O ex-gerente da �rea Internacional da Petrobras Demarco Jorge Epif�nio entregou ao juiz federal S�rgio Moro, no domingo, 3, comprovantes de que tirou US$ 188 mil do banco Credicorp, no Panam�, e depositou em conta judicial.
Epif�nio � acusado de receber propinas no �mbito da contrata��o do navio-sonda Petrobras 10.000 do estaleiro coreano Samsung ao custo de US$ 586 milh�es entre 2006 e 2008. No mesmo contrato e tamb�m nos neg�cios envolvendo o Vit�ria 10.000, o Minist�rio P�blico Federal denunciou Jorge Luz e Bruno Luz, apontados como operadores do PMDB, que admitiram ter intermediado propinas de R$ 11,5 milh�es aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA) e ao deputado federal An�bal Gomes (PMDB-CE).
Em depoimento a Moro o ex-gerente da �rea Internacional da petrol�fera negou ter participado das tratativas que levaram � aprova��o do neg�cio e disse ter liderado a equipe respons�vel por transformar a carta de inten��o que havia sido assinada com o Estaleiro Samsung num contrato e um memorando de entendimento assinado com a empresa Mitsue.
Ap�s o trabalho, ele diz ter sido chamado por Luis Carlos Moreira, tamb�m da �rea Internacional da Petrobras, que teria oferecido US$ 1 milh�o como umas esp�cie de pr�mio.
"Eu falei 'Como assim, pr�mio, o trabalho est� feito', e ele falou 'N�o, voc� vai ganhar um pr�mio, e voc� tem alguma conta fora?'. Eu disse 'Claro, Moreira, eu estou morando na Inglaterra, eu tenho minha conta do HSBC, minha conta sal�rio', 'N�o, n�o, n�o, tem que ser uma conta offshore'. Ele me sugeriu ent�o, me indicou a conta no Banco Clariden Leu l� na Su��a. Eu fui � Su��a ent�o por orienta��o dele para encontrar com a gerente, que ele j� havia entrado em contato para me receber, e me ofereceu o valor de 1 milh�o de d�lares por esse trabalho que eu havia feito. Desses momentos da vida, Excel�ncia, que a gente fica diante de circunst�ncias, e sucumbi � oportunidade, talvez fiquei cego por aquilo que estava sendo me oferecido”, relatou.
Epif�nio afirmou a Moro que foi informado de que os valores eram referentes � comiss�o do lobista da Mitsue, Julio Camargo, que tamb�m � delator na Lava Jato.
O ex-gerente ainda afirmou que inicialmente os valores foram internados em uma conta na Su��a e, depois, tudo foi repassado para a conta da offshore no Panam�, titular da conta Quantica Investiments, no Credicorp Bank. Ele ainda atribuiu ao seu div�rcio e a investimentos o atual saldo de US$ 162 mil remanescentes no exterior, inferiores aos US$ 1 milh�o que recebeu de propinas. Para evitar deixar vest�gios de que o dinheiro veio da Su��a, Epif�nio ainda alegou ter fechado a Quantica e aberto outra conta no mesmo banco para transferir os valores.