Bras�lia- Em meio � discuss�o da mudan�a da meta fiscal e de corte de gastos, as For�as Armadas pressionam pela recomposi��o no Or�amento, que nos �ltimos cinco anos sofreu redu��o de 44,5%.
Segundo o comando das For�as, neste ano, houve um contingenciamento de 40%, e o recurso s� � suficiente para cobrir os gastos at� setembro. Se n�o houver libera��o de mais verba, o plano � reduzir expediente e antecipar a baixa dos recrutas. Atualmente, j� h� substitui��o do quadro de efetivos por tempor�rios para reduzir o custo previdenci�rio. Integrantes do Alto Comando do Ex�rcito, Marinha e Aeron�utica avaliam que h� um risco de "colapso".
A Diretoria de Fiscaliza��o de Produtos Controlados (DFPC) do Ex�rcito, respons�vel por monitorar o uso de explosivos, est� sendo atingida. Perdeu parte da capacidade operacional para impedir o acesso a dinamites por fac��es como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho, que roubam bancos e caixas eletr�nicos.
O Comando do Ex�rcito confirmou ao Estado que o contingenciamento reduz "drasticamente" a fiscaliza��o do uso de explosivos, abrindo caminho para o aumento de explos�es de caixas. A DFPC � um dos �rg�os das For�as Armadas de apoio ao sistema de seguran�a p�blica atingidos pela falta de recursos.
A diretoria est� tendo dificuldades de manter opera��es e combater desvios de explosivos para o crime organizado. No m�s passado, a Federa��o Nacional dos Bancos (Febraban) esteve na Comiss�o de Seguran�a P�blica da C�mara para pedir maior combate ao crime organizado. H� 23 mil ag�ncias e 170 mil terminais de autoatendimentos no Pa�s. S� neste m�s, quadrilhas destru�ram com dinamites ag�ncias em Lindoia (SP), em Indaiatuba (SP) e em Capelinha (MG). Em junho, os bandidos agiram em Bras�lia - s�o 22 a��es desde 2016 no Distrito Federal.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Michel Temer disse estar tomando medidas em rela��o ao contingenciamento. "N�s queremos devolver dinheiro, digamos assim, para os v�rios setores da administra��o e, em particular, �s For�as Armadas", afirmou.
Procurado pela reportagem para comentar as reclama��es das For�as, o Minist�rio do Planejamento, por meio de sua assessoria, disse que se "esfor�a" para resolver os problemas mais "graves". "Entretanto, qualquer amplia��o de limites, sem que haja redu��o em outros minist�rios, depende do aumento do espa�o fiscal."
Limites
Nas For�as Armadas, a falta de recursos afetou a vigil�ncia da fronteira, os pelot�es do Ex�rcito na Amaz�nia, a fiscaliza��o da Marinha nos rios da regi�o e na costa brasileira. Por medida de economia, a Aeron�utica paralisou atividades, reduziu efetivos e acabou com esquadr�es permanentes nas bases dos Afonsos, no Rio, de Fortaleza, de Santos e de Florian�polis.
O corte se deu, em especial, nos projetos inseridos no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). O contingenciamento pode antecipar a dispensa de recrutas, assim como atrapalhar o treinamento de soldados para agir no Rio e impedir a realiza��o de voos para interceptar aeronaves clandestinas.
Para reduzir gastos, as For�as tamb�m est�o trocando o quadro efetivo por tempor�rio e reduzindo a tropa. De acordo com o comandante do Ex�rcito, general Eduardo Villas B�as, os cortes "foram muito elevados, fora dos padr�es". Ele usou uma rede social no in�cio do m�s para se queixar.
Mar e Ar
Com 40% do or�amento contingenciado, a Aeron�utica cogita suspender expediente �s sextas-feiras. Ela centralizou atividades em An�polis e Natal para se adaptar. "A FAB j� voou 200 mil horas por ano no passado. Este ano havia um planejamento para voarmos 122 mil horas", disse o brigadeiro Nivaldo Rossato, comandante da Aeron�utica. "As restri��es or�ament�rias de toda ordem devem reduzir esse montante de 110 mil horas em 2017."
Com navios de 35 anos de idade m�dia, a Marinha coleciona no mar e nas �guas da Bacia Amaz�nica embarca��es consideradas ultrapassadas para suas fun��es. O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, disse que � preciso pelo menos R$ 800 milh�es a mais por ano para manter a esquadra. "Isso precisa ser acertado ou a nossa esquadra de superf�cie vai desaparecer em pouco tempo", afirmou.
O quadro or�ament�rio para 2018 preocupa o comandante. "Antevemos o risco para programas estrat�gicos e tamb�m para o funcionamento pleno das nossas atividades di�rias, com reflexos em servi�os que atingem diretamente a popula��o, como aqueles relacionados � seguran�a da navega��o."
