar chicana judicial. N�o acredito que o juiz S�rgio Moro utilize tais procedimentos", escreveu.
A reportagem entrou em contato com a Engevix e a UTC, mas n�o obteve resposta. O espa�o est� aberto para manifesta��o das companhias.