Primeiro na linha sucess�ria caso o presidente Michel Temer deixe o Planalto, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da C�mara, tem negado em p�blico que esteja se articulando para disputar em uma eventual elei��o indireta. Mas o deputado do DEM tem buscado apoios na base aliada e at� mesmo do PT.
A avalia��o dele � que qualquer conversa sobre elei��o indireta agora soaria como um conchavo no momento que o PT defende a bandeira das diretas j�. Mesmo assim, o ex-presidente disse a aliados que, se Temer cair, Maia tem chance de ser o pr�ximo presidente.
"Se o Temer cair ele (Maia) vai assumir interinamente por um m�s. Depois que sentou ali � dif�cil tirar. Os deputados n�o v�o pensar duas vezes entre votar em outro deputado ou em algu�m de fora", disse o deputado Z� Geraldo (PT-PA).
O PT, que realiza at� amanh� seu 6° Congresso Nacional, deve aprovar o boicote da bancada de 58 deputados do partido a um eventual col�gio eleitoral.
Mas h� na legenda, e no campo da oposi��o no Congresso, defensores da tese pragm�tica de que Maia manteria pontes com os partidos de esquerda.
Parlamentares oposicionistas relatam que Maia mant�m discri��o total mesmo nas conversas mais reservadas e n�o se coloca abertamente como postulante. Mas isso n�o seria necess�rio. O deputado do DEM adotou agora o mesmo figurino de "n�o candidato" do ano passado, quando negou at� o �ltimo momento que estava na disputa pelo posto mais alto da mesa diretora.
Jantar
Em outra frente, lideran�as do PCdoB, PDT, PSB e Solidariedade come�aram a articular nos bastidores a candidatura do ex-ministro Aldo Rebelo (PCdoB) a vice-presidente da Rep�blica na chapa de Maia em caso de elei��o indireta.
A estrat�gia teria sido discutida em pelo menos dois jantares com a presen�a de parlamentares e dirigentes desses partidos no apartamento do l�der do PDT na C�mara, deputado Weverton Rocha (MA). O presidente da C�mara, dizem parlamentares ouvidos pelo Estado, esteve no primeiro encontro.
O segundo aconteceu na ter�a-feira, 30, e teve presen�as como a do pr�prio Aldo; do presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP); do presidente do PDT, Carlos Lupi; e do secret�rio-geral do PSB, Renato Casagrande.
Maia nega tudo: as conversas, a aproxima��o com o PT e a articula��o com Rebelo. "N�o pedi e n�o fui procurado pelo presidente Lula. Nunca tratei de nenhuma elei��o com o Aldo Rebelo. Ali�s na reuni�o divulgada esta semana eu n�o estava presente e duvido que Aldo tenha tratado disso", disse o deputado ao Estado.
Ele tamb�m garante que n�o est� conversando com PP, PR e PSD, como dizem, em car�ter reservado, deputados das tr�s legendas que orbitam na �rbita do chamado "centr�o".
Os advers�rios de Rodrigo Maia contestam a negativa. "Ele est� negando e jurando lealdade ao Temer para ter os votos do PMDB, que j� detectou esse movimento pr� - campanha", disse o deputado J�lio Delgado (PSB-MG).
Por vias da d�vidas, o presidente da C�mara trocou as grades da entrada da resid�ncia oficial por chapas de ferro. Dessa forma, fica imposs�vel saber quem entra e quem sai.
Tucanos
Enquanto a c�pula do PSDB faz consultas no partido sobre uma eventual candidatura do senador Tasso Jereissati (CE) � Presid�ncia em caso de elei��es indiretas, parte da bancada e integrantes da executiva j� questionam a viabilidade do tucano e avaliam que Rodrigo Maia seria a alternativa mais segura da base governista.
O partido est� dividido. Preocupados com preju�zos eleitorais no ano que vem, muitos deputados defendem o rompimento o com Temer.